Terapia familiar e de casal: efetiva ou não?
Com a ajuda do psicoterapeuta, o casal pode encontrar suas próprias soluções criativas, sendo a terapia muito mais que um aconselhamento.
O campo da terapia de casal desafia a possibilidade de uma revisão simples, pois muitas correntes, tendências, diferentes abordagens e perspectivas afloraram e conviveram ao longo do tempo.
Outro ponto de desacordo, entre os revisores, está na avaliação dos avanços realizados da maturidade do campo da psicoterapia de casal, sendo que, muitas vezes, são citados e discutidos os mesmos autores e trabalhos como referência e validação de suas conclusões. Alguns autores chegaram à conclusão, por exemplo, de que a terapia de casal havia chegado à maturidade. Muitas vezes há o viés do revisor da teoria, que considera apenas a sua perspectiva teórica para falar do desenvolvimento daquele assunto. Na maior parte dos livros de terapia familiar fala sobre a psicoterapia de casal pois há um mito: a pouca importância desse atendimento, ainda pouco conhecido e pesquisado.
Numa perspectiva histórica desse tipo de atendimento, há os trabalhos de pioneiros como C.C. Jung que escreveu no contexto de sua obra, já no início do século XX, sobre aspectos ligados ao atendimento de casais.
Na fase do aconselhamento matrimonial, clérigos, médicos, educadores que procuravam auxiliar eminentemente de forma preventivaos jovens casais a lidar com as dificuldades, na maior parte das vezes, esclarecendo a realidade biológica ou dando conselhos que procuravam adequar o casal aos padrões esperados pela sociedade de como ser e agir, na intimidade. A segunda e terceira fase tiveram poucos avanços, tendo a terceira um maior destaque, pelo seu crescimento na "Formação". O tratamento, até então, era individual (MAXELL, s/d).
Na psicanálise, de maneira geral atendendo a um público individual, houve dificuldades em atender em casal, principalmente porque antes apenas se via conflitos intrapsíquicos.
A seleção do parceiro na formação do casal e fatores que levavam à manutenção das relações, mesmo em situações de extremo estresse, já despertava o interesse de psicanalistas neste período.
Ainda sim, o atendimento desenvolvido foi no sentido de destacar e ''corrigir'' as percepções distorcidas de ambos os cônjuges, sendo tal contribuição de vital importância para essa modalidade psicoterapeutica, visto que o sujeito normal também tem um caráter "neurótico" presente, sendo este caráter intrínseco a todos os indivíduos. A terapia visa:
- observar e clarificar as questões do casal
- como "cooperam"
- que olhar têm de sua relação com o outro
- de que contexto vieram
- quais crenças (conscientes ou não) e comportamentos, permeiam o conflito (MAXWELL, S/D; SHAZER, 86) utilizando, como base, as Teorias da Comunicação de G. Bateson e a teoria de terapia familiar breve de S. de Shazer.
Assim, a terapia não fica centrada no terapeuta, que detém o saber: o casal pode, com o auxílio do psicoterapeuta, encontrar suas próprias soluções criativas para seus problemas, sendo isto muito mais que um mero aconselhamento (eu sei os seus problemas e por isso o explico a vocês) ou explicações (biológicas, para disfunções sexuais, dificuldades afetivas e na intimidade com o outro, infidelidades, entre outras).
Por último, é importante salientar que na Teoria Sistêmica a questão é vista de diferentes ângulos, sem correto e errado pois há diferentes pontos de vista para a mesma situação, como um binóculo. Mudando-se a perspectiva de onde se olha, se acha maneiras diferentes de ser e estar no mundo.
Referência bibliográfica:
MAXWELL: PUC-RIO Terapia de casal: uma breve revisão. s/d.
SHAZER, Steve de. Terapia Familiar Breve. Editora Summus, 208 p. 1986.
Fotos: MundoPsciólogos.com
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