Tenho 24 anos, em breve farei 25, e me sinto atrasado na vida! O que fazer?

Feita por >Oliveira · 11 abr 2024 Abordagem psicológica

Tenho 24 anos, em breve farei 25, e me sinto atrasado na vida!
Bom, o título já traz um resumo da minha situação. Não sinto que minha vida tenha acabado, mas sinto que, hoje, estou atrasado e perco muitas oportunidades da vida por conta disso. Vou contar um pouco sobre a minha vida. Acho que preciso desabafar!

Inicialmente, terminei a escola e logo comecei a cursar engenharia civil numa universidade pública, mas, por inúmeros fatores — especialmente: não ver necessidade em me formar rapidamente, não me ver encaixado na área, problemas domésticos e fobia social — acabei não focando nela e perdendo em várias matérias. Praticamente no inicio da pandemia, tomei a decisão de que queria trocar de curso, então entrei num EAD de T.I enquanto estudava para o ENEM de 2021 para conseguir adentrar numa universidade pública, acabei conseguindo e ingressei em 2022!

Essa é a primeira parte da minha tristeza sobre o tempo perdido, de 2017 até 2022, 4~5 anos. Mas, não foi em 2022 que eu senti isso como estou sentindo agora. Na verdade, entrei no novo curso e parte das minhas atitudes passadas persistiram. Eu já não era tão procrastinador e largado como antes, mas também não mudei totalmente. Segui perdendo muito tempo com jogos, séries, animes e, até mesmo, estudos que não adicionavam em nada aos testes da faculdade. Logo, acabei perdendo numa matéria já no 1º semestre, que eu poderia dizer que foi por desistência, já que tirei 2 notas baixas e não quis fazer a 3ª prova(se eu tirasse um 8 eu passava, talvez até com menos, já que o professor poderia me dar uma força). Mas, isso em muito, pelo orgulho idiota de poder me dizer: "perdi porque desisti", como se me tranquilizasse saber que eu tinha alguma chance de passar, então nada e nem ninguém poderia afirmar que não estava apto. Claro, a decisão não foi motivada apenas por este orgulho. De fundo, também havia o pensamento de que, no semestre seguinte, eu iria edificar melhor meus conhecimentos básicos do curso e, assim, não passar perrengues futuros.

Como se não bastasse, durante essa jornada, meus pensamentos de fobia social sempre tentaram me fazer fugir de apresentações, acabei realizando-as mais por respeito aos meus colegas e, também, pelo apoio que alguns deles me deram. Cheguei até a "sabotar" uma apresentação de uma matéria de humanas, porque se tratava de uma turma bem cheia e me dava calafrios em pensar na situação, consegui realiza-la em forma de vídeo. Até aí, acho que "tudo bem", eu tinha perdido em apenas 1 matéria. Todavia, acontece que, no semestre passado, acabei perdendo em outra, da exata mesma maneira que perdi na 1ª matéria, talvez até pior, porque fui péssimo na 1ª avaliação e, prontamente, desisti — em partes, por motivos externos, já que estava de cabeça quente com uma cobrança indevida e não conseguia me concentrar nos estudos enquanto tentava resolver a situação. Consequência: 1 ano de atraso somado no curso.

Mesmo com esse 1 ano de atraso somado em relação aos colegas que começaram comigo, eu me achava relativamente jovem e não via grandes problemas nessa situação. Até porque, semestre passado eu havia conseguido um estágio(não-remunerado) e isso me deu um grande ânimo, pois sabemos como experiência vem sendo importante na área, seria complicado me formar sem antes estagiar(sendo este um dos fatores que afagavam meus pensamentos sobre atraso) e é péssimo ser visto como uma pessoa de 24 anos que "só estuda" — sim, nesse sentido eu já me comparava com colegas mais jovens.

