oi, tenho 23 anos, e há um ano a minha mãe descobriu que sou lésbica, ela ficou muito revoltada, me bateu, tirou meu celular, entre outras coisas, só posso sair de casa dizendo com quem ela deixa. Só que semana passada minha mãe me chamou pra dizer que se eu continuar com essa safadeza (palavras dela) vou ter que sair de casa, esquecer que tenho mãe, que tenho família. Só que eu amo muito minha namorada, tem 9 meses que estou namorando com ela, e também amo a minha mãe, estou muito perdida, não sei o que fazer, pois minha mãe não me aceita de jeito nenhuma eu sendo assim, disse que ser lésbica é doença, e nunca vou ser feliz se continuar com mulher. Não sei o que fazer, o que eu faço nessa situação?
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21 JUL 2020
· Esta resposta foi útil a 6 pessoas
Olá Anônima. Grata por sua pergunta.
Que bom que você ama a sua mãe. Mas as mães nem sempre acertam ou têm razão. Então quando existem esse tipo de conflito o melhor é agir com calma. Não adianta resolver um problema e causar outro maior. Se você está na casa dela e ainda depende dela por algum tempo o melhor é se preparar e buscar a sua independência financeira. O que quero dizer é que deve manter a sua relação com a sua mãe, mas ao mesmo tempo se preparar para o futuro. Tenha paciência e persevere nos seus objetivos. Procure não revidar ofensas e ameaças.Tenha uma postura segura e imagine um futuro feliz para você e para a sua mãe. Acredite, se você for feliz, todos à sua volta serão também. Quando estiver preparada para se manter sozinha, organize a sua saída. Tenha em mente todas as despesas que terá que arcar e saiba exatamente o valor. Reserve o suficiente para se manter até 6 meses ou mais desempregada. Imagine que poderá ter outras despesas de emergência por isso precisa dessa reserva. Assim, você fica mais tranquila e não corre o risco de depender de outras pessoas para viver. A independência financeira lhe dará a liberdade que precisa para viver a sua vida do jeito que escolher. Procure um profissional da área da psicologia para falar de seus sentimentos e ter o apoio que precisa nessa e em outras questões.
Fico à disposição,
Psicóloga Maria Nair
21 JUL 2020
· Esta resposta foi útil a 2 pessoas
Olá anônima! Grato por participar. Poderia te dar uma resposta convencional, ainda que mais difícil, vou tentar uma resposta que contribua para reflexões importantes, que comumente não são provocadas. Sua mãe tem experiência de vida, é uma pessoa que gosta muito de você, que gostará em você, daqui a vinte, trinta anos. Certamente ela quer o melhor para você. Sabe que o que queremos aos vinte e três anos, poderemos não querer aos trinta e três. A caminhada sexual, quando não acontece, naquilo que é visível à sociedade, conforme combinado socialmente como "normal" foi, é e será objeto de preconceito e dificultação. Pelo seu lado, aos vinte e três anos, com nove meses de namoro, você experimenta um momento que te dá panorama de vida que não é igual à hipotética situação de viver cento e sessenta e oito horas por semana em três anos consecutivos embaixo de um mesmo teto com uma pessoa. Nesse sentido, será gerador de abertura mental: "estou lésbica", em uma relação com a pessoa x. A cultura é muito cobradora de padrões, mas cada um de nós, comumente não buscamos a inteireza pessoal, para agir com autonomia e independência, convivendo de forma razoável e integrada com a cultura, mesmo quando não vivemos aquilo que esperam. Nesse sentido será muito interessante você passar com condução técnico-científica de um psicólogo, para conhecer-se mais plenamente, elucidar suas possibilidades e potencialidades, bem como fazer a negociação diplomática entre as partes conflitantes.
Espero ter ajudado. Estarei à disposição para esclarecimentos e aprofundamentos que se fizerem necessários.
21 JUL 2020
· Esta resposta foi útil a 2 pessoas
Olá.
Muito obrigada pela sua participação.
Sinto muito pela situação, mas te parabenizo pela coragem de externalizar as suas angústias.
Levando em conta que a mãe costuma ser nosso primeiro contato com a vida, uma das primeiras referências de amor, podemos considerar natural a importância pela validação da mesma.
Um ponto importante é fortalecermos a ideia de que homossexualidade não é considerada patologia, outro ponto é que relações amorosas e íntimas são aspectos considerados muito relevantes para grande maioria das pessoas.
Imagino o incômodo de viver diante da tentativa de deslegitimarem os seus desejos e quem você realmente é.
Um dilema delicado, que pode ser acolhido dentro de um espaço de cuidado, lugar para dar voz aos pensamentos e sentimentos.
Se perceber que está muito difícil enfrentar esse momento, busque auxílio profissional.
Espero ter contribuído.
Abraços.
Beatriz Mazzoco