Como ter propósito na vida sendo um depressivo grave

Feita por >ss · 22 jul 2023 Depressão

Olá, tenho 20 anos (cronológicos, pois minha mente tem 60 anos) e sempre tive sintomas de depressão e ansiedade. Tenho diagnóstico de transtorno de ansiedade generalizada e fazia uso de citalopram 20mg. Porém, conforme minha vida foi andando e fui fracassando (fracasso de acordo com os meus parâmetros), fui me sentindo irritada e triste mesmo com o medicamento e, portanto, parei de tomá-lo (sim, péssima escolha). Desde então só venho piorando, e aguardando a consulta com a psiquiatria do SUS pra pelo menos voltar a tomar algum remédio.
Falando de sintomas, eu até consigo levar a vida, mas é só isso mesmo, levar. Vivo por um mero senso de "não posso chutar o balde, pq ninguém vai me ajudar", e isso obviamente é extremamente desgastante. Passo uma parte considerável do dia chorando e sentindo uma angústia absurda. Nunca nada está bom. Me arrependo de uma péssima escolha que fiz, e fico imaginado diversas hipóteses do que teria acontecido se eu tivesse tomando uma decisão melhor. Porém, ao mesmo tempo, quando eu imagino uma possibilidade de poder voltar atrás nessa escolha e recuperar parcialmente o que eu tinha, também imagino hipóteses em que eu não ficaria completamente realizada, que eu não teria senso de propósito de uma forma ou de outra. Fico ruminando escolhas péssimas e imaginando passados e futuros, porém, no estado em que me encontro, só vejo desfecho ruim para todas as possibilidades. Coisas que me deixavam minimamente felizes, agora sequer trazem uma mudança no meu humor. Coisas que me deixavam tristes e nervosas, respondo com o mesmo humor. É como se meu sofrimento fosse tão grande ao ponto de não me afetar nenhum pouco pela cena mais violenta e triste do mundo. Não descrevo como apatia, mas sim como uma sensação constante de angústia e falta de propósito tão intensos que me impedem de ter uma reação humanamente normal. O que mais me afeta é o sentimento profundo de desesperança e falta de propósito, pois isso me impede de ter qualquer apreço pela vida. Aos 12 anos de idade eu tive um episódio de depressão maior moderado-leve, em que eu sentia tudo isso, porém de uma forma mais branda, e ainda sentia propósito na vida. Umas das pouquíssimas memórias que eu tenho sou eu falando para mim mesma "estou sofrendo agora", mas isso vai passar e vou ajudar pessoas que estão sofrendo com isso (nessa época nem sabia que era um episódio depressivo). Mas hoje, não sinto esperança, propósito, absolutamente nada que me dê motivos para viver. Nessa vez eu encarei o sofrimento como algo ruim, porém necessário e passageiro. Hoje, vejo o tempo passando, as coisas dando errado, meu sentimento de vazio crescendo e só penso em sumir. Infelizmente me afastei de qualquer rede de apoio possível, sequer tenho alguém pra expressar toda essa angústia. Como consequência de tudo isso, claro, confesso que já pensei em diversos métodos de sui*****, porém não tentei nada pois tenho medo de falhar e causar comoção. Sendo bem sincera, só não fiz nada pois ainda não tenho acesso a um bom método, e também porque tenho pouco energia (o cansaço é constante).
Entendo perfeitamente que essa maldita doença tem tratamento, e que as péssimas decisões e os péssimos acontecimentos, embora às vezes irreversíveis, não devem causar um sofrimento maior que o moderado, e que o apoio terapêutico nos ajuda a lidar com esse tipo de situação horrível. Sei também que os medicamentos ajudam muito nesse processo. Porém, mesmo com tudo isso, nada pode mudar o passado e a realidade cruel do mundo em que vivemos. Simplesmente não consigo mais sentir esperança. Queria, ao menos, ter pelo menos uma pessoa confiável pra poder chorar em paz e ser ouvida. Tenho algumas melhoras de humor, mas duram muito pouco, e eu não aguento mais.
O último aspecto disso tudo é linha surpreendente baixíssima autoestima e pessimismo. Me pergunto toda hora "seria capaz mesmo de fazer isso? Mesmo sendo capaz, eu aguentaria isso? Mesmo aguentando, eu seria feliz com isso?".
Além de apoio terapêutico e medicamento, existe alguma outra forma de encontrar pelo menos um propósito pra viver sendo vítima dessa doença? Eu gostaria muito de ajudar pessoas em situações complicadas, porém isso exige um investimento de tempo e dinheiro que eu não tenho. E se eu investisse tudo isso pra descobrir que sou péssima até pra ajudar? Minha condição me impede até de fazer algo que eu me sinto feliz fazendo, que é ajudar na medida do possível. Não tenho muitas opções.
PS.: realmente sinto muito pelo texto gigante, só queria compartilhar como eu e milhares de pessoas se sentem. E, quem sabe, alguém tem um bom conselho.