Mas, agora vou relatar como caí na tristeza profunda em que estou agora. Durante a pandemia, eu não cuidei da minha aparência(eu era considerado um cara bonito) e relações sociais, definitivamente não pensava em relacionamentos amorosos, até porque, não me via digno das pessoas que me chamavam atenção, e isso me consolava. Este ano, decidi voltar a cuidar da aparência e da saúde, minha beleza aos poucos está(ou estava) retornando em conjunto com a autoestima. É agora que vem a causa: passei a enxergar uma garota do curso com outros olhos. Sempre a admirei, mas sempre achei que ela fosse inatingível. Na quinta-feira retrasada, acabei a vendo e, pela primeira vez, pensei: "por que não?". Na sexta, fui para a academia e voltei confiante para a casa nesse assunto. Me olhei no espelho, me achei bonito e vi que evoluí bastante o meu físico, pensei: "daqui a uns 3 meses já dá para chegar nela". Mas, esses pensamentos otimistas não duraram por muito tempo, comecei a refletir que eu estava pensando apenas no visual, mas é óbvio que ela não levaria apenas isso em consideração. Não sou desenrolado, sou um cara tímido, já é um ponto negativo. E, por que ela se interessaria por um cara que é, supostamente(não sei a idade dela), uns 4–5 anos mais velho e está atrasado na vida? "Ah, mas pelo menos tem o estágio", nem isso eu tenho mais, acabei sendo enganado e atuando numa área não relacionada ao meu curso, saí dele. Se eu trabalhasse, talvez ela visse em mim a responsabilidade de alguém da minha idade e entenderia o porquê de eu estar atrasado academicamente, mas não é o caso. Caí num limbo, percebi que já não sou tão jovem quanto pensava, percebi que meu valor social diminuiu e que se nunca arranjei uma namorada em 24 anos, daqui pra frente as coisas só vão dificultar. Na verdade, talvez eu até consiga, mas, muito provavelmente, terei que abdicar de algumas das minhas idealizações(exemplo: arranjar uma namorada virgem e que nunca tenha namorado. Não por motivos religiosos e/ou morais, mas por motivos românticos do que eu penso representar essas primeiras experiências. Gostaria que não fosse unilateral).

Por fim, gostaria de dizer que aparentemente estou sofrendo consequências físicas disso tudo. Não posso dar certeza, mas seria muita coincidência. Como disse, esses pensamentos começaram na quinta, no sábado eu já estava com sintomas de enjoo e diarreia, com o passar dos dias, os sintomas foram evoluindo e até me afastei da academia(que tanto me faz bem). Cheguei a ir para a emergência, depois fiz exames(cujos resultados saem daqui uns dias) e fui medicado. Mas, não consigo descartar a possibilidade de tudo isso ser psicológico. Durante esses dias, não consegui estudar direito(mistura dos sintomas com a ansiedade) e até tive que abandonar uma aula por conta dos enjoos. Realizei uma prova ontem e acredito que fui severamente impactado pela situação, apesar de não estar muito ansioso no momento, estava bem sonolento. Então, como devem imaginar, estou rebobinando todo o meu histórico. Já está passando pela minha cabeça a possibilidade de mais um semestre perdido — apesar de que neste não estou disposto a desistir — de me atrasar ainda mais, ver meu valor social reduzindo e me sentir ainda mais inferior.

Peço desculpas pelo textão! Nem devo ter passado a mensagem tão objetivamente, mas estou ansioso e preciso desabafar!

Obrigado pela atenção!

>Conselhos?

*Sobre os "problemas domésticos" que citei anteriormente, vou discorrer rapidamente aqui: Basicamente, meu pai é um alcóolatra agressivo. Ainda na adolescência, diminuí drasticamente a minha socialização no condomínio por ser constantemente humilhado em público por ele, acabei tornando do computador o meu refúgio. No início da fase adulta, quando ingressei na faculdade, diria que arranjei outros refúgios além do computador, eu não suportava ficar em casa à noite e ver meu pai chegar bêbado, gritando sozinho e xingando a mim e minha mãe, era uma humilhação constante e não tinha sossego nem para dormir ou estudar(não que eu estudasse muito nessa época rs, mas, em 2021 estudei para o ENEM sob essas condições). Então, ironicamente, acabei também me distraindo com festa e drogas. Não durou por muito tempo, a pandemia começou e eu saí desse estilo de vida, mas tive de suportar o convívio com meu pai até o 2º semestre de 2023, quando eu e minha mãe finalmente nos mudamos! Sinto que essas coisas impactaram eternamente a minha vida.

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