Síndrome de Tinderella: relações que não levam a nada

Há pessoas que estão mais interessadas em paquerar no mundo virtual do que ter um encontro na vida real. Conhece alguém assim? Cuidado, você pode estar sendo vítima da síndrome de Tinderell

7 MAR 2018 · Leitura: min.
Síndrome de Tinderella: relações que não levam a nada

Verdade seja dita: isso de que é preciso ter um companheiro para ser feliz já está totalmente fora de moda. Há muita gente solteira por opção, e que vive uma vida plena e realizada.

Por outro lado, não há nada de mal em querer dividir sua vida com alguém e achar que disso depende parte importante da sua satisfação. Nos tempos de hoje, em que muito da vida social passa pelo virtual, as redes sociais e os aplicativos de relacionamento são recursos cada vez mais utilizados por quem anda à procura de um amor.

Mas cuidado! Não é a primeira vez que a internet influencia nosso comportamento social a ponto de criar um novo fenômeno. Um dos mais recentes é a síndrome de Tinderella, que faz referência à conhecida rede de encontros amorosos e ao conto de fadas do "foram felizes para sempre". A realidade aqui, entretanto, é bem diferente.

Trata-se de pessoas que investem muito tempo e energia em se relacionar virtualmente com parceiros potenciais, mas sem qualquer intenção de marcar um encontro presencial. Ao se sentirem pressionadas, ou ao perderem o interesse, simplesmente desaparecem sem dar explicações, dando o chamado "ghosting".

Paquera precisa de foco, ou...

Não há nada de errado em ser seletivos, em conectar com diferentes pessoas, conversar e comparar perfis. A forma como as pessoas se relacionam muda com o tempo, e é natural que surjam novas dinâmicas.

Com aplicativos como o Tinder ou o WhatsApp, ficou muito mais fácil conhecer gente nova. Para muitos, facilitou inclusive a separação entre amor e sexo, já que costumam ser recursos bastante utilizados quando há interesse num encontro rápido, sem compromisso.

Num primeiro momento, não há nada errado nisso. O cuidado deve ser com os excessos.

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O que está por trás dos "tinderellos"

Normalmente são pessoas que estão encantadas com a intimidade que esses canais virtuais podem proporcionar. Relacionam-se com várias pessoas ao mesmo tempo, aproveitando tudo o de positivo que essa fase de "descobrimentos" pode proporcionar.

Não deixam de ser contraditórios, já que o objetivo primeiro da rede é viabilizar um encontro presencial, que o tinderello não tem a mínima intenção de cumprir.

Por trás desse comportamento, costuma haver um problema de autoestima, mais do que o próprio gosto pela sedução e conquista. São pessoas que costumam ser fascinantes no mundo virtual, mas que dificilmente serão capazes de cumprir com as expectativas geradas se houver um encontro no mundo real.

Especialistas em psicologia comportamental coincidem em que os protagonistas da síndrome de Tinderella têm uma personalidade insegura, mantendo uma visão imatura sobre o que realmente são as relações humanas. Idealizam uma visão de amor que é infantil e irrealizável.

Como resultado, quem decide embarcar num relacionamento virtual com um tinderello estará convivendo com uma pessoa caprichosa e egoísta, que vai deixando uma série de "vítimas" a seu passo.

Se os tempos modernos indicam que os relacionamentos dificilmente acontecerão sem passar por essas plataformas, é importante tratar de entender onde estão os limites do equilíbrio e da saúde mental. O online jamais será um substituto contundente para a vida real.

Fotos: MundoPsicologos

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Comentários 1
  • Cidiana Gonzatto

    Excelente artigo. O mundo virtual possue realmente um papel fundamental no jogo social e nas relações humanas. O problema reside no exagero valor atemporal que lhe é dado. Percebo diariamente que há pessoas as quais somente estabelecem ligações no âmbito virtual. Talvez nem eles saibam o mal que os acomete.apenas se fascinam e se deixam levar.Projetam neste tipo de relação solúvel, ideais que jamais seram atingidos no plano mundano. Fico perplexa em observar a evolução da comunicação nos dias de hoje.

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