Não consigo mais me apaixonar, estou com defeito?

Feita por >Juh · 8 jan 2021 Depressão

Me apaixonei pela primeira vez com 12 anos de idade... Eu nunca tinha sentido algo como isso antes.

No meu primeiro dia de aula senti alguém me encarando de longe, logo me senti incomodada e resolvi olhar para ver quem estava me olhando.

Nem eu nem ele conseguimos desviar o olhar. Eu senti meu rosto queimando e minhas pernas amolecendo. Como meu coração batia como louco eu finalmente desviei o olhar e me senti um tanto quanto atordoada.

Nós tinhamos muita vergonha para sequer falar um com o outro. Sem contar que eu sempre tropeçava ou dava com a cara na parede sempre que ele estava por perto.

Foi nesse mesmo ano que eu fiquei "mocinha" e entrei na puberdade.

Também foi o mesmo ano em que entrei em uma depressão profunda.

Passei a ter crises de estresse, ansiedade, e ataques de pânico.
Então minha escola exigiu que eu fizesse terapia.

Eu tinha muitos problemas com a minha mãe. E meus pais falavam de divórcio com frequência.

Também tinha uma menina na minha sala que era extremamente manipuladora, e vivia inventando mentiras, me humilhando e fazendo com que todos aqueles que eu considerava amigos me tratassem como maluca.

Minha psicóloga me diagnosticou com depressão, porém na época meus pais não aceitaram.

Minha mãe me disse que era falta de deus, e que eu estava conspirando contra ela insinuando que ela era uma péssima mãe. Já meu pai disse que remédios viciam e desaprovou totalmente.

Essa situação se desenrrolou por mais alguns anos.

O menino em questão achou que eu estava o evitando e começou a namorar outra pessoa. Apenas depois de um ano disso sem vê-lo eu desencanei dele.

Eu ainda conseguia me sentir atraida pela ideia de um romance. Cheguei a me apaixonar 2 vezes no Enssino Médio. Nessas duas vezes eu me confessei e quebrei a cara. Não que eu tivesse sido rejeitada. Mas senti que não me levavam a sério.

O primeiro não queria manter apenas amizade, mas também não queria namorar comigo. Então eu mandei pastar.

O segundo falou que achou que eu tinha retardo mental, e que não esperava que eu pudesse conversar normalmente com outras pessoas... Ficou insistindo que eu era uma garotinha reprimida e que iria me "ajudar"... Ainda disse que eu devia me esforçar se eu quisesse o reconhecimento dele... O pior de tudo, é que se tratava de um amigo que eu conhecia a anos... Que sempre estudou comigo, porém nunca me ajudou com nada...

Eu já me medicava e tratava adequadamente minha depressão a essa altura do campeonato, e pude perceber com clareza que ele estava tentando me manipular se aproveitando das minhas fraquesas e isso me decepcionou muito.

Eu sei que pessoas com baixa aoutoestima como eu tendem a se envolver em relacionamentos abusivos por criar uma dependência emocional.

Me senti muito ofendida de estar sendo tratada dessa forma.

Eu disse da forma mais educada possível que eu não precisava do reconhecimento dele pois gosto de quem sou, e que se ele não podia me reconhecere como pessoa como se quer ele era meu amigo? Então ele explodiu comigo.
Disse que só estava tentando ajudar, e que se eu não queria ajuda eu podia morrer sozinha então. Isso que ele sabia que eu tenho depressão e tomo remédios controlados.

Eu me senti muito amarga, e não consigo deixar de guardar rancor, apesar de não ter problema nenhum caso eu precise conviver com ele (já que temos um grupo de amigos em comum). A presença dele não me atrapalha em nada, e meus amigos demoraram 1 ano para perceber que tinha algo errado entre a gente já que eu não demonstro meu desprezo para não deixar ninguém desconfortável.

Desde então eu venho melhorado bastante da minha depressão mas não consigo me livrar de uma apatia constante que carrego comigo.

Não consigo sentir mais nada por ninguém.
Nada além da indiferença.

Não tenho o desejo de casar ou ter filhos. Acho estranho que as pessoas vejam isso como um sinônimo de felicidade.

Quero me tornar uma adulta independente e com autonomia, para nunca depender de ninguém.

Minha psicóloga disse que sou nova e que ainda tenho muito tempo pela frente. ( tenho 20 anos) Mas me entristeço sempre que vou ler ou ver um romance.

Sinto que não consigo mais ter empatia com os personagens como costumava. E que eu no lugar deles não conseguiria me apaixonar... Não conseguiria sentir nada além do vazio.

O vazio me entorpece, e me faz sentir pena de qualquer um que se apaixone por mim futuramente. "Sinto muito, não consigo sentir nada".

Mesmo que sinta que finalmente voltei ao normal. É como se eu tivesse voltado ao eu de antes dos 12 anos. Que era capaz de sorrir, mas não de se apaixonar.

Eu cheguei a esquecer como eu era quando eu não estava triste ou ansiosa. Eu não conseguia me lembrar de como era ser feliz, nem me vizualizar sendo feliz.

