Minha mãe não compreende que cresci, casei e que quero independência.
Feita por >IVANA KAROLINE NOVAES MACHADO · 11 mar 2023Terapia familiar
Tenho 35 anos. Sou casada desde os 22. Sou filha única. Não tenho filho biológico, mas ajudei a criar meu enteado desde os dois anos de idade. (Hoje ele tem 18 e me chama de mãe. Ele está no primeiro ano da faculdade, morando fora). Sempre trabalhei e estudei. Tenho várias graduações e já possuo doutorado. Temos casa e carro próprios. Pareço uma pessoa bem resolvida, né? Mas, não sou. Minha mãe não entende que cresci, não aceita que eu me torne independente e há 5 anos veio morar conosco. Antes ela me manipulava distante. Agora manipula a mim e ao meu marido (este, através de mim) para que não a deixemos sozinha. E eu me sinto muito mal, muito culpada quando preciso viajar e deixá-la por alguns dias sozinha.
Ela não compreende que preciso sair com meu marido e minha vida com ele não tem privacidade. Ela faz de tudo por mim. Me daria o mundo se pudesse, por isso me sinto mal quando ela diz que eu não dou atenção a ela. Ela constantemente me diz que sou uma pessoa fraca, que não me alimento direito, que vivo me sobrecarregando com estudos e trabalhos. Aí ela quer tá por perto para me ajudar. Não sei como dizer a ela que eu e marido precisamos ficar sozinhos. Descobri, há um ano, um problema de saúde, que a deixou mais preocupada comigo ainda. Porém estou bem e me cuido. Mas, antes disto ela já morava aqui em casa. Ela insiste em fazer nossa comida, lavar nossa roupa, limpar nossa casa e ainda reclama que tá sobrecarregada. Ela sempre me faz sentir a pior pessoa do mundo, quando eu digo que vou viajar com meu marido. Ela tem ciúmes. Ela tem duas casas uma ela alugou e a outra tá fechada. Mas ela insiste em ficar aqui em casa. E eu não queria mandar ela embora porque ela é minha mãe e eu a amo. Mas sinto que isto tá atrapalhando meu casamento. Sou casada já há mais de 10 anos. O que eu faço? Me ajudem, por favor.
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14 MAR 2023
· Esta resposta foi útil a 3 pessoas
Oi Ivana
Simples:
Primeiro:
É dar-se conta de que voce não nasceu para cuidar de mãe. Voce apenas veio a este mundo através dela, mas não é dela.
Voce veio para se realizar, para realizar teus sonhos, alcançar teus objetivos de vida, tua ambição! Para isso, a vida te deu a liberdade e a possibilidade de escolher e decidir... voce, dona da sua vida!
Segundo:
Voce já tem 35 anos e precisa cortar o cordão umbilical psicológico com a sua mãe para que possa oportunizar o nascimento de ti mesma. Voce ainda está dependente emocionalmente dela. Enquanto ficar ligada a ela, não se realiza e nem realiza a sua mãe.
Terceiro:
Sua mãe precisa viver a vida dela e não deve estar junto contigo. Ela precisa arranjar um companheiro para si mesma ou mesmo ficar sozinha, se for escolha dela; mas precisa se realizar na vida. Caso contrário, ela irá transferir para voce mesma a insegurança, a carência, o medo que ela sente.
Sua saúde física e sua harmonia familiar, com teu marido e filho dependem deste desvinculamento da mãe.
Não é por acaso que uma das casas dela está fechada... esta é para ela.
Os resultados, só vai perceber quando voce fizer o que deve ser feito. A energia se comunica depende com quem estamos.
Se precisar, tenha acompanhamento terapeutico.
Olá Ivana, tudo bem?
Às vezes confundimos colocar limites nas pessoas, com ser rude. Para o bem do seu casamento, da sua carreira, da sua vida pessoal e da sua própria mãe, você precisa urgentemente colocar limites nessa relação..
Uma vez que você casou e tem sua casa, esta casa é sua e as regras dento dela também são. Não se sinta intimidada em dizer a verdade para a sua mãe. Como o colega abaixo disse, você nasceu para viver a sua história, não a dela.
Isso não significa que você possa ajudá-la e estar presente sempre que quiser e precisar, mas não baseada pelo sentimento de culpa.
Seja sincera, às vezes o melhor que podemos fazer por alguém, é não se render à todas as vontades desse alguém.
