Mãe cansada- não tenho tempo nem pra chorar.

Feita por >Debora · 4 mar 2023 Abordagem psicológica

Contexto:
Eu: tenho 31 anos, morava no interior, estudei , fiz faculdade, trabalhava em um negócio da família. Família de pai e mãe e uma irmã mais nova. Meus pais não são ricos mas sempre tive uma ótima vida, onde nunca me faltou nada e nunca passamos por privações
Meu Marido: morava em uma cidade do 55km da minha no ABC, 3 anos mais velho família de mãe 2 irmãs e 1 sobrinha ( todas mulheres são mãe solo, sendo ele o único homem da casa.) Ele não conheceu o pai, uma vida de muito sofrimento, provações onde ele começou a trabalhar muito cedo para ajudar em casa.
Entre namoro e noivado foram 5 anos, em 2016 nos casamos, neste tempo de namoro ele começou o próprio negócio na região central de SP, e quando nos casamos decidimos.morsr perto do trabalho dele.
Acabei deixando minha profissão e fui trabalhar no negócio dele, era um ramo absolutamente diferente de tudo o que eu vivi ou sabia, e ainda assim aprendi muita coisa, mas era evidente minha inabilidade, ainda assim fiquei na parte financeira, administrativa e durante a pandemia fiz um projeto que foi o que nos sustentou, teve muito sucesso e permanece até hoje. Essa convivência casamento/ trabalho não me fazia bem, pois passávamos 24 horas do dia juntos, acordava no mesmo horário as 7 da manhã, entrava pra trabalhar as 9 da manhã, e voltava para casa as 22h as vezes até mais tarde. ( isso de segunda a sábado
Eu atendia clientes, fazia parte financeira, cobria folgas e férias, faltas de funcionários e nunca recebi por isso, ele acreditava que o que era dele era meu, mas na prática não era assim. Ele sempre tomou decisões financeiras e não dividia comigo comprava equipamentos e não falava nada, gastava dinheiro pessoal com hobby com música valores exorbitantes que até nos prejudicava e não me consultava.
Quando precisava de qualquer coisa tinha sempre que pedir dinheiro pra ele, ele me levava pra comprar roupa (.como uma filha dele) e me passava a impressão que eu deveria ser grata e agradecê-lo pelo " presente" sendo que Eu também pagaria com meu trabalho.
Ele nunca colaborou com nenhuma atividade doméstica, sequer lavar um copo, e disse que nunca faria isso.
Isso me sobrecarregada demais, a cada horaria de trabalho era muito longa, eu não conseguia sequer varrer a casa, tinha apenas o domingo pra fazer tudo e ele exigia que eu fosse na igreja com ele a noite, sempre me criticando porque eu não fazia marmitas pra ele levar e gostávamos almoçando fora
Era um caos minha cabeça, eu comecei engordar, abandonei minha aparência.
Essa " ajuda" no trabalho dele virou uma cobrança terrível, de horários, performance, entregas, ele era rude, chegou a me chamar de lixo , me tratava muito mal quando eu cometia erros, e por último ele me humilhou muito na frente de um cliente.