Eu apenas tento ser eu mesma da melhor forma, de um jeito positivo e saldavel

Talvez seja uma resposta que dependa apenas de mim. Que não seja sobre pensar e sim sobre sentir.

Mas eu não lembro como sentir.

Não sei se ainda sei sentir e sempre sinto cada vez menos.

Resposta enviada

Em breve, comprovaremos a sua resposta para publicá-la posteriormente

Algo falhou

Por favor, tente outra vez mais tarde.

A melhor resposta 9 JAN 2021

Juh o q diz sua psicóloga sobre essas questões? Vc precisa de um tratamento continuo e principalmente confiar no psicólogo. E acreditar no processo. A sessão de terapia é sigilosa e vc pode se abrir o qto quiser.
Se interessar sou Mônica psicológa

Monica Mesquita Psicólogo em Rio de Janeiro

3150 respostas

3752 pontuações positivas

Fazer terapia online

A resposta foi útil a você?

Obrigado pela sua avaliação!

9 JAN 2021

Oi Juh,
Parabéns pela forma como te conduziste ate agora, apesar do sofrimento e da “depressão”.
O que experimentou são as nuances de uma realidade alienada, doente e corrompida pelo sistema que transformam as pessoas em bonecos programados para frustrar e permanecer como animais, sem julgar os animais como inferiores, porque neste caso os animais são superiores porque eles são fiéis à natureza deles. As pessoas se tornam inferiores porque possuem a capacidade de raciocínio, mas não usam, tem o raciocínio, mas se conduzem como se não tivessem e isto os torna inferiores aos animais.
Juh é preciso que você recupere a ti mesma. É um ser infinito, filha do criador e como tal, tem o potencial interno de realizar a tua vida concreta como você quer. Veio através dos pais, mas não é deles... veio para se realizar, a vida te deu liberdade e livre arbítrio para se auto conduzir. Por isso que você é de acordo com suas escolhas, colhe o que planta...
Porém, como você se enxerga? O que o sistema, a família, a escola, as crenças dizem e não de acordo com a sua identidade.
E, se continuar por este caminho, só vai colher, doenças, tristeza, frustração, dor e depressão.
Então, precisa voltar-se para si mesma, ser e fazer o que você quer e não o que os outros querem. Isto exige muita flexibilidade e diplomacia para não ser rejeitada pelas outras pessoas, mas ao mesmo tempo, realizar a si mesma.
Trata-se de ser fiel ao que a vida exige, ser dona de si mesma. O estar bem com o sistema é apenas uma estratégia. Você tem que se identificar consigo mesma.
Invista em Psicoterapia que pode te auxiliar nesta caminhada.

Geime Rozanski Psicólogo em Brasília

5817 respostas

11198 pontuações positivas

Fazer terapia online

Contatar

A resposta foi útil a você?

Obrigado pela sua avaliação!

9 JAN 2021

Olá Juh! Grato por escrever. As paixões são arrebatadores e cegas. Que bom que aos doze anos havia timidez para conter isso. Ocorre que o tempo passou e as pessoas foram humanizadas e não mais endeusadas. Pelo que você conta da tua história familiar, há sinais de conclusões com base em pensamentos mágicos (imaturos, não razoáveis). Sentir-se culpada sem ação para melhorar ou explicar pela ausência de Deus.
Isso, em certa medida, pode ter ajudado a temperar os extremos como a emoção de ser olhada aos onze anos de forma desconcertada e ser olhada aos vinte anos, indiferente.
Quais são seus objetivos e ocupações na atualidade? Não se esqueça das atividades físicas prazerosas regulares, nem do contato real com pessoas constante.
Há coisas que você precisa tratar com sua psicóloga, especialmente a questão de degustar das experiência, vivenciando a melhor empatia possível com as pessoas.
Espero ter ajudado.
Abraços virtuais (em tempos de aumento grave da pandemia, evitemos mortes: máscara, higiene, distanciamento físico, senso de comunidade, empatia, Ciência!)

Ary Donizete Machado - psicólogo clínico.

Ary Donizete Machado Psicólogo em Limeira

8607 respostas

9058 pontuações positivas

Fazer terapia online

Contatar

A resposta foi útil a você?

Obrigado pela sua avaliação!

Psicólogos especializados em Depressão

Ver mais psicólogos especializados em Depressão

Outras perguntas sobre Depressão

Explique seu caso aos nossos psicólogos

Publique a sua pergunta de forma anônima e receba orientação psicológica em 48h.

50 Você precisa escrever mais 19200 caracteres

Sua pergunta e as respectivas respostas serão publicadas no site. Este serviço é gratuito e não substitui uma sessão de terapia.

Enviaremos a sua pergunta a especialistas no tema, que se oferecerão para acompanhar o seu caso pessoalmente.

A sessão de terapia não é grátis e o preço estará sujeito às tarifas do profissional.

A sessão de terapia não é grátis e o preço estará sujeito às tarifas do profissional.

Coloque um apelido para manter o seu anonimato

Sua pergunta está sendo revisada

Te avisaremos por e-mail quando for publicada

Esta pergunta já existe

Por favor, use o buscador para conferir as respostas

Psicólogos 20050

Psicólogos

perguntas 19200

perguntas

respostas 67400

respostas