Empregar-se em tempos de crise

Estamos passando por uma crise econômica? Tudo indica que sim, tanto que que se refere a economia quanto a política. O aspecto político atinge diretamente os direitos de trabalhadores.

3 NOV 2019 · Leitura: min.
Empregar-se em tempos de crise

Isso afeta a empregabilidade, isto é, as possibilidades das pessoas disponibilizarem a sua potência física e intelectual em troca de remuneração que reverte em seu próprio sustento e de seus dependentes. Por isso, pensei em escrever um texto sobre entrevista de emprego, o que fazer e não desanimar.

O primeiro ponto é identificar o que você faz bem e gosta de fazer, em vez de no desespero, procurar qualquer atividade. Caso você trabalhe em uma atividade qualquer para poder suprir suas necessidades imediatas, considere como transitório. Mantenha-se, na medida de suas possibilidades, informado (a) e preparado (a) para participar de processos seletivos ou concursos cuas vagas lhe interessam.

O segundo ponto é identificar no que e em que local você gostaria de trabalhar. Pesquise, obtenha informações e escolha. Nada impede que se faça isso. A partir da sua compreensão sobre o local em que deseja trabalhar prepare-se.

O terceiro ponto é preparar-se para os processos seletivos. Neste último ponto temos alguns desdobramentos, especificamente, questões de ordem psicológica. Isto porque um contexto em que as pessoas perdem direitos e tem poucas condições de lutar para mantê-los, poderá gerar ansiedade, depressão e no mais da vezes, insegurança.

Partimos de um visão de que uma psicopatologia como a ansiedade ou a depressão está alinhada a um contexto, o que chamamos de condições de possibilidade para que ocorra. Portanto, a ansiedade e a depressão que acomete um número expressivo de pessoas deve ser entendido numa situação que encerra as condições de possibilidade.

Certamente, para a superação da depressão e da ansiedade é fundamentar comprometer-se num processo psicoterapêutico, que envolve compreender sua própria subjetividade. Mas, podemos oferecer neste breve texto, uma singela orientação.

Primeiramente, faz-se importante refletir sobre o contexto. Neste sentido, os (as) responsáveis pelos (as) processos de demissão ou seletivos, alinhados a uma visão individualista de mundo própria deste contexto, culpa a pessoa que trabalha pelo acontecimento.

É bastante comum ouvir as trabalhadoras e trabalhadores falarem sobre seu próprio fracasso, pois encontram poucos recursos culturais e intelectuais para compreenderem a política que delineia as condutas de gestores (as) de organizações privadas e públicas. Essa individualização do problema pode levar quem trabalha a desqualificar-se ou não entender o que há de errado consigo.

Por isso é importante que você contextualize a empregabilidade. Nestes casos, é preciso qualificar as suas potencialidades e identificar o que você carece para assumir espaços de trabalho que você deseja e encarar concursos e processos seletivos. Organizar este projeto na linha do tempo, como, por exemplo, considerar seus planos e ações no dia a dia, na semana, no mês e no ano. Avaliar suas ações, sempre considerando o contexto e sua própria vivência nele.

As pessoas costumam perguntar o que fazer para passar num processo seletivo? O que dizer numa entrevista? Como fazer os testes? Respondo. Faça o que você considerar adequado, não tente adivinhar. Fale a verdade na entrevista, para não entrar em apuros depois, mas seja positivo, fale de si positivamente, mostrando suas reais qualidades.

A escolha dos processos seletivos dos quais você irá participar deve compor o seu modo de ser e de viver. Nós nos submetemos ao que não queremos pela sobrevivência? De modo geral sim. Mas antes é preciso termos sido colocados nesta situação de "se correr o bicho pega e se ficar o bicho come". Procure entender a sua situação.

As entrevistas podem tomar vários rumos, depende do(a) entrevistador(a) e da estratégia de seleção de pessoas que a organização utiliza para inserir pessoas na sua equipe de trabalho. Então, a não ser que se tenha elementos concretos, não é possível adivinhar perguntas e ensaiar respostas. Então, como estar seguro(a) numa entrevista?

Avalie sua trajetória como trabalhador(a), seus conhecimentos na área que quer atuar, pense sobre suas qualidades e com o que pode contribuir. Conheça a organização, reflita se realmente quer trabalhar nela. Se sim, alinhe sua linguagem, organize sua narrativa para que você seja compreendido. No dia da entrevista, durma bem, alimente-se bem, chegue antes do horário para estar calmo(a), vista-se de forma a sentir-se bem e confortável. Bom preparo e boa sorte!

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Escrito por

Andréa Luiza da Silveira

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