Minha mãe está me sufocando, mas tenho medo de magoá-la pedindo para ela parar.

Feita por >pesquisadora-angustiada · 14 set 2022 Abordagem psicológica

Olá! Tenho 34 anos e sempre morei com minha mãe e meus avós maternos, já que meu pai me abandonou assim que nasci. Meus avós já faleceram, e sobrou só eu e minha mãe. Sempre morei com ela por questões financeiras tanto minhas quanto dela. Ela sempre me apoiou em tudo, nunca competiu comigo, sempre fomos muito amigas. Recentemente eu me mudei de país, pois consegui uma vaga de pesquisadora na Europa. A despedida da minha mãe não foi fácil, mas como hoje temos WhatsApp fica muito mais fácil para se comunicar. Cheguei aqui na Europa em abril desse ano e, no começo, eu e minha mãe sempre falávamos duas vezes por dia: sempre no horário que ela chamava, ou seja, quando ela acordava e quando ela saía do trabalho e ia para casa, o que coincide com meu horário de almoço e minha hora de relaxar e dormir aqui. Tudo ia bem no início porque não tomava muito tempo meu nem dela. De uns tempos para cá, as conversas que antes eram feitas duas vezes por dia agora viraram 4, 5 vezes ao dia. Minha mãe me manda mensagem só para saber se cheguei em casa, se já almocei, o que estou fazendo, ou às vezes só "Oi" de duas em duas horas. Eu entendo que ela se sente sozinha e, em parte, é culpa minha porque ela deixou de fazer muita coisa na vida dela para me criar e me dar tudo. Com isso ela acabou tendo poucos amigos e nenhum hobby, então eu entendo que ela se sente sozinha. Por outro lado, não consigo não me sentir culpada por estar ocupada e não poder falar com ela o tempo todo. Vindo para cá eu fiz novos amigos, tenho novos hobbies, afazeres domésticos. Tudo isso toma tempo. Todos os dias eu tenho uma atividade, seja aqui no laboratório ou lazer com os amigos. Meus finais de semana que eram para sair e descansar estão virando dias que ela me manda mensagem de hora em hora, e acabo vivendo em função dela aqui. Às vezes eu nem estou ocupada, eu só quero jantar e assistir uma série e descansar longe do celular. Já tentei falar com ela para diminuir a frequência para uma vez ao dia, uma chamada de vídeo quem sabe. Ela jura que entende, que me escuta, mas passam dois dias e ela está fazendo a mesma coisa. Já tentei avisar ela que eu estava ocupada fazendo afazeres domésticos e ela diz que "não é urgente, não precisa responder, é só pra te avisar que estou indo no mercado". Em outras situações, ela constantemente fala que nós somos uma só, que só temos uma à outra, que somos a mesma alma, que temos que nos unir, que somos unha e carne etc. Eu entendo esse apego e, em parte, é culpa minha de não ter saído de casa antes, mesmo que tivesse que passar necessidade, para quebrar esse vínculo. Ao mesmo tempo, eu sinto que esse tipo de fala e o fato de ela estar o tempo todo me mandando mensagem é um pouco sufocante. Me sinto muito culpada se não posso falar com ela sempre e tenho muito medo de magoá-la. Eu amo minha mãe e jamais abandonaria ela, mas só gostaria de ter mais espaço aqui. Isso está afetando minha saúde mental e física, já que passar muito tempo em frente a telas - do computador no trabalho e do celular em casa - está piorando minhas enxaquecas e degenerando minha visão. Mas não sei mais o que fazer para ela entender que não quero magoá-la nem abandoná-la, só quero menos "grude". Gostaria de saber também que tipo de terapia me recomendam para eu aprender a lidar com isso, pois são muitos tipos. Eu faço terapia para problemas de autoestima e síndrome do impostor, mas sinto que nessa questão não estou tendo muita ajuda. Muito obrigada!

