Fiquei com meu ex marido por 6 anos, sendo 3 anos casada, nosso casamento foi muito conturbado, não tivemos lua de mel, pois na semana que casamos a Mãe dele que já tinha alzheimer e estava cadeirante veio morar com a gente. Após 2 anos e meio casada e passando por muitas dificuldades em relação a doença da Mãe dele, engravidei quando minha filha completou 3 meses, a Mãe dele que já vinha enfrentando um período difícil da doença faleceu em casa. Passados 4 meses ele quis se separar pois dizia que queria viver (estávamos em plena pandemia), entrei em Depressão, e comecei a tratar a ansiedade também, consegui me organizar e sai da casa dele com minha filha, aluguei um apto e fui tentar retomar a minha vida. Após sair da casa dele ele passou a visitar nossa filha esporadicamente, dando intervalos de 2/3 meses e quando morávamos juntos ele não se apegou a ela pois estava vivendo o luto da Mãe. 9 meses após ter saído da casa dele, eu veio até minha casa buscar nossa filha (apesar de ter informado que ela estava doente/febril) nesse dia ele trouxe a atual mulher e me agrediu com minha filha nos braços, me xingou. Tenho medida Protetiva que vai até maio/23 e nesse período ele não tem feito contato com a minha filha nem os familiares dele, no natal e ano novo ele mandou mensagem para o telefone da minha filha (um telefone velho que ligamos de vez em quando, ela usava para chamadas de vídeo com ele) as mensagens são enviadas na madrugada, na semana passada quando minha filha mandou um áudio para ele, após meses sem contato ele não respondeu. Minha filha só tem 3 anos e volta e meia pergunta sobre o Pai pois vê outras crianças com a presença do Pai. Não sei como agir, temo falar a verdade e magoa-la, em setembro conversei com a advogada dele para ele retomar as visitas a minha filha, mas ele não quis...Acredito que está aguardando terminar minha medida protetiva para ter contato comigo. Como devo agir em relação a minha filha? Me sinto tao mal com essa situação.
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25 JAN 2023
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Fadinha,
Não seja a fadinha... seja realista, seja verdadeira. Criança nenhuma gosta de ser enganada... toda a criança percebe a verdadeira energia que cada pessoa emite...
O que voce fez foi correto, mas não deve permitir ele te agredir e nem levar a companheira dele junto quando vai visitar a filha.
Voce não deve permotir dar o celular para a tua filha... ela está com 3 naos!!! Muito menos ele mandar de madrugada. Voce deve impor ordem e disciplina; ele que se adeque como voce quer, a casa é tua e não como ele quer.
Se deixar, ele vai esculachar com a tua vida, com a tua casa, vai envenenar a filha.
Para a filha, seja verdadeira e conte a verdade sim. Criança merece saber a verdade e não ficar uma dupla mensagem ; se é frio é frio, se é quente é quente. Isto evita ela ter problemas mais tarde.
Juridicamente ele está pagando a pensão para a filha? Não se desculde disso!
Se precisar, busque ajuda.
Abraços
Obrigado por nos escrever, estamos aqui para te auxiliar no que for possível. Inicialmente é preciso considerar que sua filha ainda é muito nova para que possa entender explicações detalhadas sobre esse assunto, neste sentido é importante sim dar informações para ela sobre o pai, mas não necessariamente entrar em detalhes. Um acompanhamento com profissional de Psicologia, para sua filha, que seja especialista em atendimento infantil, é importante neste momento, pois se houverem dúvidas ou questões sobre esse contexto, isso pode ser abordado nas sessões, sem que haja maiores prejuízos para sua filha, e para você também, pensando sempre na manutenção e construção de uma boa relação entre você, sua filha e o pai dela. Sobre esse ponto, é fundamental pontuar que uma criança precisa usufruir de uma convivência saudável com ambos os genitores, de maneira harmônica, para que o desenvolvimento emocional dela não fique comprometido, o que poderia ser muito problemático para outras áreas no futuro, como aprendizado, socialização, etc. Então, pensando no bem estar de sua filha, no seu bom desenvolvimento, na sua saúde mental e emocional, é muito indicado que você e o pai desenvolvam uma boa relação, um bom diálogo, e uma boa convivência. E isso precisa ser trabalhado por ambas as partes, se necessários com auxílio de Psicólogos, até que possam chegar em uma convivência harmônica e satisfatória para o cuidado de sua filha, que deve ser sempre o foco de nossas ações e preocupações. A mediação com advogados pode ajudar, e por vezes realmente é indispensável, mas se vocês conseguirem um entendimento também extra advogados, isso vai ajudar muito, até mesmo na atuação dos advogados. A guarda compartilhada não diz respeito a apenas dividir o tempo de convivência com ambos os genitores, mas pressupõe, principalmente, que ambos compartilhem das decisões no que diz respeito a educação e a criação da criança, de maneira uníssona e harmônica, deixando transparecer para a criança que, apesar de estarem separados, os pais estão unidos, oferecendo segurança afetiva e emocional, possuindo os mesmos objetivos para a educação da criança, e isso requer sensibilidade. Para que esse entendimento possa acontecer, ambos tem que estar, pelo menos, aberto ao diálogo, e ter em mente que todos os esforços estão sendo feito pensando na saúde integral de sua filha. Neste caso, um Psicólogo passa a ser imprescindível em seu contexto.
Olá Fadinha.
Existem vários aspectos a serem lidados pois é uma situação delicada que envolve a parte jurídica também. Mas em relação à sua filha, o ideal é que você procure ajuda psicológica com su filha para que este assunto seja lidado da melhor forma possível. É uma situação de conflito que deve haver a mediação de um psicólogo.
Olá Fadinha! Obrigado por escrever. Será importante entender a abrangência e significado da medida protetiva, pois a mesma, gera a necessidade de cuidado e respeito por parte dele. Também será importante entender mais detalhadamente seu contexto de vida, assim como as condições e potenciais comportamentos dele. Quanto a falar para a sua filha, a questão central não é falar ou não, a questão é quando, com qual intenção e principalmente, como falar.
Devemos fazer o possível para que toda criança, sinta que conta com um pai e uma mãe. Esse pai e essa mãe, com seus defeitos e qualidades, com suas coerências e incoerências, devem facilitar a harmonia da criança com a imagem da mãe e imagem do pai.
Estarei a disposição para maiores aprofundamentos.
Abraços! A Covid, a Dengue, exigem cuidados e atenção. Vacine-se, vacine as crianças. Valorize mais a Ciência. Ela não é perfeita mais permite avanços. É impressionante como falsos políticos e falsos religiosos usam a fé dos mais simples. Cuidemos do atual resgate da civilização e da democracia. Não há meios de comunicação neutro ou perfeito, mas há instituições mais sérias, mais abertas. Verifiquemos as informações com maior critério. Vejamos o que falam as TVs educativas, os canais abertos com maior tradição de cultura. Valores aprimorados por décadas, não podem ser descartados por interesses de pequenos grupos radicais. Não fortaleça terroristas, bárbaros e primitivos.
Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional.