Se precisar, estou à disposição. Um abraço e sucesso na jornada
Oi, Ivana. Entendo que sinta culpa, porém, preciso te dizer: sua mãe lhe deu a vida, você deve ser grata a ela por isso, e só! De resto, você precisa cortar essa dependência emocional de vocês duas. Ela não vai parar não, e faz cada vez mais e usa isso para lhe deixar culpada. Não é por maldade não, é inconsciente, e nossa cultura é muito marcada por termos que cuidar de mãe e pai, como se a gente devesse pra eles. Nem você deve nada, nem ela te deve. Você já é adulta, tem independência financeira, tem seu marido, e precisa ter sua vida própria. Se você deixar isso permanecer, seu casamento estará seriamente prejudicado porque o cara pode ser o compreensivo que for, mas chega uma hora que não suporta e aí acaba entrando uma terceira pessoa na história. Entra em contato comigo que eu te ensino como sair dessa situação, como dar limites, e viver de modo saudável tanto com sua mãe (sem virar muleta dela) e também com seu marido, porque , te digo mesmo, essa relação aí não é nada saudável para nenhum dos três. Enquanto não der um basta, isso não vai ter fim, está bem cômodo pra ela, ela acha que você tem obrigação de fazer tudo, quando não é assim não. Te aguardo!
Steffany Alves
CRP 22/01308
Olá Ivana! Obrigado por escrever. "...O que em faço? Me ajudem, por favor." é fala da qual você se queixa da sua mãe. Não combina com crescimento e independência. Não no sentido de perguntar e de pedir ajuda, mas no sentido de que precisa construir caminhos, respostas. Com a história relatada, os recursos intelectuais, com as conquistas acadêmicas, certamente você pode construir muitos caminhos, muitas alternativas para aprimorar a convivência. Lembre-se que o ser humano quer, via seus filhos, realizar o que não não conseguiu por si mesmo. As pessoas querem companhia, demandam vinculações. Será que a comunicação entre vocês não está muito distorcida por ruídos dos corações?
Veja nossos perfis, escolha um de nós, psicólogos, e conte com nossa assessoria científica para que dois cérebros - um técnico e um humano pensem caminhos a construir.
Abraços! A Covid, a Dengue, exigem cuidados e atenção. Vacine-se, vacine as crianças. Valorize mais a Ciência. Ela não é perfeita mais permite avanços. É impressionante como falsos políticos e falsos religiosos usam a fé dos mais simples. Cuidemos do atual resgate da civilização e da democracia. Não há meios de comunicação neutro ou perfeito, mas há instituições mais sérias, mais abertas. Verifiquemos as informações com maior critério. Vejamos o que falam as TVs educativas, os canais abertos com maior tradição de cultura. Valores aprimorados por décadas, não podem ser descartados por interesses de pequenos grupos radicais. Não fortaleça terroristas, bárbaros e antidemocráticos.
Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional.
Olá Ivana.
Entendo a sua preocupação com a sua mãe e compreendo que a sua história tenha colaborado para que tudo acontecesse dessa forma. Mas acredite que existem outras formas de vivenciar tudo isso. À curto prazo sei que as mudanças de comportamentos lhes causarão certos desconfortos e até contrariedades, mas à longo prazo as coisas se acomodam e tendem a melhorar para todos. A Terapia Cognitiva Comportamental poderá lhe ajudar na tarefa de desenvolver novas estratégias para solução de conflitos e resoluão de problemas. Você precisa se disponibilizar com tempo e disposição para participar ativamente do processo. O terapeuta habilidoso vai através da escuta lhe auxiliar a desenvolver estratégias de enfrentamento dessa questão. O primeiro passo sempre será o diálogo sincero, amoroso e acolhedor com a pessoa muito importante da sua vida que é a sua mãe. Na terapia você poderá se fortalecer e desenvolver habilidades assertivas para resolver esse empasse com maestria, tenho certeza disso. Fico à disposição para aprofundar esses conteúdos em terapia.
Maria Nair
Especialista em Psicologia Clínica
Terapia Cognitiva Comportamental
Oi Ivana, sinto muito que esteja passando por essa situação difícil com sua mãe. É compreensível que se sinta presa e sobrecarregada, mesmo que ela faça tudo por você. Ainda assim, é importante que você possa estabelecer limites saudáveis e viver a vida que deseja.
Em primeiro lugar, é importante lembrar que é seu direito ter privacidade e tempo sozinho com seu marido. Sua mãe pode se sentir abandonada, mas ela precisa entender que você tem sua própria vida e que precisa de espaço para cuidar do seu casamento. É importante ter uma conversa honesta com ela e explicar seus sentimentos. Tente ser clara e firme, mas também gentil. Ouça a perspectiva dela, mas faça valer seus próprios limites.
Você também pode considerar outras opções, como encontrar um cuidador ou enfermeira para ajudar a cuidar dela enquanto você está fora. Também pode ser útil buscar ajuda de um terapeuta ou conselheiro, que pode ajudá-la a desenvolver estratégias para lidar com a situação.
Acima de tudo, lembre-se de que não há uma solução fácil para esse problema, mas é importante cuidar de si mesma e de seu casamento. Você merece ser feliz e ter uma vida plena, sem culpa.
