Olá,
Me chamo Isabel e tenho 29 anos, atualmente moro com minha mãe de 68, que tem alguns problemas de saúde. Sempre vivemos só nós duas e minha mãe passou diversas dificuldades para me criar sozinha, ela sempre foi carinhosa e atenciosa, porém um pouco controladora, e sempre nos damos bem enquanto concordavámos em tudo. Eu nunca havia namorado, inclusive por influência dela, que queria que eu me focasse somente nos estudos, e eu para não desagrada-la sempre me comportei da forma que ela queria. Após ter estudado, me pós graduado, começado a trabalhar, mudei de ideia sobre muitas coisas, comecei a querer sair mais, me vestir como queria e parei de frequentar a igreja, e isso já a incomodava. Há dois anos conheci um rapaz com quem comecei a namorar, e ele me faz muito feliz e nos damos muito bem, decidimos que iremos morar juntos em janeiro e oficializar nossa união civil. Ela nunca aceitou meu namoro, me diz que meu relacionamento não vai dar certo, ofende meu companheiro se referindo a ele e a família dele sempre com palavras ofensivas, nunca aceitou que ele frequentasse nossa casa dizendo que a casa é dela e que só frequenta quem ela quiser; ela mexe nas minhas coisas sempre que eu saio, quer definir sempre o horário que eu devo chegar, me diz palavras que me doem muito quando visto roupas que ela não acha adequadas. Ela está fazendo alguns tratamentos dentários que são demorados e diz que só me autoriza sair de casa quando ela terminar esses tratamentos, acredito que porque ela queria que eu esteja sempre a disposição, mas não posso aceitar cuidar da minha vida somente no tempo dela. Ela ameaça me denunciar por abandono, o que nunca foi minha intenção, e diz que se tenho estudo, trabalho, é graças a ela, que ela me sustentou a vida toda e que até se as pessoas gostam de mim é graças a educação que ela me deu, só que morar junto com tanta falta de independência e liberdade tem sido insustentável, ter que estar sempre pisando em ovos e escutando ofensas. Me sinto mal e pensei até em desistir do casamento, o que posso fazer?
Resposta enviada
Em breve, comprovaremos a sua resposta para publicá-la posteriormente
Algo falhou
Por favor, tente outra vez mais tarde.
A melhor resposta
1 NOV 2022
· Esta resposta foi útil a 6 pessoas
Oi Laila Carvalho!
Todos nós, além do nosso nascimento físico, temos o nascimento psicológico...
Voce precisa cortar o cordão umbilical psicológico com a sua mãe; voce precisa ser pai e mãe de si mesma.
A função, o papel dela contigo, já terminou.
Voce veio através da sua mãe, mas não é dela; precisa agora ser dona da sua vida.
Caso contrário, da mesma forma que até os 9 meses, o útero materno é um meio de vida, mas depois dos 9 meses, o mesmo útero, em vez de ser meio de vida se transforma em meio de morte... se a criança não nasce, ela morre.
Precisa promover o nascimento de ti mesma; precisa superar a dependência emocional; tua mãe está te manipulando, gerando estresses e complicando a tua forma de vida e de escolha.
OK que a casa é dela... voce precisa ter a sua própria casa, com teu namorado, para realizar a sua vida.
A sua mãe, também precisa se realizar e não viver com seus problemas e te encaixar dentro dos problemas dela.
Cada uma no seu quadrado, cada uma com os seus desafios; podem se ajudar sim, mas não uma bloquear a vida da outra.
Tua mãe pode sim arranjar outro namorado pra ele
Auxilie-se da Psicoterapia para compreender e viabilizar a sua vida.
Só depende da sua escolha e decisão. Cada um é o que escolhe ser.
Não há nada certo e nada errado: há aprendizagem; esta é a nossa liberdade. Ser o que a vida projetou para nós.
Abraços
Olá Laila.
Toda esta situação que está vivendo é bem delicada. Não se trata de responder a uma pergunta tão complexa: "o que posso fazer?".
Sua mãe faz parte da sua história, da sua vida, é seu maior vínculo, porém a sua independência é importante para sua vida.
Nunca é um profissional de psicologia que te dará esta resposta, mas você mesma.
As perguntas são:
O que quero fazer?
Quais as vantagens de seguir por este ou aquele caminho?
Cada caminho que eu escolher vai me levar para qual situação?
Como vou enfrentar a decisão que pretendo tomar?
Por que minha mãe tem sido tão intolerante com meu namorado e a família dele? Será que ela tem razão? Será que é ciúmes? Será que ele é uma pessoa ideal pra mim? Estou tendo clareza de toda a situação?
Espero que estas perguntas te ajude a refletir.
Jane Assunção.
Oi Laila! Obrigado por escrever. Situações como a que vocês descreveu, acontecem com razoável frequência. Entendemos perfeitamente seu lado, mas também empatizamos com o lado da sua mãe. É preciso que você se direcione por tuas verdades, não por verdades da tua mãe. Ao mesmo tempo é preciso que você se sinta confortável com as escolhas que construir. Cabe observar que você ficará mais confortável se construir formas de contemplar seus desejos e planos, sem precisar deixar sua mãe se sentindo deixado, assim como é possível evitar se sentir-se culpada. Atenção: há ex-namorado, ex-noivo, ex-marido, mas não há ex-mãe. Há formas inteligentes, criativas, sensatas para lidar com a situação, sem violentar tua essência, sem sentir-se culpada ou tolhida.
Será bom aprofundar com a ajuda científica de um psicólogo.
Estaremos a disposição.
Abraços! A Covid, a Dengue, exigem cuidados e atenção. Vacine-se, vacine as crianças. Valorize mais a Ciência. Ela não é perfeita mais permite avanços. É impressionante como falsos políticos e falsos religiosos usam a fé dos mais simples, para manipular e levar vantagens. Resgatemos a democracia. Não há meios de comunicação neutro ou perfeito, mas há instituições mais sérias, mais abertas. Verifiquemos as informações com maior critério. Vejamos o que falam as TVs educativas, os canais abertos com maior tradição de cultura. Valores aprimorados por décadas, não podem ser descartados por interesses de pequenos grupos radicais. É preciso respeitar as instituições.
Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional.
Isabel, você já deixou bem claro as intenções da sua mãe. Mas pergunto, o que irá escolher. Viver a vida que ela designou a você ou ser autora de sua própria historia? Seja qual for a escolha, procure terapia para se fortalecer e sustentar tal escolha. Imagino o quão difícil esteja sendo, fico a disposição, caso queira iniciar terapia.
Um abraço!
