A importância do psicólogo no tratamento do câncer de mama

O câncer de mama, infelizmente, é o segundo tipo mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres brasileiras, sendo registrados cerca de 50 mil casos por ano em nosso país.

5 OUT 2016 · Leitura: min.
A importância do psicólogo no tratamento do câncer de mama

O mês de outubro é marcado pela campanha de conscientização à vida que tem como objetivo principal alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, que é considerado o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo e o primeiro entre as mulheres.

Por isso, é de suma importância para a mulher buscar anualmente a prevenção, através da realização da mamografia, que possibilita a obtenção de um diagnóstico precoce que facilita a existência de um bom prognóstico.

Sabe-se que o diagnóstico do câncer de mama geralmente vem acompanhado de mutilações, desfigurações e riscos que os próprios procedimentos e o tratamento em geral podem provocar. Essas mutilações, desfigurações e riscos estão presentes tanto no plano emocional, como no social e material.

Assim, o câncer de mama, muitas vezes, acarreta em um efeito traumático na vida e na família do paciente oncológico que necessitam de uma atenção especial voltada para o impacto emocional que a doença suscita. Em nível de compreensão, também não devemos deixar de levar em conta seus significados e representações.

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Ao nos debruçarmos sobre o aspecto psíquico, há uma construção teórica e prática em psicologia e na psicanálise, que enfatiza o seio como objeto pelo qual a mãe estabelece um dos primeiros contatos com o filho lhe proporcionando não somente o alimento, mas também acolhimento e prazer, pois a medida que o seio possui uma forte relação com a maternidade é através dele que a mãe proporciona ao seu filho nutrição física, trocas simbólicas e afetivas, ou seja, também nutrição psíquica.

Ainda que o seio seja valorizado quanto aos aspectos relacionados a maternidade, atualmente, outra questão esta traçada fortemente em nossa cultura: a valorização voltada ao significado de feminilidade; sendo o seio algo único/singular da mulher. Frente a essa realidade, a mulher que enfrenta um câncer de mama também se encontra suscetível a prejuízos em sua experiência de sentir-se mulher, em razão de que seu seio pode vir a ser mutilado pelo tratamento da doença.

Por consequência destes procedimentos invasivos que a mama passa, a paciente acaba atribuída também a percorrer as fases do luto da mama perdida. Sendo assim, o sofrimento da mulher que tem o câncer de mama transcende o sofrimento configurado pela doença em si; carrega consigo um sofrimento que envolve representações e significados, e que adentra as dimensões do ser feminino, interferindo nas relações interpessoais, principalmente nas mais intimas da mulher.

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Dessa forma, o câncer de mama, infelizmente, vem acompanhado de diferentes reações emocionais nas diversas etapas do tratamento, como medo, estigmas, dor e angústia, além das marcas do temor ao retorno da doença. Todos esses fatores emocionais influenciam no sucesso do tratamento e da reabilitação, assim como em sua qualidade e projetos de vida.

Por isso, a busca pela atuação de um profissional da área da psicologia é tão importante para a paciente e sua família quanto o tratamento como um todo e a medicação solicitada. Este profissional deve adequar-se a demanda que lhe é feita, traçando intervenções que possam possibilitar a mulher com câncer de mama ressignificações e uma melhor qualidade de vida.

Fotos: por MundoPsicologos.com

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Escrito por

Bruna Bona Goelzer

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