Adolescência e o processo psicoterapêutico

Para um psicólogo atender jovens e adolescentes, é necessário que o desejo esteja aflorado, latente e que tenha, de fato, um propósito claro que sustente essa escolha.

4 FEV 2019 · Leitura: min.
Adolescência e o processo psicoterapêutico

A adolescência e a juventude podem ser vistas como uma fase complexa, desafiadora, muitas vezes pouco compreendida e quase sempre como fonte de problemas. Ah, mas desafios todos temos, certo?!, Imagine então, uma pessoa inserida em uma fase em que nem todas as suas habilidades e capacidades expressivas estão desenvolvidas?!

Bem-vindo à adolescência

A necessidade de afirmação no contexto familiar, de aceitação, as dúvidas e incertezas conflitantes nesta fase da vida, o autocontrole e poder reflexivo em construção, a rebeldia, tudo isso somado às transformações tecnológicas e a pessoalidade de cada um, passam a movimentar o cotidiano familiar. São muitas mudanças ao mesmo tempo e todos que fazem parte da família devem se adequar a elas. No entanto, nem sempre é fácil e aí que o apoio do psicólogo pode ser fundamental para que essa fase de tantas transformações e questionamentos seja vivida de uma forma mais tranquila e enriquecedora. 

A psicoterapia para diferentes fases tem a sua particularidade, desafios e adaptações, portanto afirmo, que para atender adolescentes e jovens é necessário que o desejo esteja aflorado, latente e que tenha de fato um propósito que sustente essa escolha. É um público que coloca o profissional em constante movimento, em que se faz necessário estar inserido neste mundo “teen”, modificando, quantas vezes reinventando, intervenções, na busca pela compreensão das suas particularidades, da pessoalidade de cada um.

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Primeiramente, é preciso ter em mente que, para os adolescentes e jovens se engajarem no processo terapêutico, é fundamental que este profissional compreenda os desafios acerca do desenvolvimento nesta fase e sua singularidade, afinal, o movimento inicial pode ser dos pais e não dos adolescentes e jovens. Sabe o desafio supracitado?

Então ... esse é o diferencial e motivo pelos quais alguns profissionais não focam nesse público-alvo. A falta de envolvimento pessoal, a falta de motivação para o tratamento e do vínculo psicoterapêutico, que podem interferir e o processo durar apenas alguns meses.

Enfim, isso não me preocupa! Quantos adultos permanecem anos no processo psicoterapêutico e, ainda assim, não demonstram engajamento?

Considerando todas as dificuldades (não, considero todos os desafios) é fundamental que o psicólogo demonstre empatia, entre em seu universo, e vá além! É necessário que o desejo e o propósito deste profissional estejam inseridos no contexto desse público, afim de aguardar o exato momento em que o adolescente se engaje no processo.

Afinal de contas, o processo de psicoterapia poderá proporcionar a construção de pontes para que o comportamento, pensamento, a forma de agir, façam sentido para a sua vida.

O que para alguns, as situações pontuadas por um adolescente, jovem, podem parecer banais, considero que há um significado muito importante e particular, um sentido real, e minhas apostas são, sempre, na possibilidade do processo psicoterapêutico como enfrentamento dos desafios.

Deu para perceber o quanto os meus olhos brilham?!

Artigo da psicóloga Kelly Cristine de Mattos Freitas, inscrita no Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais 

Fotos: MundoPsicologos.com

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Escrito por

Kelly Cristine de Mattos Freitas

Psicóloga Clínica com atuação em Terapia Cognitivo comportamental e Consultora Empresarial - Coach. Atendimento online, domiciliar e presencial para crianças, adolescentes e adultos. Experiência na área de saúde mental, com ênfase em ansiedade, depressão, transtorno de personalidade, transtorno alimentar e emagrecimento. Na área profissional, mapeamento de perfil e orientaç

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Comentários 2
  • Kelly Freitas

    Obrigada pelo retorno Marcia Lemos! Nas próximas semanas público outros artigos.

  • Marcia Lemos

    Gostei muito do seu texto. Sou psicanalista e estou traballando com adolescentes. Vc tem mais artigos nessa área? Preciso me aprofundar nessa área. Agradeço.

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