Neste dia eu decidi que não viveria mais com ele. Saí , vim para casa e fiz minhas malas, queria voltar pra minha cidade( sem destino ou um plano porque meus pais não me receberiam de volta) já havia se passado 4 anos e meio de casamento )
Neste momento ele propôs de tentarmos novamente, pediu perdão e tudo mais, mas eu falei pra ele que jamais voltaria a trabalhar com ele. Ele ficou contrariado mas aceitou acreditando que eu mudaria de ideia.
Mas eu não mudei, eu estava completamente desatualizada da minha área de atuação, mas falei com uma amiga que me arrumou um emprego em um escritório, pra fazer o que eu fazia na empresa dele. Minha carteira 5 anos sem registro era impossível conseguir algo sozinha. Comecei a trabalhar de segunda a sexta das 8 às 17h no financeiro dessa empresa e recebia muitos elogios dos chefes pelo meu trabalho e comecei a ver que eu não era burra como ele dizia, nem inútil. Eu chegava cedo e tinha tempo para me cuidar e cuidar da casa e comecei a ter a vida que sempre sonhei, exceto que ele me criticava pelo meu baixo salário. Ele dizia que este salário não servia de nada porque não pagava as contas de casa. Mesmo assim eu estava muito feliz, foi a melhor fase da minha vida até então. Nosso relacionamento começou a melhorar. Eu via ele trabalhando sem mim e ficava com dó, mas não voltei atrás, ele sofreu bastante sem a minha ajuda e sempre chorava dizendo que eu fazia falta, mas eu fiquei irredutível. Viramos praticamente namorados de novo, nossa vida estava ótima, começamos a consertar nosso relacionamento, eu entrei que foi um erro ter trabalhado come ele, que amocabouu nos prejudicando etc.
Ele sempre foi um homem muito responsável, que arca com todas despesas, faz de tudo para progredir e é muito honesto, é um homem admirável e de palavra, por essas razões sempre acreditei que valia a pena e são quase 10 anos de relacionamento. Nunca me faltou nada, com o relacionamento indo tão bem pensamos se não era hora de termos um bebê, estávamos tão alinhados e eu sempre acreditei que ele seria um pai incrível, era o sonho dele, ainda mais que ele não teve pai.
Começamos a tentar e descobrimos que ele não poderia ser pai, tentamos alguns meses e por um milagre de Deus conseguimos gerar nosso filho por vias naturais sem tratamento. Foi muito feliz este momento, muitas novidades, e começou o processo da gestação, durante os 3 primeiros meses eu tive hiperemese gravidica, pedi a conta do trabalho porque era impossível, eu passava muito mal, vomitava de 20 a 30x por dia, eu ficava o dia todo sozinha em casa passando mal( lembrando que eu não tenho família nem amigos, vizinho, ninguém por perto)
Ele trabalhava e chegava em casa eu estava na mesma posição passando mal.
Tive um descolamento de placenta e não podíamos ter relação mais durante um período, depois ficou tudo bem passou essa fase de risco, mas ele achava estranho ter relação grávida e não tivemos mais. No sétimo mês um funcionário dele pediu a conta inesperadamente e não tinha ninguém pra ficar no lugar, ele implorou que eu ficasse lá e eu fiquei até o 8 mês ajudando. Faltando 3 semanas para o bebê nascer eu peguei COVID e precisei ficar internada, foi o pior período da minha vida, sofri muito de medo, angústia, medo de morrer, medo de deixar meu bebê sem mãe, medo dele ter sequela. Comecei a inchar e passei dos 110kg no hospital, tive uma trombose no braço foi horrível, só tenho lembranças dos medos que senti.
Enquanto eu estava no hospital ele dormia comigo, durante o dia ele seguia a rotina normalmente inclusive combos compromissos dele musicais, sair com amigos etc.
Meu parto foi induzido, extremamente traumático, quase perdi meu bebê por 3x, precisou fazer forcepes, tive laceração e hemorragia, precisei de 2 bolsas de transfusão de sangue e o meu bebê nasceu bem e saudável.

Passamos os 3 dias no hospital, ele extremamente solicito , praticamente não dormiu nesses 3 dias e fomos para casa. Eu não teria ajuda de ninguém neste período, a família dele não.poderia vir me ajudar , minha família também não então era eu e Deus.
Por conta de tantos traumas meu leite não descia e ele me deixou em casa e foi trabalhar, comecei entrar em desespero com meu bebê chorando de fome e eu sem leite, liguei para ele comprar fórmula e ele estava á 40 km de casa no chá de bebê de um amigo. No momento que eu mais precisava, chorei muito de desespero até ele chegar e alimentei meu bebê, nunca tive leite por conta de tantos traumas.
Como meu parto foi muito traumático, levei muitos pontos e sentia muitas dores, a rotina com o bebê era pesada, eu ainda precisava fazer as coisas em casa e fazer minha própria comida, eu fazia de tudo pra ter leite, ele insistia comigo pra amamentar, era difícil pedir comida delivery porque não conseguia descer na portaria do prédio cheia de pontos e com o belezinha,
Meu bebê sempre foi.muoto bonzinho e quase não acordava de madrugada, mesmo assim meu marido saiu do quarto e foi para a sala , porque disse que ele precisava dormir para trabalhar.
Então eu sempre fui 100% responsável pelos cuidados com o bebê

