No fundo me parece ser apenas uma grande ilusão vivenciar as coisas e as relações no mundo.
Obviamente, nós criamos coisas interessantes ao longo da história humana mas se pararmos pra pensar nossas vidas individuais não são tão significantes. São tão frágeis quanto as plantas mas mesmo assim temos o poder fantástico de imaginar que as coisas são mais do que são.
Mesmo chegando a pensar tudo isso, ainda não entendo porque continuo preferindo não me matar ao invés de continuar vivendo.
Sei bem que existem os nossos sofrimentos e alegrias, mas tipo por quê eu tenho que viver se no fundo tanto faz isso tudo?
Meu ego talvez até me diga pra continuar vivendo porque tenho muito a conhecer e pessoas para amar mas isso no fim só vai me levar a morte e ser enterrada.
Por que não só fazer isso?
São tantos ciclos e pré requisitos que a vida em sociedade determina por nós mesmos que eu já não sei se quero mais nenhum.
Nem sobre minha família, nem profissão, nem futuro. Não quero mais nada disso mas mesmo assim se hoje escrevo essa pergunta é por causa dessas coisas que estou podendo mantar essa pergunta.
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5 JAN 2021
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Olá, Ricardo.
Sua pergunta é completamente legítima e certamente antecipa uma assimilação de um sentido para você.
Do ponto de vista racional, há várias perspectivas discutidas ao longo da história.. desde a religião, passando pela própria filosofia, física e diferentes abordagens psicológicas, que acredito que , dependendo do tempo em que está elaborando este assunto, possa até já ter lido a respeito.
Do ponto de vista da psicanálise, o sujeito é motivado muito mais pelas "paixões" e impulsos inconscientes, do que propriamente pela razão, por mais contraditório que pareça. :)
Logo, o que da sentido ou não à nossa existência, são as próprias relações que construímos e que a partir delas nos constituímos. É a própria possibilidade de desejar, e em outras palavras, amar e ser amado.
Desta forma, longe de ignorar a necessidade de responder às suas perguntas racionais (e inclusive sugiro que leia a respeito), é importante considerar se está respondendo às suas inquietações internas. Como estão seus vínculos afetivos? Sua rede de relacionamentos?
Como está sua capacidade de desejar o que quer que seja?
5 JAN 2021
· Esta resposta foi útil a 0 pessoas
Olá Ricardo! Grato por escrever. Você consegue apresentar uma análise sensível de profunda. Precisaremos levá-la mais adiante. A formiga é frágil, o elefante é frágil, as certezas são provisórias, frágeis, mas as flores são tão bonitas, os cachorros tão amorosos, as crianças tão curiosas, a praia tão encantadora, a montanha tão instigante, as infindáveis perguntas, tão mobilizadoras. Como saber como é a vida, caso não a viva? O desafio é fazer a vida interessante, agradável. A minha é muito; estou certo de que a tua também pode ser. O significado que damos para as coisas varia conforme o contexto e a sequência, temperada pelo história, pela modificação da história, construção da história, interpretação da história.
Há muito o que fazer. Vamos fazer?
Estarei à disposição para aprofundamentos.
Abraços virtuais (em tempos de aumento gravíssimo da pandemia, respeitemos aos outros: máscara, higiene, distanciamento físico,
empatia, senso de grupo, respeito à vida, Ciência!)