Terminei um relacionamento de 18 anos (13 anos de namoro e 5 de casada), foi um relacionamento com momentos legais mas muitos momentos difíceis. Ele era extremamente possessivo, ciumento, por vezes tão ciumento que me desrespeitava, era controlador e, ao mesmo tempo, não me dava atenção que eu precisava. Eu sentia que ele era presente quando queria sexo. Não havia muita conversa, eu não me sentia a vontade de contar tudo da minha vida pra ele, porque ele criaria caso... enfim.. era complicado. Mas ao mesmo tempo ele fazia tudo que podia pra me ajudar no que eu precisava, quando estávamos em uma fase boa, ele era carinhoso, até mais atencioso... Comecei a namorar com ele tinha apenas 15 anos e ele 21, o ajudei muito, principalmente em relação ao fato dele ser dependente químico. Com o tempo essa relação começou a sufocar demais e eu me sentia presa, não tinha vontade de fazer nada pelo relacionamento mais.. As brigas eram constantes. Acabei me apaixonando por outra pessoa e tive a coragem de me separar. O meu maior medo de me separar era de fazer ele sofrer. Eu sempre coloquei a felicidade dele a frente da minha. Mas fiz. Terminei. Estou me relacionando com essa pessoa pela qual me apaixonei e nos damos muito bem, raramente discordamos ou brigamos, conversamos muito, damos muitas risadas, enfim... Mas eu sinto que não posso assumir plenamente essa relação por saber que meu ex vai sofrer, é como se eu não tivesse esse direito de recomeçar, como se fosse errado eu não estar com ele, porque ele está sofrendo e eu não podia ter deixado isso acontecer (inclusive ele me disse uma vez que eu desisti de nós como se eu não tivesse insistido e passado por cima de muitas coisas pra gente ficar junto). Já cheguei até pensar que quero voltar, que sinto saudade da vida com ele, mas não sei pq esse sentimento vem já que eu quis terminar por me sentir sufocada e já não havia mais atração física da minha parte... enfim.. Porque me sinto "errada" em estar com outra pessoa enquanto ele tá sofrendo e sozinho?
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31 MAI 2022
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Pri, mulheres que escolhem parceiros dependentes emocionais (que é o perfil de dependentes químicos) tendem a ser codependentes. Ou seja, seu valor gira em torno do quanto cuida desses parceiros. Por isso você ainda está tão ligada a ele. O seu relacionamento atual parece não estar suprindo essa função. Você depende da dependência do outro. Quando o relacionamento acaba, a codependente fica sem ter de onde se sentir útil/valorosa. Mulheres tendem a serem mais codependentes porque a sociedade nos educa para sermos cuidadoras. Associado a isso, sua mente já deve estar viciada na montanha russa de sentimentos que haviam no relacionamento anterior e que um relacionamento tranquilo, perto disso, pode soar até mesmo como entediante. Por isso você pode estar sabotando esse relacionamento atual pensando em voltar para o ex. Te aconselho fazer terapia para encontrar outras formas de se sentir valorosa, descobrir seus valores de fato e agir comprometida com eles, além de ressignificar como devem ser nossos relacionamentos amorosos.
Olá Pri.
É natural que depois de tantos anos juntos você tenha um vínculo forte com seu ex, porém o que passar deste vínculo tem o nome de codependência, que é uma pessoa que fica vinculada a outra que precisa de cuidados, como é o caso de dependentes químicos.
Se seu ex precisa de ajuda, não precisa ser você a suprir as necessidades dele, ele pode procurar ajuda médica e psicológica para superar a separação e a sua ausência. Você estar com ele provavelmente não irá diminuir o sofrimento dele, e ainda afetar o seu equilíbrio emocional. Não foque em culpas, foque em soluções.
Busque ajuda psicológica e se possível comente com seu ex para também buscar ajuda na terapia.
Jane Assunção.
