Atualmente acabei de completar 18 anos e já sou considerada como um fardo para a minha família, minha mãe faz questão de jogar isso na minha cara, o meu pai as vezes se junta para falar de mim na minha frente e para as outras pessoas, fracassei no ENEM e tenho uma grande chance de passar para a segunda fase da UECE para ciência sociais (infelizmente com pouquíssimas vagas de emprego) e mesmo podendo passar para a segunda fase e ter me saído "bem" eles se irritaram mais ainda dizendo: "Como você conseguiu estragar toda a sua vida com apenas uma escolha?!".
Não sei direito como lidar com a situação, tudo o que faço sendo com a intenção de dar orgulho para eles da errado, sinto que a única forma de resolver isso é acabar com tudo, assim eu não vou ser um fardo para eles e ser uma vergonha para os outros.
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28 NOV 2022
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Oi, Andressa. Você não pode se colocar nesse lugar de dar orgulho para eles porque o problema aí está neles próprios, minha querida, e não em você. Eles estão estendendo pra você questões, fracassos, frustrações deles, e se você se colocar nesse lugar, vai se sentir eternamente um peso, um fardo, como você já diz aí que se sente. Tudo são projeções que eles colocam em cima de você, de coisas que tem a ver com eles, questões internas e mal resolvidas deles mesmos. Você já viu um pé de laranjas dá limões? O mesmo vale para essa situação familiar sua. Eles estão passando pra você aquilo que também devem ter vivido e passado, então, não tem como eles te darem coisas diferentes do que obtiveram na própria infância deles. Não os culpe, são questões profundas, internas , que nunca enxergaram como problemas e infelizmente estão transmitindo para você, mas você agora de posse dessas informações aqui, você pode fazer diferente, te enxergar, ver o que você quer de fato para sua vida, e saber que com isso, certas escolhas suas vão mesmo desagradar a eles e a tantos outros pela vida, mas se dê como prioridade, siga com o que te passaram de bom e o que for danoso, você deixa pra trás. Não é fácil, mas a vida é assim. Você não terá eles para sempre na sua vida , e você fazendo tudo para agradar (o que é impossível, pois o problema é com eles mesmos), quando eles se forem, você vai ver sua vida e perceber que não viveu ou vive de fato. Encontre-se consigo mesma, encontre o que te realiza, viva teu propósito e seja grato a eles pela vida que te deram, no mais, ame-se acima de tudo! Estou à disposição para trabalharmos mais questões que precisar, tá? Não se culpe, não se julgue, não se menospreze, você é maravilhosa assim com suas dores e seus recursos poderosos! Tudo de melhor na tua jornada!
Oi Andressa:
E qual seria a melhor escolha para eles?
O que é fracasso para eles pode ser sucesso para voce!
Voce não veio aqui para ser sucesso pra eles, não veio aqui para ser uma boa filha... voce nasceu para realizar a ti mesma, para ser feliz.
Voce apenas veio através deles, mas não é deles...
Agora que já tem 18 anos, precisa cortar o cordão umbilical psicológico com eles e voce mesma ser pai e mãe de ti mesma.
Voce precisa construir a si mesma; aos poucos, vai resolvendo seus problemas de carência, de dependência para se tornar dona da sua própria vida. Pode demorar, mas vai te conduzindo nessa direção; vai enfrentar a resistência deles, mas terá que abrir teu próprio caminho. Penso que voce não tem noção do que seja abrir o seu próprio caminho e para isso, precisará de ajuda (Psicoterapia) porque, quanto mais potencial tem, mais díficil poderá ser este início.
Quem é voce? Qual a sua identidade? Quais os seus recursos/talentos? O que quer na vida? O que mais ama fazer? Como se enxerga? Profissionalmente, onde quer atuar? Escolha sempre o que te dá mais alegria, prazer e facilidade.... o dinheiro vem mais fácil se buscar alegria, prazer no que faz e criatividade.
Voce não deve se preocupar em fazer coisas que sejam de orgulho para eles...
Ligue-se no que te dá mais orgulho para voce mesma.
Se precisar de mais dados, mesmo sobre escolha vocacional, retorne e peça!
Abraços.
Olá Andressa! Obrigado por escrever. Gostei do seu título: "Sou um fracasso para os meus pais." Com esse título você coloca, embora não tenha consistente consciência, que ser fracassado para os outros, não é a mesma coisa que ser fracassado para si mesmo. Por exemplo: para Sérgio Moro, Lula era um bandido terminado na prisão, para o Brasil, Lula foi escolhido presidente. Isso aconteceu porque Lula não deixou a conclusão de Sérgio Moro ser a dele. Não deixe e a conclusão de seus pais ser a tua. Você ainda tem dezoito anos. Há muito o que amadurecer. ENEM é apenas um critério humano, portanto passível de falhas e limitações, desenvolvido para filtrar estudantes para uma segmento de possibilidades. Essa conclusão de que há pouquíssimas vagas de emprego em Ciências Sociais, seria muito interessante você ouvir a opinião do Fernando Henrique Cardoso.
Citei esses nomes e fatos reais, integrados com personagens políticos, para te alertar de quantos equívocos as pessoas cometem ao ponderar profissões boas ou ruins, profissionais bons ou ruins, diagnósticos específicos ou generalizados.
Não há profissões boas ou ruins. Profissionais competentes, profundos, consistentes, vão se construindo conforme vão se esforçando com dedicação, técnica e estratégia.
Você precisa de uma orientação ocupacional consistente, profunda e crítica.
Estou a disposição para tanto.
Abraços! A Covid, a Dengue, exigem cuidados e atenção. Vacine-se, vacine as crianças. Valorize mais a Ciência. Ela não é perfeita mais permite avanços. É impressionante como falsos políticos e falsos religiosos usam a fé dos mais simples, para manipular e levar vantagens. Resgatemos a democracia. Não há meios de comunicação neutro ou perfeito, mas há instituições mais sérias, mais abertas. Verifiquemos as informações com maior critério. Vejamos o que falam as TVs educativas, os canais abertos com maior tradição de cultura. Valores aprimorados por décadas, não podem ser descartados por interesses de pequenos grupos radicais. Perceba que a barbárie do momento, é orquestrada por poucos, para prejudicar trabalhadores. Vacina e máscara precisam ser repensadas.
Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional.
