Tenho 22 anos (mas ainda não beijei e sou virgem). Desde sempre me interessei pelo sexo masculino. Tive muitos crushs em caras famosos, meninos da escola e da faculdade. Sempre me imaginei tendo um namorado e um companheiro de vida e ainda é um grande desejo para mim. Mas, de alguns anos para cá, comecei a perceber que meninas bonitas me causam um efeito diferente. Às vezes, meu coração salta quando vejo uma menina bonita na faculdade e teria até vontade de beija-la para ver como é. Já tive também algumas obsessões por celebridades femininas (inclusive tenho uma agora), em que a beleza dela me deixa extasiada. E talvez, apenas talvez, eu sinta algo sexual. Mas, não do mesmo jeito que para homens, é menos intenso. É difícil colocar em palavras. A maioria dos meus sonhos envolvem homens, mas já sonhei que namorava uma mulher (quase não tenho sonhos eróticos, mesmo para homens), romanticamente eu gostava dela (era a celebridade por quem eu tenho um crush), mas terminamos e depois comecei a namorar um rapaz. Também já me chamei de "bissexual" nos meus sonhos. Mas, é muito estranho, porque na vida real, desejo namorar apenas homens. Eu não me vejo como queer, talvez bissexual sim, mas não me vejo dentro da comunidade LGBT+, porque sou "quase hétero". Algum psicólogo pode me ajudar a me entender?
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7 SET 2023
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Olá!
Vejo vários pontos interessantes e de dúvidas internas na sua pergunta aqui. Eu, inicialmente, não focaria tanto na questão da atração por ambos os sexos, seja visual ou sexualmente, mas nas sensações que você tem, no seu histórico amoroso, sentimentos, ambiente que frequenta e outros pontos para poder te auxiliar a compreender melhor o que está sentindo e te causando esse conjunto de sensações.
Tenho alguns pacientes que abordam comigo questões bastante semelhantes às suas e acredito ter uma boa expertise para conversar com você sobre o seu caso.
Há diversos fatores que influenciam na questão da sexualidade e poderíamos conversar, absolutamente sem compromisso, sobre isso, caso você se sinta disposta e à vontade para comentar sobre o seu caso, de forma mais orientada.
Estou à disposição!
Olá Ana,
Rotular seus sentimentos e quem você é não é ideal neste momento. Sugiro que trabalhe mais suas questões para se entender e se descobrir. Fico a disposição para um encontro on-line para lhe falar como a psicoterapia pode ajudá-la neste processo, abraços
Ana
Voce quer definir a tua sexualidade através do intelecto, da racionalidade e isso não é possível.
A vida te deu a liberdade para você se relacionar com quem quiser e por tua escolha, decidir.
O meio, o sistema, ao contrário, te dá o limite, a proibição, o julgamento, o condicionamento, o pode e não pode, a culpa e o medo.
Agora, você está com 22 anos e pode iniciar ser responsável por suas escolhas e decisões, resolver teus problemas, curar teus traumas, tuas carências e se tornar dona da sua vida.
Pouco importa se é hetero ou bi. Não precisa se definir; precisa experimentar, vivenciar, seja você mesma.
Se depois surgir algum conflito, pode resolver. Conflitos servem para expandir a consciência e derrubar barreiras. Conflitos não são problemas; são desafios à tua inteligência.
Ouse e seja.
Abraços
Fica difícil em somente apenas um relato responder essa pergunta, mas penso que independente da nomenclatura (hetero ou bi), que o mais importante são suas vontades e seus desejos. Parece que você não tem dúvidas de que gosta e se sente atraída por homens, mas parece que também existe uma certa atração por algumas mulheres, e tudo bem. Seria interessante que pudesse vivenciar tanto o contato mais íntimo com homens quanto com mulheres, pois às vezes nós temos fantasias e curiosidades, e que quando realizadas já nos sentimos satisfeitas e não mais pensamos naquilo. Outras vezes podemos notar que queremos repetir. Acho que o mais importante disso tudo seria buscar uma terapia e se abrir para conhecer pessoas. Como tem 22 anos e ainda não beijou na boca, creio que tenha muitas experiências ainda para serem vividas.
Oi, Ana! A sexualidade humana se configura em um espectro bastante amplo. Seria irresponsável (beirando o antiético), ainda mais com um relato tão curto, inferir qualquer conclusão ou (pior ainda) opinião. Penso que o mais interessante seria observar quais construtos você carrega sobre "estar dentro da comunidade LGBT+", o que para você significaria "ser bissexual", e o que é ser "quase hétero"? O que você aprendeu sobre tudo isso? De onde vem essa busca por uma definição? E como seria a possibilidade de experimentar, como você falou, "beijar a menina que te saltou o coração", "ver como é"? Que preocupações emergem? Sem dúvidas uma boa terapia poderia te ajudar com esse processo de se entender. :)
Olá Ana! Que bom que você escreveu! Não há dúvidas: você vivencia heterossexualidade. Todos os seres humanos razoáveis vivenciam energias assemelhadas. O que está acontecendo na atualidade é que as pessoas, com base em momentos imaginários, vivenciam confusão entre a realidade e a fantasia. A grande, inconsequente e rasa liberdade pode desencadear em prisão dificultadora.
O que está te faltando é espaço para sentir profundamente a comunicação natural das energias humanas éticas e originais das pessoas de tua idade.
Vivencie turmas de colegas e conhecidos éticos e saudáveis, estudo com comprometimento, trabalhe com seriedade, vivencie grupos de estudos, teatro, arte, cultura, serviços comunitários, dentre outros. Uma parte dessas pessoas, na convivência da amizade, te permitirá ver e captar com ponderação as razões e direções de nossas energias e buscas e seus devidos fundamentos. Observe o usual.
Abraços! A Covid e a Dengue estão vigentes: sejamos cuidadosos. A maior parte dos políticos não são confiáveis. Dentre os religiosos, há muitos que se dizem religiosos, mas na verdade, são falsos: querem é dinheiro. Fazem teatro para enganar os descuidados. Os meios de comunicação não são neutros, mas aqueles que apresentam tradição de muitos anos ou recebem o selo educativo/cultural, e não estão a serviço de alguma seita religiosa, são razoáveis. Tenha sabedoria para filtrar. A Ciência não é perfeita, mas como fez o avião, a geladeira, o rádio, o celular, faz as vacinas. Confie na Ciência! Vacine-se, vacina as crianças.
Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional.
