Conversando sobre sexualidade com seus filhos

O assunto sexualidade sempre esbarra no tabu quando se trata de crianças. Na verdade, falar do assunto com os pequenos nunca foi uma tarefa fácil.

17 ABR 2018 · Leitura: min.
Conversando sobre sexualidade com seus filhos

A primeira coisa que os pais precisam saber é que a sua cultura, sua religião e os seus valores pessoais são muito importantes quando se fala de sexualidade. Porque a criança sempre se espelha em você, e seus exemplos são mais importantes do que os seus ensinamentos propriamente ditos. As crianças copiam sempre os seus pais.

Por isso, prepare-se o quanto antes para falar do assunto com o seus filhos. E lembre-se: a sua criança te procurou porque ela confia em você. Então, leia sobre o assunto, busque informações, mantenha-se atualizado com o que está acontecendo na mídia, principalmente quando se trata de pré-adolescentes e adolescentes.

O primeiro passo para essa conversa pode ser a demanda da criança ou a necessidade observada pelos pais. Mas não se esqueça de respeitar a idade e o desenvolvimento da criança. As bem pequenas fazem perguntas mais diretas, ligadas aos órgãos sexuais ou aos bebês. As maiores podem ou não trazer perguntas mais difíceis, dependendo do que aprenderam no processo de socialização.

Muito cuidado para não passar informações desnecessárias e acabar incentivando a curiosidade antes da hora. O ideal é responder tranquilamente, sem demonstrar ansiedade, com respostas rápidas e curtas. Com as crianças maiores, você pode se voltar para ela e perguntar o que ela sabe sobre o assunto, e a partir daí você passa a informação necessária. Mas não se esqueça: nunca, mas nunca mesmo, minta para a criança.

A maioria das crianças vão se dar por satisfeitas com as suas respostas. Mas se houverem novas perguntas, continue a responder de forma rápida até que a criança se dê por satisfeita. Crianças maiores fazem perguntas mais elaboradas e difíceis. Então, tenha um bom material didático à mão, como atlas anatômico infantil ou um livro sobre sexualidade voltada para a idade da criança. Esses livros são encontrados nas livrarias ou na internet.

Mas, e se as perguntas forem ousadas demais para os pais?

Neste caso, se não se sentir preparado para responder, peça um tempo para a criança e convide uma outra pessoa de confiança da família para ajuda-lo. Ou busque por profissionais que possam te orientar sobre o melhor caminho. Só não deixe passar um tempo longo demais para responder. E não invente histórias para a criança. Se ela te perguntou, ela sabe um pouco sobre o assunto.

Você pode ainda fazer uma busca pela resposta junto com a criança se ela já for grandinha. Mas cuidado com conteúdos impróprios na internet. E se for um pré-adolescente ou adolescente você pode incentivá-lo a fazer sozinho uma busca saudável, lembrando a ele sobre os valores da família e os cuidados com a pornografia.

Muitos pais perguntam o que fazer caso falem além daquilo que a criança necessitava saber naquele momento. Como concertar o erro? Não demonstre insegurança, não deixe que a criança perceba o seu erro e haja o mais naturalmente possível. Mostre a ela que já está grandinha o suficiente e que você confia nela, por isso está ensinando o assunto. A criança se sentirá importante e crescida.

Uma outra preocupação é quando a criança começa a brincar sobre o assunto. O que fazer nesses casos? Nunca abra espaço para brincadeiras, a não ser que esse seja um valor cultural para a sua família. O ideal é falar com a criança sobre a seriedade do assunto. E se ela insistir na brincadeira, encerre a conversa. Diga que irão conversar um outro dia, quando a criança estiver mais preparada.

E como lidar com crianças que nunca perguntam nada? Será que ela simplesmente não pensam no assunto?

Um engano os pais pensarem que as crianças são assexuadas. Elas tem curiosidades, tocam seu próprio corpo e querem sim saber mais sobre o assunto. As crianças estão em formação e sempre acharão uma forma de aprender. Descubram a fonte de conhecimento dessa criança e se necessário inicie você a conversa.

No caso de nem assim a criança quiser conversar, é necessário respeitar o tempo de desenvolvimento e a personalidade da criança. Algumas são tímidas demais para falar no assunto, até mesmo com os pais. Neste caso, o ideal é buscar livros didáticos para que a criança busque sozinha a sua informação ou se necessário, busque um profissional preparado para lidar com a situação.

O mundo a nossa volta ensina sempre. A informação nos dias de hoje são imediatistas. A internet está cada vez mais presente na vida das crianças e é impossível filtrar tudo o que ela vê. Nesse caso, o que se deve fazer é tentar monitorar, sempre que possível. Converse sobre os riscos que existem na mídia. Delimite os espaços que a criança navega, observe os históricos, não deixe a criança muito tempo longe dos seus olhos e com o aparelho de costas para você. É sua obrigação estar sempre atenta para o que seu filho acessa.

Seja sempre uma fonte de conhecimento para a criança, em todos os assuntos. Diga a ela que você sempre estará por perto para conversar, sempre que ela precisar. Leia e assista coisas que interessem a ela. E nunca percam uma oportunidade de orientar a criança. Assim, ela estará segura para falar com você quando o assunto envolver a sexualidade.

Por fim, o que realmente a criança necessita e quer saber?

Que ela é e sempre será amada pelos pais, e que vocês sempre estarão lá quando elas precisarem. Isso vale para passear, brincar, estudar e aprender sobre a vida.

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Escrito por

Érica Alves Costa Lopes

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