"Nenhuma ideia vale uma vida!"

Precisamos falar sobre um tema bastante importante e, não apenas no mês de Setembro, mês de campanha de prevenção ao suicídio, mas por ter necessidade de superar o tabu do tema morte e desenvolver a

4 MAR 2024 · Leitura: min.
"Nenhuma ideia vale uma vida!"

Campanha de Setembro Amarelo – Mês de prevenção ao Suicídio

Precisamos falar sobre um tema bastante importante e, não apenas no mês de Setembro, mês de campanha de prevenção ao suicídio, mas por ter necessidade de superar o tabu do tema morte e desenvolver a nossa empatia.

Falar de suicídio é falar de empatia, de amor ao próximo, de compreensão, de amizade, de compreender a dor do outro.

Muitas vezes ouvimos discursos cheios de preconceitos e verdades absolutas, repletos de julgamentos e falta de compreensão… e não paramos para pensar o que leva uma pessoa a cometer um ato tão brutal contra si.

Será mesmo que seria um ato egocêntrico?Será mesmo que é apenas para chamar a atenção ou ter pouca fé em Deus?!

A dor psíquica pode ser tão grande que os que pensam, tentam ou cometem suicídio pensam em poder encontrar na morte uma solução. Pode ser consequência de uma dor muito grande, de uma perda muito importante, de uma depressão…

Não é frescura, não é para chamar a atenção, não é falta de Deus ou de fé…Não podemos julgar, devemos compreender a dor do outro e ajudá-lo a conseguir passar e superar este momento difícil.

Pode parecer clichê, mas uma escuta ativa e sincera, compreensão, amor e um não julgamento, pode salvar vidas…

Na Psicologia, há a técnica chamada a "cura pela palavra". A palavra tem uma força transformadora, um poder incrível. Quando falamos sobre nossa angústia, nosso sofrimento e nos sentimos compreendidos, acolhidos, conseguimos renovar as forças e recomeçar…

Que possamos ser mais humanos, mais empáticos, mais solidários, mais compreensivos e mais amorosos com o outro… respeitando a dor, o sofrimento, as experiências e as escolhas do outro…

Lembre-se: Você não está só!Há pessoas que trabalham para te ajudar, te dar a mão nesse processo e te acompanhar nesse momento difícil.Sua vida é importante, você é importante!

"a morte enquanto tal é praticamente impensável e quando, por alguma razão de força maior, ela se impõe à consciência e à elaboração, isso só se dá com muito sofrimento, em situações de vulnerabilidade e através das experiência sofridas do desamparo, que de fato são experiências dos seres humanos vivos que vivenciam a precariedade da condição humana mas não a morte. Esta impossibilidade provavelmente explica o porquê as sociedades contemporâneas têm cada vez mais dificuldades em pensar a questão da morte e do morrer em seus aspectos de processo e em suas múltiplas significações, e isso apesar da sociedade contemporânea ter-se tornado uma sociedade do risco, na qual se multiplicam as ocasiões de experienciar a vulnerabilidade e enfrentar a morte em situações violentas de vários tipos". (Schramm, 2002, p.18).

Trago esta música como tema por trás deste texto porque retrata as dificuldades que encontramos no decorrer da vida, mas traz também o sentimento de esperança por dias melhores, mesmo diante de tanta angústia podemos encontrar uma solução melhor do que a finitude da vida.

"Quando não houver saídaQuando não houver mais soluçãoAinda há de haver saídaNenhuma ideia vale uma vida

Quando não houver esperançaQuando não restar nem ilusãoAinda há de haver esperançaEm cada um de nós, algo de uma criança

Enquanto houver solEnquanto houver solAinda haveráEnquanto houver solEnquanto houver sol

Quando não houver caminhoMesmo sem amor, sem direçãoA sós ninguém está sozinhoÉ caminhando que se faz o caminho

Quando não houver desejoQuando não restar nem mesmo dorAinda há de haver desejo

Em cada um de nós, aonde Deus colocou

Enquanto houver solEnquanto houver solAinda haveráEnquanto houver sol"

- Enquanto houver sol (Titãs).

Por Carol Freitas

Referências:

SCHRAMM, F. R. Morte e Finitude em nossa sociedade: implicações no ensino dos cuidados paliativos. Revista Brasileira de Cancerologia, Rio de Janeiro, p. 17-20, 2002. 

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Escrito por

Carol Freitas

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