Olá.
Tenho um filho de 3 anos que desde quando completou 1 ano, se mudou com a mãe a 200km de distância.
Vejo ele de 15 em 15 dias e falo por telefone praticamente todos os dias.
Ele nunca gostou de conversar no telefone com ninguém, mas de um tempo pra ca ele vem dizendo que não quer falar comigo, que não gosta de mim, só da mamãe, desliga o telefone na minha cara, diz que sou bobinho e etc. Quando estou pessoalmente e longe da mãe, ele se torna outra pessoa, diz que sente saudades de mim. Recentemente conversei bem sério com ele sobre ficar chamando mãe, pai e avós de bobinhos, que isso é feio e etc e aí ele aprendeu e enquanto estava fisicamente comigo, parou de falar isso. Porém, foi eu ligar a primeira vez pra ele começar a dizer que não quer falar comigo e que sou bobinho. Quando digo que estou com saudades, ele vira e diz que não sente saudades de mim, só da mamãe.
Nas últimas férias, como ele ficou muito tempo sem ver a mãe, no começo ele tinha uma atitude praticamente igual quando ele falava com ela no telefone, dizendo que não tava com saudades e etc. Mas, mais pro final das férias, ele começou a dizer que sentia saudades e etc, mesmo ele ficando 100% feliz enquanto estava comigo e com minha família. Não deu trabalho nem nada disso.
Digo isso porque, apesar de pensar que a mãe pode estar de alguma forma afetando a forma como ele enxerga o pai, ele tem um comportamento bem parecido com ela quando está comigo e eu insisto pra ele falar com ela, não xingá-la de bobinha e etc. Ou seja, às vezes penso que isso pode ser normal nessa idade.
Já insisti pra mãe levá-lo ao psicologo e a gente escutar uma opinião profissional, mas ela rejeita e diz que quem tem que conhecer filhos são pais e mães. E, pela minha distância, fica inviável eu levá-lo a um psicologo de forma constante.
Gostaria de uma orientação de profissionais pra saber se essa "rejeição" ao pai é normal quando se está longe, numa tela de celular, e quando está perto é meu melhor amigo e tal.
Dói ouvir que ele não sente saudades e que não gosta do papai.
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1 FEV 2023
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Olá LHB. Compreendo o quanto seja difícil de fato ouvir seu filho dizer isso. Mas quando olhamos para o cenário infantil, precisamos compreender que ele é uma criança que ainda não sabe se expressar claramente com suas dores. Muitos adultos tem essa dificuldade de expressar os sentimentos que sentem, imagina uma criança nessa fase. Ele deve estar sentindo a falta e por ainda não saber se expressa possa apresentar agressividade e irritabilidade, sempre que manter um contato com a fonte de angústia. Ele não consegue compreender o motivo de seus pais estarem separados. Realmente seria bom que ele estivesse em acompanhamento psicológico, mas prioritariamente os pais deveriam estar nesse acompanhamento. A criança é quem está sendo afetada pelos comportamentos dos pais, de forma geral. Busque ajuda psicológica para aprender a lidar com esse processo.
LHB
Quem precisa ir à Psicoterapia são voces, pais e não a criança.
Voces precisam de orientações sobre como resolver seus conflitos, seus problemas sem envolver as crianças.
Precisam aprender como lidar com seu filho, que está bem, é inteligente, muito mais do que voce imagina.
Precisa entender que até os 4/5 anos o filho é uma unidade com a sua mãe, como se tivessem o mesmo corpo, os mesmos sentimentos, a mesma alma. Só depois é que o filho começa a se perceber como alguém diferente da mãe, que ele é ele e a mãe é outra pessoa, com outras vontades...
Com certeza este afastamento de voces dois é muito pesado para ele; a negação dele é uma tentativa de abafar em si a saudade, por isso te chama de bobinho... e voce não entende esta linguagem dele, fica magoado... neste momento voce tem menos compreensão do que seu filho de 3 anos.
Devem parar de fazer chantagens emocionais com ele e deixar ele ir processando aos poucos e no ritmo dele, esta situação.
Desculpa se fui duro na exposição, mas não dá para colocar a criança que tem 3 anos que é colocada no olho do furacão, criado por voce, pais!
Não há nada superior à verdade!
Abraços
Olá LHB! Obrigado por escrever. Seu relato reflete algo bastante comum e frequente em situações de separação, com crianças em idade assemelhada com a de seu filho. Tanto você, quanto a mãe querem o melhor para a criança. A criança é inseparável do pai e da mãe. Tenham sabedoria para valorizarem-se (pai e mãe), isso é sinônimo de valorizar ao filho e dar a ele, segurança.
Nessa idade de seu filho, entendo como mais adequado, você se orientar com um psicólogo, em vez de levar a criança.
Estou a disposição para fundamentar e trabalhar.
Abraços! A Covid, a Dengue, exigem cuidados e atenção. Vacine-se, vacine as crianças. Valorize mais a Ciência. Ela não é perfeita mais permite avanços. É impressionante como falsos políticos e falsos religiosos usam a fé dos mais simples. Cuidemos do atual resgate da civilização e da democracia. Não há meios de comunicação neutro ou perfeito, mas há instituições mais sérias, mais abertas. Verifiquemos as informações com maior critério. Vejamos o que falam as TVs educativas, os canais abertos com maior tradição de cultura. Valores aprimorados por décadas, não podem ser descartados por interesses de pequenos grupos radicais. Quem apoia terrorista, primitivo, bárbaro, se faz um deles.
Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional.