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A melhor resposta 15 SET 2022

Ola, bom dia!
Em set relato você se culpa várias vezes por ter sido cuidada pela sua mãe, acho que começa por aí, não conseguir separar as coisas, um bebê é totalmente dependente da mãe ou seus cuidadores, então cuidar de vc foi consequência de ser mãe, cuidar do bebê até que este possa se cuidar. Mas parece que essa parte ainda não chegou pra sua mãe e também pra vc, pois apesar de ter saído de casa, ainda sente a culpa por essa separação, que numa relação saudável, seria natural, os filhos crescem e ficam independentes.
Porém como sempre foram vocês duas, a relação aparentemente ficou muito simbiótica, esse "grude" que você mencionou e me parece que ela está sofrendo com a síndrome do ninho vazio. Se ela viveu pra vc com a sua saída, ela não encontrou hobbies, amigos ou outros tipos de realizações pessoais além de ser mãe.
Se vc já reconhece que tem traços da síndrome do impostor, esses sintomas fazem com que vc não se sinta merecedora o sucesso e reconhecimento, é como se soubesse que merece, mas não se sente preparada para usufruir do prêmio. Tem pessoas que adoecem quando chega mais perto de realizar seus desejos. A sua culpa está impedindo de ocupar o lugar que conquistou.
Isso é tratável em psicoterapia, não sei qual a abordagem que vc faz, mas seria ideal levar tudo que aflige a sua psicóloga. Pois geralmente os sintomas estão interligados.
Espero que consiga aguentar a sua felicidade e se apossar das suas conquistas.
Abraço

Tatiana Maria Silva Gomez Psicólogo em Sorocaba

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7 OUT 2022

ola! Se você estiver precisando de ajuda é só entrar em contato comigo que irei agendar a sua consulta o mais rapido possível

Rafaela de Arruda Custódio Psicólogo em Belém

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16 SET 2022

Voce não se desvinculou da sua mãe, ainda continua presa a ela pelo cordão umbilical psicológico, não promoveu o nascimento de voce mesma. Enquanto permanece assim, cada dia fica pior porque a vida pressiona para que resolva este problema e voce não percebe. Hoje é a mãe, mas oderia ser marido, namorado, ... Os fatos externos se apresentam como oportunidade de voce resolver conflitos, traumas, problemas;
Voce precisa curar seu emocional, sua dependência.
Voce não nasceu, não está aqui para ficar dependente, nasceu para realizar a ti mesma.
Sua mãe também precisa realizar a ti mesma... enquanto ficarem ligadas asim, uma frustra a outra... isto não é amor, é dependência.
Amor liberta e não escravisa.
Precisa fazer Psicoterapia, a que está fazendo não resolve.
Enquanto se esforça para compreender e viver a vida permanecendo baseada onde outra te alienaram, haverá somente processo de autodestruição e perda progressiva.
A cada momento está escolhendo e se responsabilizando por cada escolha!
Abraços

Geime Rozanski Psicólogo em Brasília

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15 SET 2022

Olá pesquisadora-angustiada! Obrigado por escrever. Certamente uma mulher pesquisadora, de trinta e quatro anos, precisa ter e viver seus espaços de enriquecimento, com estudos consistentes e/ou trabalho consistente, turma de colegas e conhecidos consistentes, atividade física regular, alimentação saudável, dentre outros costumes saudáveis. Quanto ao contato, ter obrigação de se falar uma vez por dia (virtualmente), já é muito, gera dependência, imagina três ou quatro vezes por dia. Sabemos que você ama a tua mãe, que não foi um hábito indevido, só de responsabilidade dela. Mudar é preciso, no entanto. Talvez você possa ajudá-la a buscar ocupações enriquecedoras. Certamente você pode explicar para ela, dando a ela acolhimento, empatia e segurança, para que ela não suponha a inócua proteção dos contatos altamente superficiais e constantes. Certamente o trabalho do seu psicólogo, relacionado com a autoestima, poderá contribuir. A questão do síndrome do impostor, precisarei entender de forma específica.
Estou a disposição, se necessitar, para aprofundar.
Abraços virtuais (A Covid e a Dengue são reais. A maior parte dos políticos são falsos, a imensa maioria dos
ditos, "líderes religiosos" querem é dinheiro - são falsos, atores, comerciantes da fé, opositores do conhecimento - preste atenção! Há até alguns falsos cientistas. Diante disso, sigamos recomendações de instituições como: Anvisa, TVs Educativas, Universidades Públicas, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Organização Mundial da Saúde!)
Vacine-se! Vacine as crianças! Retome as máscaras, evite aglomerações e elimine os criadouros de mosquitos.

Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional.

Ary Donizete Machado Psicólogo em Limeira

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