Quanto estás disposto à investir em você?

Uma das grandes questões que o paciente se pergunta é quando dar início a sua análise e o que buscar na mesma. O objetivo deste artigo é justamente esclarecer este aspecto.

23 NOV 2016 · Leitura: min.
Quanto estás disposto à investir em você?

Uma mensagem no whats. Uma solicitação: entrevista inicial. Todavia, a pessoa em questão só teria disponibilidade no final de semana. Respondi que não havia problemas: o sofrer não tem hora.

No consultório informou que estava em dúvida se deveria ou não iniciar sua análise.

É uma questão comum. Se você se reconheceu creio que possa auxiliá-lo nesse momento.

A primeira pergunta que o futuro analisando deve fazer é: quanto estás disposto a investir em você?

Sim. Análise é um investimento. E não falo somente em investimento financeiro, mas, em investimento de tempo, reflexão, desejo, vontade de sair da posição, ao qual, se encontra e dar um passo adiante.

Para isso é preciso saber no que você quer investir.

Se sofre de um transtorno alimentar, pânico, depressão... Seu investimento será para libertar-se desse sofrer.

Talvez sua questão envolva as relações amorosas: anaclíticas, narcísicas, fraternais. Quiçá uma dualidade entre o luto e vir a vida: a redescoberta após a perda.

Para outros o conhecer a si mesmo é investimento. Nesse caso descobrir o que é seu, o que é do outro, porque vejo a vida com determinadas cores consiste no seu objetivo final.

Logo, esse caminho a ser feito cabe a todas as questões humanas.

Como trabalho com a psicanálise não existem questões bobas, palavras vãs, indagações que não precisem serem "revisitadas". Tudo é importante. E tudo é tudo.

Investimento também envolve a escolha do profissional que irá percorrer essa jornada ao seu lado.

Lembre-se: você trará suas jóias mais preciosas, compartilhará suas questões mais profundas. Em quais mãos você vai por essas jóias para serem avaliadas, lapidadas?

E se são jóias estão em um cofre, ao qual, você nunca mostrou a ninguém. Portanto, serão expostas a outro olhar pela primeira vez.

Indagar quanto a abordagem é importante, pois, envolve a visão do profissional de homem e mundo, logo, envolve também a forma de manejo, ao qual, serás conduzido nessa estrada.

Trabalho com a psicanálise. Com um homem constituído pelo real, simbólico e imaginário. Movido por forças inconscientes que necessitam serem conhecidas. Trabalho com o desejo. Com o poder da palavra do outro sobre ti. Com esse grande outro que desconheces e te inibi. Trabalho com a repetição, com os pensamentos que retornam como fantasmas. Este é o manejo, olhar, modo operante, ao qual, trabalho. E sim: utilizo um divã.

Mas, porque usar o divã enquanto outros não?

Eis meu diferencial: quando frente um ao outro na cadeira temos o olhar do outro. Nossas palavras passam pelo julgo do outro. No divã: você terá que olhar só para você, verá a si mesmo. Terá de se haver realmente consigo.

Por isso repito sempre meu lema aos meus pacientes na primeira sessão: entre o sofrimento e a liberdade há uma ponte. Uma ponte chamada inconsciente.

É um convite. Uma provocação.

Seja bem-vindo. Sinta-se à vontade. Indague-se. Escute-se. Pergunte. Não tema.

Fim da sessão.

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Escrito por

Ricardo Steil Psicanalista

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