18 anos de relacionamento é um tempo considerável para se conhecer uma outra pessoa, e para entender como uma vida a dois funciona com ela. Você já vivenciou muita coisa nesses seus 18 anos juntos, e agora começa uma nova fase com um outro relacionamento afetivo. Ao iniciar essa nova fase, até para que ela seja uma fase que possa ser vivenciada de maneira completa e plena, é indicado encerrar por completo a fase anterior, com seu ex-marido. Você ainda apresenta uma "culpa", "medo", "erro", sentimentos de responsabilidade com a condição afetiva de seu ex-marido. Isso acaba roubando sua condição de estar presente nesse seu novo relacionamento, a mesmo tempo que indica que é preciso você se debruçar um pouco sobre essas questões para que você obtenha a compreensão necessária sobre o término de seu relacionamento com seu ex-marido, sem se sentir responsável, com medo ou culpada pelas suas decisões. Entenda que términos de relacionamentos são dolorosos, para uns mais que para outros, e não há como fugir disso. Um acompanhamento com um Psicólogo é indicado em seu caso, para que você possa compreender e encarar esses sentimentos que descreve em relação ao seu ex-marido, o que eles realmente querem dizer para você, e como você pode elaborá-los para uma melhora na qualidade de sua vida e de suas escolhas.
Espero ter te ajudado, e desejo que fique tudo bem!
Oi Pri,
Sim, você está sofrendo e não consegue se entregar por completo a este novo relacionamento porque prioriza os outros em de você mesma; e, se não corrigir isso, logo logo este novo relacionamento também vai entrar em crise...
Estamos aqui para aprender a nos corrigir, a nos sanear, curar nossas carências, nossas dependências, nossos conflitos internos.
Você não está aqui para realizar outros... está aqui para se realizar, ser o que você é.
Já sabe quem você é? Creio que não porque se soubesse, não estaria nesta situação.
Certifique a si mesma, autentique-se de acordo com a sua vida. Somos educados para servir os outros em vez de antes, servir a nós mesmos.
Abraços.
Bom começamos pelo fato de ele ser dependente químico e você (Codependente), isso já explica o comportamento dele e seu, dependentes químicos em grande parte são sedutores e manipuladores, e essa manipulação faz você se sentir assim.
Hoje você pelo seu relato vive um relacionamento afetivo saudável e isso é novo e até assustador em alguns momentos por você não fazer o papel de "mãe" dentro da relação.
Difícil sair deste ciclo da dependência, enfrentar essas emoções sozinha traz muitas duvidas e angustia, somente durante o processo terapêutico você vai conseguir se encontrar dentro da sua atual relação afetiva sem interferência do passado
Olá, querida
Percebo certo papel de gênero presente na relação também. Não podemos negar a responsabilização que é posta em mulheres em alguns relacionamentos, para que elas desempenhem esse papel de cuidadora. Assim, nós tornamos Porto Seguro que acolhe os barcos que chegam. Mas na verdade, somos todos navios e barcos que tem o direito de ir e vir. Um processo de terapia pode te ajudar a perceber esse processo, focando na tua felicidade em primeiro plano.
Olá Pri! Obrigado por escrever. Não é possível servir a dois senhores, não é possível cuidar de dois amores de mesma categoria. O tempo que vocês viveram juntos foi razoavelmente longo, precisava de tempo, após terminar para novo posicionamento. Ocorreu, salvo engano, que você passou de um namoro (externo) para outro, sem olhar a parte essencial, principal, o amor próprio.
Você precisa olhar para dentro de si, ver os fundamentos das direções que vai dando para sua vida, legitimar esses fundamentos e sentir-se confortável. Relacionamento geralmente é assim: uma pessoa termina e sofre( com dúvidas e possibilidades de imperfeições); a outra que é deixada, sente-se vítima e sofre (expectativa de volta e sensação de insuficiência).
Se você for responsável pelo seu ex, ele não será responsável por ele mesmo e você terá namorado alguém que concebe como dependente. Como explicar o desejo de namorar alguém que concebe como dependente?
Vamos refletir mais profundamente!
Abraços virtuais (A Covid e a Dengue estão vigentes. A maior parte dos políticos são falsos, a imensa maioria dos ditos, líderes religiosos, querem somente dinheiro - são falsos: - atores, comerciantes da fé, opositores do conhecimento - preste atenção! Há até alguns falsos cientistas. Diante disso sigamos recomendações de instituições como: Anvisa, TVs Educativas, Universidades Públicas, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Organização Mundial da Saúde!)
Vacine-se! Vacine as crianças. Melhore o afeto, pondere o uso de máscara, evite aglomerações, assim como inviabilize os criadouros de mosquitos.
Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional.