O tempo de resguardo foi acabando e eu ainda sentindo muitas dores, comecei a fazer todo tipo de exame pra entender, porque parecia que eu havia tido filho há 1 dia de tantas dores, o médico disse que essas dores permaneceriam por pelo menos 1 ano devido ao trauma do parto, eu adquiri uma endometriose pós parto e diversos ematomas internos.
Ignorei a dor e fiquei firme cuidando do meu bebê, dias difíceis e de apre ditado, total solidão. Ele saia cedo, chegava tarde, alguns dias eu não co seguia fazer absolutamente nada em casa, sequer me alimentar, e ele começou a cobrar organização da casa, começou a vir almoçar em casa pra economizar dinheiro com marmita e disse que não queria ouvir nenhuma desculpa de que eu não fazia as coisas por causa do bebê, por era minha obrigação. O tempo foi passando, meu bebê está com 8 meses. As dores diminuíram, meu corpo ficou deformado por eu engordei muito e perdi tudo rápido, fiquei flácida, pude voltar a ter relação com quase 5 meses depois do parto( fora o tempo de gestação que não tínhamos mais relação) ele começou a me cobrar e quando tivemos agora é bem esporádico, e ele critica meu corpo, tenho muita vergonha de mim, ele diz que quer ter uma esposa bonita, que eu tenho que me cuidar, mas o bebê dá tanto trabalho que tem dias que não consigo cozinhar e não penteio o cabelo há 1 semana. Ele continua a dormir separado, falei pra ele fixar com o bebê para eu tomar banho ele fala pra ser rápido porque ele não sabe cuidar.
E agora ele fica falando que o bebê precisa de um irmãozinho, eu disse que jamais terei outra filho e ele diz que estou errada, que isso tem que ser decidido em casal, eu não posso tomar uma decisão assim sozinha.
Hoje sou 100% dependente financeiramente dele, não tenho família ou amigos , não converso sobre isso com ninguém todos pensam que sou uma família de comercial de margarina, antes ele deixava eu dirigir, agora ele não deixa mais, diz que eu tenho tenho capacidade de dirigir com o bebê no carro.
Ele é um homem que me dá o que eu pedir, me leva pra sair, é generoso( até descontrolado com dinheiro)
Não falta nada em casa, no dia a dia não somos um casal que briga, antes tínhamos sempre uma boa conversa, já conversamos sobre esses pontos, ele é irredutível quanto me ajudar, eu fui ver creche para o bebê e vou colocar, mas não faço ideia de como voltar para o mercado de trabalho.
Sou uma pessoa que nunca casou para separar, eu amo meu marido, mas essa versão dele me magoa demais, eu estou querendo chorar faz meses mas nem tempo pra isso tenho. Eu entendi que nosso equilíbrio sou eu tendo minha independência. Ele não me dá valor quando estou vivendo a vida dele ou sendo dona de casa. Quando eu tinha a minha vida ele tinha admiração por mim mas realmente não sei como sair disso. Me sinto sem saber por onde começar, como retomar minha vida.

Resposta enviada

Em breve, comprovaremos a sua resposta para publicá-la posteriormente

Algo falhou

Por favor, tente outra vez mais tarde.

Psicólogos especializados em Abordagem psicológica

Ver mais psicólogos especializados em Abordagem psicológica

Outras perguntas sobre Abordagem psicológica

Explique seu caso aos nossos psicólogos

Publique a sua pergunta de forma anônima e receba orientação psicológica em 48h.

50 Você precisa escrever mais 19200 caracteres

Sua pergunta e as respectivas respostas serão publicadas no site. Este serviço é gratuito e não substitui uma sessão de terapia.

Enviaremos a sua pergunta a especialistas no tema, que se oferecerão para acompanhar o seu caso pessoalmente.

A sessão de terapia não é grátis e o preço estará sujeito às tarifas do profissional.

A sessão de terapia não é grátis e o preço estará sujeito às tarifas do profissional.

Coloque um apelido para manter o seu anonimato

Sua pergunta está sendo revisada

Te avisaremos por e-mail quando for publicada

Esta pergunta já existe

Por favor, use o buscador para conferir as respostas

Psicólogos 20050

Psicólogos

perguntas 19200

perguntas

respostas 67400

respostas