O meu parto foi um evento muito traumático pra mim, passei por 3 hospitais públicos, todos sem vagas, no terceiro hospital, a médica já ia me encaminhar pra o 4° hospital quando, de repente, eu tive um descolamento de placenta, a essa altura eu já estava a 24 horas em trabalho de parto, eu ainda estava na triagem quando tiveram que me levar as pressas pra o centro cirúrgico, entrei sozinha na cirurgia porque meu esposo ainda ia fazer minha ficha, na sala tava maior correria, a equipe correndo de um lado pra o outro e ninguém me falava o que estava acontecendo e eu nem sequer estava entendendo o motivo da cirurgia... só no pós cirúrgico eu entendi o que significava um deslocamento de placenta (o bb para de receber oxigênio e vai a óbito em questões de minutos) saber que o meu bebê quase morreu durante o parto foi muito difícil pra mim, tive um pós parto horrível, tinha uma preocupação além do normal com a saúde dele, atualmente ele tem 6 meses e nunca teve sequer um nariz escorrendo, porém, eu ainda tenho muito medo de que algo aconteça com ele e eu tenho sempre uma sensação horrível de que eu não vou ter muito tempo com ele, apesar dele ser um bebê completamente saudável eu tenho medo que ele morra, eu já li que muitas mães têm medo de perder os seus filhos, mas o meu medo chega a ser paranoico, mesmo assim não consigo não pensar
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23 JUN 2024
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Amanda
Voce precisa fazer Psicoterapia para curar este trauma... Você já tinha este trauma de forma inconsciente e agora, por ocasião do parto do teu filho se manifestou com intensidade.
Se teu filho passou por esta dificuldade e está vivo, é forte e vai viver tranquilamente.
Mas você precisa resolver em si mesma este problema.
Bom dia, Amanda! Obrigado por escrever. Que bom esse tema! Na verdade, o parto é processo natural, não é problema de doença. Acontece que a mercantilização da saúde, nesse caso, especialmente no Brasil, invertendo de maneira criminosa a questão do parte, como se sempre fosse algo de cirurgia, não de natureza. Há casos, como o seu, que precisam mesmo de cirurgia. O problema é que esse inversão que os médicos fazem, trocando a natureza pela cultura (inadequada e muitas vezes criminosa), da banalização da cesariana, desenvolve um clima de insegurança e instabilidade na cabeça de uma parte da população, especialmente das mães mais jovens, sem apoio profundo das mulheres mais velhas e com experiência de maternidade. Converse com mães experientes..
Certamente os primeiros dias, semanas, de uma bebê, implicam maior atenção e aprendizado. Com seis meses, estando bem, com saúde, as perspectivas são muito mais seguras.
Será aconselhável que você possa conversar de forma profunda, científica, calma, específica, com um de nós, psicólogos, para que possa elaborar melhor realismo quanto a viabilidade do desenvolvimento humano.
Abraços! A Covid e a Dengue estão vigentes: sejamos cuidadosos. A maior parte dos políticos não são confiáveis. Dentre os religiosos, há muitos que se dizem religiosos, mas na verdade, são falsos: querem é dinheiro. Fazem teatro para enganar os descuidados. Os meios de comunicação não são neutros, mas aqueles que apresentam tradição de muitos anos ou recebem o selo educativo/cultural, e não estão a serviço de alguma seita religiosa, são razoáveis. Tenha sabedoria para filtrar. A Ciência não é perfeita, mas como fez o avião, a geladeira, o rádio, o celular, faz as vacinas. Confie na Ciência! Vacine-se, vacina as crianças.
Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional.
Oi Amanda, eu sinto muito que você tenha passado por tudo isso, em um momento que era para ser mágico. Esse primeiro momento do puerpério já é muito difícil mesmo para as mães que não passaram pelo que você passou em seu parto, imagina para você.
É completamente compreensível que você se sinta-se assim. Mas não é saudável viver sempre com medo. Tente focar na parte boa que é ter seu filho ao seu filho em seus braços e ser grata pela vida dele. O pior já passou.
Sabemos que não é fácil, não existe uma fórmula mágica para tirar essa angústia de seu coração, então se esse sentimento permanecer, busque ajuda psicológica.
Olá Amanda, sinto muitíssimo que você tenha sofrido tantas violências obstétricas, certamente esse trauma tem te afetado e trazido sofrimento. O pós-parto é um período extremamente delicado, passamos por muitas questões hormonais, as mudanças com o bebê, rotina, sono etc, são multifatores que podem afetar e abalar a saúde mental materna. Recomendo fortemente que você tenha um acompanhamento psicológico para te ajudar a tratar o trauma tão profundo e complexo. Sinta-se profundamente abraçada. Conte comigo!
