O que é o transtorno obsessivo compulsivo (TOC)?

É um pouco complicado definir a limitação entre o que se refere a uma preocupação sadia e uma ansiedade causadora de transtorno. 

12 MAR 2014 · Leitura: min.
O que é o transtorno obsessivo compulsivo (TOC)?

Existem pessoas que, em diversas situações, precisam repetir as mesmas coisas por diversas vezes para ficarem tranquilas. É um pouco complicado definir a limitação entre o que se refere a uma preocupação sadia e uma ansiedade causadora de transtorno.

Quando um pensamento ruim toma sua mente, mesmo sabendo que você tem certeza de ter repetidamente feito um ato (como trancar a porta, por exemplo) por diversas vezes, mas mesmo assim sente-se inseguro, e tais pensamentos começam a lhe estabelecer rituais para alívio da ansiedade, está na hora de procurar um psicólogo, pois você pode ter um transtorno chamado transtorno obsessivo-compulsivo, ou simplesmente TOC.

O TOC lhe provoca mudanças no modo de pensar, no seu comportamento, nas emoções e por muitas vezes interfere diretamente nas suas atividades do dia a dia, prejudicando seus relacionamentos, a qualidade de vida, seus horários, etc.

Porém, não existe apenas um mecanismo único para o desequilíbrio. Muitos estudos demonstram que existe uma falta de harmonia em áreas específicas do córtex orbital e na parte mais profunda do quarteto cerebral.

A característica fundamental do TOC é a persistência de uma dúvida, que a torna obsessiva. Por conceito, a obsessão é algo (pensamento, ideia, música, etc.) que por repetidas vezes invade a mente com constância, até que a pessoa que está incomodada crie um hábito ritual para que se possa excluí-lo.

É claro que todos nós em certo momento, apresentamos alguma característica ritualística, como por exemplo, quando as crianças andam na calçada e se colocam a pisar somente nas faixas brancas, porém se este esta brincadeira persistir dia após dia, causando impedimentos na vida pessoal, já deixa de ser uma brincadeira e passa a ser TOC.

A principal característica do transtorno obsessivo-compulsivo é a presença tanto de obsessões, como de compulsões. A obsessão é a representação da parte mental desta doença. A mente obcecada ocorre contra a vontade da pessoa, tirando-lhe a capacidade de pensar de uma forma diferente.

Os principais sintomas do TOC são: pensamento invasivo e repetitivo de forma incontrolável; prática excessiva de atos necessários para que a ansiedade seja aliviada; falta de explicações para o porquê do ato repetitivo.

Nas crianças, há um limite tênue sobre seus rituais (ou mania no termo popular da palavra) e o TOC. Para que seja considerado patológico é necessário que haja a interferência direta na qualidade de vida da pessoa. Que impeça ou atrapalhe, seja adulto ou criança, de realizar as tarefas cotidianas, como por exemplo, o simples fato de ir para escola. Se uma criança tem um ritual que a faz chegar todos os dias atrasadas, é bom ficar atento, para ver se não é uma "simples mania" ou se o transtorno está presente.

Não é uma regra, porém por estatística, tem-se que cerca de 80% dos casos apresentados, aparecem ou, se manifestam anteriormente aos 18 anos e cerca de 50% vem antes dos 15 anos.

Além disso, a estatística mostra também que a frequência do aparecimento deste transtorno na população se apresenta entre 2% e 4%, ou seja, para cada 1000 pessoas, temos entre 20 e 40 pessoas com TOC. Ao longo da vida, a frequência da constatação do TOC para homens e mulheres é igual, mas difere-se no aparecimento pela faixa etária, sendo mais comum para os meninos na infância.

De outra forma, há uma influência paterna, não no surgimento, mas sim que permite a permanência dos rituais.

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Em relação ao tratamento da criança, primeiro se faz necessário que os pais sejam esclarecidos e assim saibam diferenciar o que faz parte da infância e o que não faz. A principal coisa que deve ser observada é se estes rituais atrapalham a vida da criança, bem como a de seus pais ou do resto da família. Ter a informação de que esta é uma doença e tem tratamento é o primeiro grande passo. Quanto mais tiverem a informação e o acompanhamento de um psicólogo, maiores e melhores se apresentam os resultados.

Muito se diverge sobre qual seria a primeira metodologia e a abordagem terapêutica, se utilizarão remédios ou não. Entre os tratamentos sem medicamentos, o que comprovadamente é mais eficaz é a chamada "terapia cognitivo-comportamental" ou (TCC). De uma forma rudimentar, o foco é expor a pessoa com TOC aos seus geradores de ansiedade mais brandos, fazendo com que realizem cada vez menos seus rituais (de preferência isoladamente). Há necessidade de hierarquizar o processo terapêutico, partindo dos mais brandos e chegando até os mais difíceis.

De forma geral, o tratamento medicamentoso faz uso de antidepressivos, que inibem a serotonina.

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Escrito por

Eduardo Henrique Niess Pokk

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