Por que me sinto dessa forma em relação ao meu pai?

Feita por >Vitória · 26 set 2021 Terapia familiar

Olá, tenho 19 anos e moro com meus pais. Desde que eu nasci (e até antes disso) meu pai bate na minha mãe, na verdade, nos últimos 2 anos não houve mais agressões, mas as brigas são recorrentes. O motivo é simples: eles são casados há 24 anos e faz 20 anos que ela não quer mais viver com ele, mas ele é extremamente perigoso e possessivo, já matou pessoas no passado e já ameaçou ela diversas vezes. A questão é que, meu pai sempre foi muito próximo de mim, eu sempre fui a preferida dele, quando eu era criança ele era a melhor pessoa do mundo aos meus olhos, depois que cresci (por volta dos meus 12 anos) eu comecei a compreender e me afastar dele, ele estava longe de ser a melhor pessoa do mundo. Ele me super protegeu a vida inteira e continua fazendo isso, eu não posso ter namorados nem amigos homens e posso sair só de vez em quando com algumas amigas, ele sempre me deu tudo que eu quis na parte material, brinquedos, celulares, computadores, etc, mas mesmo com essa proximidade, eu nunca conversei com ele sobre nada real, sobre objetivos de vida, sobre casar, sobre meu futuro ou minha vida no geral, ele nunca soube de nada. O que eu não entendo é: mesmo com tudo isso que eu vi meu pai fazer pra minha mãe e pro resto da minha família, mesmo eu sabendo que ele é uma pessoa ruim com péssimas ideologias, mesmo eu tendo muita raiva dele por fazer minha mãe tão infeliz, eu não consigo odiar ele. No começo eu pensei que era tudo questão de "óbvio que você não o odeia, ele é seu pai!", mas não é apenas isso, eu tenho vontade de estar próxima dele, de fazer coisas com ele (caçar, pescar, etc), de conversar com ele sobre futebol e luta, quero que ele tenha orgulho de mim, quero de verdade. Sempre que ele me desaprova em algo, é completamente diferente das outras pessoas me desaprovando, quando é ele, eu choro muito e acabo fazendo algum mal pra mim mesma, as vezes socos na parede, tapas na cara, etc. Eu também odeio quando as pessoas falam dele, perguntando sobre ele ou fazem alguma piada relacionado a palavra "pai", é como um tabu pra mim. Queria entender minha ambiguidade de sentimentos, pretendo procurar terapia e ajuda profissional, mas gostaria de saber um pouco mais sobre isso.

Desde já obrigada, principalmente por fazerem um trabalho tão belo aqui no site, vocês ajudam muitas pessoas. Se cuidem nessa pandemia e abraços virtuais!

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A melhor resposta 27 SET 2021

Vitória,
A relação que tem o teu pai é resultado do medo que voce tem dele e pelo fato de se dar bem com ele, é a forma que voce descobriu em se relacionar com ele. Quando ele te frustra em vez de reagir contra ele, se autopune... Até quando isso vai se sustentar?
Motivada pelo medo, tanto voce como sua mãe, ficam submissas a ele. Quanto mais submissas a ele, mais ele exerce a dominãncia sobre voces.
Tanto voce como sua mãe, precisam de Psicoterapia para entender o que está acontecendo e poder mudar a forma como vêem.
Por enquanto, voces se sentem vítimas e isso não ajuda em nada para mudar.

Geime Rozanski Psicólogo em Brasília

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28 SET 2021

Olá Vitória.
Você aprendeu ainda pequenina a amar seu pai, por mais que ele seja esta pessoa que relatou, para você ele não é, ele tem um coração, ele tem alma, e encontrou o lado bom dele quando conheceu você. É esta pessoa que você conhece, a outra que conheceu veio depois de que já tinha conhecido o amor por ele, talvez por isso em seu coração há tanta ambiguidade.
Espero ter ajudado.
Jane Assunção.

Jane Assunção Psicólogo em São Paulo

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27 SET 2021

Olá Vitória! Grato por escrever. Naturalmente nosso pai e nosso mãe, são a origem da gente. Valorizá-los e gostar deles é algo esperado, razoável. Acontece que eles são pessoas; e pessoas, sempre apresentam limites, erros e acertos, contradições, modificações. Todas as pessoas, sempre estamos em construção. Todos os adolescentes saudáveis passam por esse processo de retirada da idolatria pelos pais e humanização. Isso dói, mas é necessário, é a realidade. De outro lado, uma pessoa não pode bater na outra, especialmente quando essa pessoa é a esposa. Uma pessoa não pode matar a outra; uma pessoa não pode ser proibida de construir vinculações culturais, namoros ou amizades. De outro lado, sabemos que isso acontece, está acontecendo. Como fazer para modificar essas coisas? Diálogo, conversa, desenvolvimento pessoal. Algumas vezes (não sei se é o caso), é necessário lançar mão de órgãos protetores da sociedade.
Seu pai pode se modificar, você pode se modificar. Na imensa maior da parte das vezes, a seu jeito, os pais querem o bem dos filhos. A partir de uma certo estágio de vida, os filhos precisam começar a assumir as rédeas da construção de suas rotinas, amizades, ocupações, vinculações, pensamentos, atitudes. Sempre os pais podem contribuir, mas pais não podem ser cérebros de filhos. Os filhos tem seus próprios pensamentos, escolhas, responsabilidades, possibilidades, desejos e intenções.
Cuidado: com sensibilidade, sabedoria, discrição, você deverá buscar trocas com pessoas confiáveis, ponderadas, maduras, para construir formas de apurar verdades, escolher estratégias de equilibrar família e autonomia.
Estaremos à disposição.
Abraços virtuais (em tempos de pandemia verdadeira, de maioria de falsos políticos, de grande maioria de falsos religiosos (comerciantes da fé), até de alguns falsos cientistas, sigamos recomendações de instituições como: Instituto Butantan, TV Cultura, Universidades Públicas, Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência, Organização Mundial da Saúde!)

Ary Donizete Machado - psicólogo clínico.

Ary Donizete Machado Psicólogo em Limeira

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