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A melhor resposta 26 JUL 2023

Voce precisa encontrar a razão de estar aqui.
Não está aqui por acaso, não está aqui para fazer festa, de férias, ser servida!
Voce nasceu para aprender, corrigir e se conscientizar.
Todas as dores e sofrimentos, problemas, conflitos estão aí para te conscientizar do que deve fazer, eles são sintomas e que precisa compreender e mudar a condução da sua vida.
Se não está conseguindo compreender, faça Psicoterapia, esses são os profissionais para te auxiliar a compreender.
Mas quem muda é voce mesmo, voce tem o poder, voce é dono(a) da sua vida.
Voce pode escolher e decidir o que voce quiser; em vez disso, voce fica se lamentando e esperando que as coisas passem, fica colocando responsabilidade na doença sendo que quem mantem a doença é voce.
Pode até decidir terminar com a sua vida, se quiser, pode, mas do que adianta isso? Qual a vantagem que tem?
Se precisa voltar e fazer tudo novamente? Por que se ilude?
Basta uma escolha e uma decisão interna

Geime Rozanski Psicólogo em Brasília

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24 JUL 2023

Olá, agradeço por compartilhar seus sentimentos e experiências. Entendo que você esteja passando por um momento muito difícil, com muitas angústias e uma sensação profunda de falta de propósito na vida. A depressão e a ansiedade podem ser extremamente desafiadoras, e é essencial buscar apoio e tratamento adequado para enfrentar esses problemas.

Primeiramente, é importante ressaltar que você não está sozinho nessa jornada. Muitas pessoas enfrentam condições similares e encontram formas de superar os obstáculos. Buscar ajuda profissional é crucial, e a consulta com a psiquiatria do SUS é um passo importante para retomar o tratamento medicamentoso. Lembre-se de que os medicamentos, em combinação com a terapia, podem ser eficazes para aliviar os sintomas e proporcionar uma melhora gradual.

A terapia é outra parte fundamental do tratamento, e pode ajudá-lo a lidar com suas emoções, pensamentos e dificuldades de uma maneira mais saudável. Ter um espaço seguro com um psicólogo pode permitir que você expresse suas angústias, explore suas preocupações e encontre estratégias para enfrentar os desafios do dia a dia.

Você mencionou o desejo de ajudar outras pessoas em situações complicadas. É uma abordagem nobre e gratificante, mas é essencial lembrar que, antes de ajudar os outros, é fundamental cuidar de si mesmo. Concentre-se em seu tratamento, na busca de seu próprio bem-estar e na estabilização de sua saúde mental antes de assumir qualquer compromisso adicional.

Lidar com a baixa autoestima e o pessimismo pode ser um processo gradual, mas é possível melhorar esses aspectos com a ajuda adequada. A terapia pode ajudá-lo a desenvolver uma visão mais positiva de si mesmo e a cultivar a autocompaixão, entendendo que todos nós temos falhas e enfrentamos desafios.

Embora o passado não possa ser alterado, você pode trabalhar em aceitar suas experiências e encontrar maneiras de crescer a partir delas. Ficar preso em ruminar o passado pode dificultar sua jornada de recuperação. Em vez disso, concentre-se em aprender com suas experiências e no que você pode fazer no presente para construir um futuro melhor.

É compreensível que você esteja passando por momentos de desesperança, mas lembre-se de que a vida é repleta de altos e baixos. No momento, pode ser difícil enxergar a luz no fim do túnel, mas com o tratamento adequado e o apoio emocional, é possível encontrar um caminho para uma vida mais significativa.

Se você se sentir sobrecarregado, com pensamentos suicidas ou achar que não pode garantir sua própria segurança, é essencial buscar ajuda imediata. Converse com amigos, familiares ou profissionais de saúde para que possam oferecer suporte.

Não tenha medo da vida!

Entendo que a jornada pode ser árdua, mas lembre-se de que há esperança e possibilidade de melhorias. Busque o apoio necessário, cuide de sua saúde mental e permita-se receber a ajuda que você merece. Você não está sozinho nessa jornada.





Larissa Darck Psicólogo em Alfenas

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