Gostaria que alguém me ajudasse a entender o que está acontecendo comigo.
Eu moro no exterior e fui vitima de abuso psicológico por parte de um grupo religioso. Eu fui vítima de assédio sexual e psicológico por parte do líder e membros. Fizeram vários tipos de abuso psicológico e quando eu tentei me defender tentaram me convencer que eu estava louca. Graças a Deus, eu consegui ajuda fora do grupo e consegui denunciar, pelo menos, o assediador sexual.
Pra mim foi muito difícil de me recuperar pelo fato de estar em outro país, com outra cultura, outro idioma, longe dos meus amigos..., eu não consegui me defender como gostaria, por causa do trauma e minha limitação com o idioma.
Depois desse episódio eu tive ansiedade, insônia, perda de memória, dificuldade de falar(perda cognitiva) e sintomas de estresse pos traumático.
Eu busquei ajuda psicológica no Brasil, e a princípio me fez muito bem. Eu estava bem vulnerável e fragilizada e ela me ajudou bastante. Eu fiquei tão feliz achando que tinha encontrado uma boa profissional, e de fato ela é. O problema é que depois que eu fui me recuperando eu comecei a me sentir julgada em alguns momentos durante a terapia. É como se eu tivesse sempre "errada". Por um lado ela me "valida"..., mas se eu choro ao contar uma das experiência traumáticas que passei no grupo ela diz que eu estou me vendo com a visão de vítima. E eu queria só poder contar como me senti e ser acolhida.
Ou quando eu falo com indignação sobre o comportamento abusivo de alguém ela diz que eu devo aprender a desenvolver empatia. Agora que eu estou aprendendo a me defender toda vez que conto pra ela uma situação onde eu me defendi ela me pergunta: "como você falou?" e diz que tenho que aprender a ser mais empática e assertiva. É como se eu tivesse algum problema que vejo o mundo de forma distorcido, é uma sensação estranha.
Falei com ela como me sentia e ela tentou ser empática, mas foi um pouco arrogante, dizendo que esse era o papel dela me ajudar a me desenvolver e que eu estava interpretando assim porque tinha medo de ser julgada.
Enfim, fui numa seguinte sessão depois dessa conversa e ela estava com um tom mais indiferente como se estivesse chateada. Deu umas alfinetadas de bem leve do tipo: "Agora você sente que está conseguindo se expressar com clareza?"
"Você está pulando de um assunto para o outro!" ( tenho tdah e ela sabe)
"Acho que tem um problema de memória ai"( quando eu apontei uma ocasião quando ela não me validou).
No início eu ficava a vontade de falar sobre minhas limitações cognitivas ou minhas questões emocionais confusas mas agora me sinto humilhada como se ela tivesse algum objetivo em ficar marcando minha debilidades. Como se quisesse sutilmente me dominar...
Ela fica chateada quando eu discordo dela.
Me impõe seus conceitos e me dá "diagnósticos" como se fosse a dona da verdade apesar dela afirmar que não existe verdade.
Enfim, estou receiosa de continuar a terapia...
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19 NOV 2022
· Esta resposta foi útil a 4 pessoas
Sua terapeuta só vê déficits em você, sempre te falta algo: conseguir se expressar melhor, parar de pular de um assunto para outro, ter uma memória melhor, parar de enxergar a realidade como você vê e passar a ver como ela vê. Terapeutas ruins tendem a acreditar que o paciente precisa parar de reclamar e se queixar, e justificam isso dizendo que a tarefa deles é fazer o paciente deixar de se vitimizar. Também tendem a acreditar que a visão deles sobre a realidade é mais correta que a sua, e que precisam fazer o paciente se espelhar neles. Parta para alguém que não necessite te julgar, ou te avaliar, ou te dizer para onde você deve ir, de que forma você deveria estar vendo as coisas, e etc. Esse tipo de postura de um terapeuta é um sinal de resistência dele a te ouvir em seu sofrimento, em suas vivências e experiências, e pode te deixar com sequelas psicológicas.
Andy Souza,
Pelo que descreve, voce continua submetida e não está sendo compreendida.
A terapia virou uma discussão racional e não está resolvendo e não resolverá ao continuar assim.
Analisa se vale a pena continuar a terapia com esta terapeuta.
Abraços
Oi Andy! Obrigado por escrever. Você trás uma questão extremamente complexa. Antes de ser profissional, todos nós, somos seres humanos. Com essa condição, cometemos erros. Não será possível um profissional perfeito. As profundidades do momento e da riqueza de uma sessão de psicoterapia, é algo vivo, atual que o psicólogo e seu cliente trocam, de forma que os que estão fora, não podem dimensionar com completude e precisão. De outro lado, você precisa falar o que está sentido, vocês duas precisam construir uma espécie de música harmônica para os dois lados. Caso o desconforto persista, vocês não consigam vivenciar avanços, ainda que com as falhas, limitações, coerências e incoerências humanas, será compreensível você procurar outro profissional. Antes disso, no entanto, será importante buscarem, da melhor maneira possível, comunicação clara, profunda, o mais completa possível, com persistência. Desejo a vocês sabedoria, discernimento e enriquecimento mútuo.
Havendo algo que eu possa contribuir, estarei a disposição.
Abraços! A Covid, a Dengue, exigem cuidados e atenção. Vacine-se, vacine as crianças. Valorize mais a Ciência. Ela não é perfeita mais permite avanços. É impressionante como falsos políticos e falsos religiosos usam a fé dos mais simples, para manipular e levar vantagens. Resgatemos a democracia. Não há meios de comunicação neutro ou perfeito, mas há instituições mais sérias, mais abertas. Verifiquemos as informações com maior critério. Vejamos o que falam as TVs educativas, os canais abertos com maior tradição de cultura. Valores aprimorados por décadas, não podem ser descartados por interesses de pequenos grupos radicais. Perceba que a barbárie do momento, é orquestrada por poucos, para prejudicar trabalhadores. Vacina e máscara precisam ser repensadas.
Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional.
