Moro com a minha tia, que me criou desde os 3 anos e a quem reconheço como mãe e tenho muita gratidão. Ela tem muitos problemas de saúde e um quadro de baixa visão, também já teve depressão e é uma pesssoa bastante isolada. Tenho 27 anos, sou formada e pós-graduada, trabalho, pago as contas de casa, não queria sair de casa e deixá-la sozinha justamente por seus muitos problemas de saúde e por sermos só nós duas aqui na cidade onde moramos, nossa família está longe. Nunca tinha namorado e por esse motivo muito do meu tempo livre estava sempre dedicado a ela. Mas há quase 1 ano conheci meu atual namorado e minha mãe parece não entender que agora eu quero dedicar parte do meu tempo pra outra pessoa. Ela não quer que eu saia com ele, quando saio e fico o dia fora com ele ela me liga constantemente, quer sabe onde estou, o que estou fazendo, me controla como se eu tivesse 15 anos, não posso dormir na casa do meu namorado, não posso passar um fim de semana com ele. Ela sempre usa de chantagem emocional, diz que estou deixando ela muito só, a estou abandonando, que ela me criou e me deu tudo e que hoje "sou alguma coisa" graças a ela, se vitimiza muito por causa dos problemas de saúde e algumas vezes desconfio que até mesmo inventou ter passado mal enquanto eu estava fora para depois dizer que precisou de mim e eu não estava "lá para ajudar". Enfim, estou sofrendo muito, as chantagens me fazem sentir culpa, tristeza, ao mesmo tempo, não consigo passar o tempo que eu queria com meu namorado, não consigo ter autonomia sobre minha própria vida e preciso ficar dando satisfação de absolutamente tudo. Quando saio, sinto muita ansiedade e vegonha, sei que logo ela vai começar a ligar e "perturbar", tenho 27 anos e me sinto uma adolescente controlada pela mãe. Meu namorado nunca vem aqui em casa, veio uma vez e ela igorou-o por completo, sempre aponta defeitos nele e na família dele. Ele é muito compreensivo em relação à situação dela, conversamos muito sobre isso, mas temo que essa paciência dele logo pode chegar ao fim, e com razão. Não sei o que fazer.
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18 NOV 2021
· Esta resposta foi útil a 13 pessoas
Oi Maria,
Básico é voce se realizar, mesmo que esteja passando por esta situação, voce é voce e sua "mae" é sua mãe. Cada um tem a sua caminhada e terá que ser responsável por ela.
Voce não nasceu para cuidar dela, nasceu pare ser feliz, para se realizar.
Ela precisa se superar e não colocar a vida dela nas tuas mãos. Voce não é responsável por ela. Voce é responsável pela sua vida e saber lidar com esta situação. Tem todo o direito e o dever de se realizar. A situação se montou assim para ver se voce sabe lidar com estas situações com flexibilidade, mas nunca anulando a ti mesma.
Seja uma mulher que valha a pena, que seja de orgulho para ti mesma. Tem uma missão de vida a cumprir e a tua tia está tentando te boicotar ou te desafiar para te fortalecer a cada dia mais.
As coisas são como são e não como parecem ser. Então, diga para ela que ela foi bem educada por ela, é grata e tudo, mas também foi uma filha que ela nunca teve. Portanto, não tem o que cobrar agora. Se ela fez é porque quis fazer... sem cobranças agora.
Quanto voce sair, diga para ela onde voce vai e que vai voltar tal hora, e desliga o celular. avida para ela que o telefone vai ficar desligado. Ela pode gritar o quanto queira.
Saia e relaxe. Quando voltar, resolva o que tiver que resolver e te permita fazer o que quer. Primeira vez, vai se sentir culpada, ansiosa, mas depois as duas aprendem o respeito próprio. Cada uma escolhe viver como quer contanto que não seja sacrificando o outro. A chantagem emocional é forte se voce permitir ser chantageada. Chantagem é jogo sujo!
A decisão, a escolha, é sempre sua, deixar-se chantagear ou não; colocar-se na defensiva, assumir a condução da sua vida ou se vitimizar, jogando a culpa nas costas dos outros.
Olá Maria.
Grata mais uma vez por sua participação aqui.
Acredito que o diálogo franco com a sua tia é o melhor caminho. O respeito que dedica à ela deve ser mantido mas é mister demonstrar à ela o seu desejo. É importante que após um ano de namoro o seu namorado também demonstre interesse em conquistar a confiança dela e acredito que se ele realmente estiver interessado em manter a relação com você deve também ajudá-la nesse processo. Já pensou em fazer terapia para auxiliá-la nessa missão? Se desejar estou à disposição.
Maria Nair
Especialista em Psicologia Clínica
Terapia Cognitiva Comportamental.
Olá Maria! Grato por escrever. A questão da tua tia é ter se acostumado a contar (pelo que entendi), com a sua companhia constante. Isso não é bem temperado para ninguém. De outro lado, você ter estudado, feito pós-graduação, implica que ficou algum tempo longe dela. Esse tempo, agora, está direcionado ao namorado. Namorado tem outras especificidades. Também não podemos esquecer que com as fraquezas, enganos e incoerências dela (todos temos as nossas), ela gosta de você e quer te proteger. Pode ser que ela esteja, com a vivência dela, percebendo algo diferente. Certamente, para ela, as coisas se temperam assim: querer tem bem junto com o bem dela. O diálogo, poderá contribuir para decodificar.
A tua questão é sentir culpa, tristeza, falta de autonomia, ansiedade, vergonha.
Poderá ser muito enriquecedor você contar com a assessoria científica de um psicólogo.
Estaremos à disposição.
Abraços virtuais (em tempos de pandemia verdadeira, de maioria de falsos políticos, de grande maioria de falsos religiosos (comerciantes da fé, opositores do conhecimento), até de alguns falsos cientistas, sigamos recomendações de instituições como: TVs Educativas, Universidades Públicas, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Organização Mundial da Saúde!)
ola
talvez uma boa alternativa seja incentivar que a sua mãe busque por um processo de terapia também. mas mesmo que você dê inicio ao seu trabalho com um profissional, ele também pode fazer algumas sessões com a sua mãe para orientá-la em relação a alguma atitude pontual (sempre lembrando que o sigilo seria preservado).
no seu processo, podemos trabalhar todos os sentimentos que envolvem essa situação, como a ansiedade e e a vergonha que você citou.
além disso, também podemos elaborar nossa conquista por autonomia de uma forma menos turbulenta.
não deixe de buscar ajuda para você e sua mãe.
conte comigo se precisar de algo.
um abraço.
