Como a Psicologia pode ajudar a promover a felicidade?

O que é a Felicidade? Como alcançá-la? O que fazer para evitar o sofrimento? Epicuro foi um Filósofo grego que respondeu essas e outras perguntas e criou uma Filosofia que busca o prazer.

5 NOV 2020 · Leitura: min.
Como a Psicologia pode ajudar a promover a felicidade?

A Psicologia pode aprender muito com a Filosofia grega na antiga (de dois mil e quatrocentos anos atrás). Nesta época a Filosofia estava muito associada à busca da felicidade e da sabedoria. Vários filósofos renomados surgiram nessa época apresentando uma forma de se tornar mais sábio, de sofrer menos, de ser mais feliz. Um desses filósofos foi Epicuro, que afirmava que a felicidade está na vida prazerosa, ou seja, a busca do prazer é uma atividade fundamental para aqueles que almejam qualidade de vida. Contudo, Epicuro fazia uma advertência fundamental. Nem todos os prazeres devem ser procurados.

"Todo prazer constitui um bem por sua própria natureza; não obstante isso, nem todos são escolhidos; do mesmo modo, toda dor é um mal, mas nem todas devem ser sempre evitadas. Convém, portanto, avaliar todos os prazeres e sofrimentos de acordo com o critério dos benefícios e dos danos". (EPICURO, 2002, p.14).

Ou seja, Epicuro propõe que nós façamos um cálculo do prazer. Para tanto cada um de nós deve perguntar-se se o prazer que desfrutamos trará no médio e longo prazo mais malefícios que benefícios. Por exemplo, tomar sorvete diariamente pode ser muito gostoso mas no longo prazo pode provocar uma doença. Vale a pena arriscar a saúde para vivenciar o prazer de curto prazo?

Epicuro afirmava que não. Por isso ele e seus alunos viviam uma vida muito simples, que parecia muito com a vida de um mosteiro. Epicuro afirmava que: "desfrutam melhor a abundância os que menos dependem dela". Essa frase pode ser entendida como um princípio minimalista. Acostumar-se a viver com pouco é duplamente útil, pois nos torna mais aptos a desfrutar a abundância e ao mesmo tempo não nos torna dependentes dela.

Epicuro identificava vários tipos de prazer, e dizia que só alguns deles deveriam ser buscados.

"Dentre os desejos, há os que são naturais e os que são inúteis; dentre os naturais, há uns que são necessários e outros apenas naturais".

Prazeres que para serem realizados necessitam de muito dinheiro ou de fama deveriam ser rigorosamente evitados.

Os epicuristas defendiam que deveríamos buscar os prazeres mais simples, tais como: caminhar, ficar ao ar livre, comer e beber o suficiente, dormir bem. Além de ser necessário pouco para a realização desses desejos eles não trazem malefícios. Ou seja, passam pelo cálculo do prazer.

Se fossemos pensar em princípios psicológicos úteis a serem extraídos do Epicurismo, poderíamos destacar: acostumar-se a viver com o mínimo possível, e principalmente levar em consideração se o prazer que desfrutamos hoje trará no futuro frutos bons ou ruins, e calcular se vale a pena arriscar nosso bem-estar mais amplo por um prazer fugaz.

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Escrito por

Kelton Medeiros Teles

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Bibliografia

  • DE LANDÁZURI, Manuel Cruz Ortiz. Vida y felicidad en la ética de Epicuro. 2015.
  • EPICURO. Carta sobre a felicidade. São Paulo. Editora Unesp. 2002.

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