Olá meu nome é na verdade Pedro, só usei outro nome para me registrar pois não queria que minha família soubesse mas enfim vamos lá:
Minha história com a Psiquiatria começa aos 7 anos de idade quando minha mãe se separou de meu pai, e eu comecei a arrancar meus cabelos, ela preocupada comigo me levou ao médico, que me receitou acompanhamento psicológico, passei três anos da minha vida visitando o psicólogo (Não tomei remédios na época), isso na época eu achava uma chatice e como era muito tímido não sabia muito como me expressar corretamente nas consultas.
Tempo passa e minha mãe sem dinheiro deixa de me levar ao psicóloga, e na escola para piorar eu sofria muito bullying, por ser muito queto e além de ter várias manias que desenvolvi com o tempo.
(Como de fazer caretas quando estou nervo, bater os braços quando estou ansioso, e de gritar palavras obscenas ou incompreensíveis quando estou feliz, ansioso ou nervoso)
Nem me perguntem por que eu faço isso, já tentei parar mas não consigo e isso me faz odiar a mim mesmo que também faz eu sempre ser a piada ambulante por onde eu passo.
Isso foi criando um ódio muito grande dentro de mim, pois eu não sabia como reagir aos bullyings e também não sabia como parar de fazer as minhas malditas manias, de certa forma eu tinha vontade de bater em todo mundo inclusive em mim mesmo, e também foi nessa época que comecei a me cortar como forma de auto-punição.
Isso além de não resolver, me fez minha mãe ficar mais preocupada comigo e querer me levar ao psiquiatra do SUS, mas eu com minha arrogância e não querendo sair de casa recusei veementemente e não fui, também foi nessa época onde meu pai arranjou outra mulher e com isso eu cortei totalmente contato com ele, pois sempre frisei e priorizei a castidade (Eu queria ser padre) e nunca aceitei esse comportamento dele.
Minha raiva só aumentou, e comecei não mais a me cortar mas sim a descontar em tudo e todos que me rodeiam (Apesar de eu me sentir enormemente culpado depois) e também comecei a me isolar cada vez mais do mundo (Hoje faz 3 anos que não saio de casa), me sinto um fracassado em todos os aspectos comportamentais e sociais, e com ódio de mim mesmo por ter nascido, oque eu devo fazer?
Sou pobre e não tenho dinheiro para arcar com tratamento psiquiátrico.........
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8 AGO 2020
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Oi, Pedro, acolho com amor seu relato. Não por ser psicóloga que estou sendo generosa, tá? Mas, por que realmente compreendo você e entendo toda essa angústia. Como aconselhamento, não posso deixar de mencionar que você é maravilhoso e que há um propósito de sua existência, porém quanto mais você se julga, mais você se afasta dele, fazendo com que você perca o sentido de tudo. Sem sombra de dúvidas, um acompanhamento terapeutico poderá ajudar, mas não só isso. Você precisa também buscar um autocuidado, mudança na forma de viver e enxergar o mundo. O que você mais gosta de fazer? Qual seu verdadeiro sonho? Como você tem se alimentado? Que atividade física voce faz? Você pratica a gratidão? Enfim, comece a questionar-se. No mais, meu abraço e, caso precise, entre em contato.
Eline!
8 AGO 2020
· Esta resposta foi útil a 1 pessoas
Olá Pedro! Muito obrigado por relatar. Seu relato reflete uma situação muito frequente, indica que há uma vida sentida como estúpida, mas mas há, na mesma escrita, a indicação de que ela poderia e pode ser diferente. Você não citou a tua idade, mas pelo relato, salvo novos dados, sua questão deve ser trabalhada, principalmente por uma pessoa diferente dos profissionais, que é você mesmo, em processo de amadurecimento. Com a ajuda da conduta científica de um psicólogo haverá ampliação do seu aparelho de pensar. Imagine se você estivesse escrito: "pobre e rico são conceitos muito abrangentes, no momento estou sem dinheiro, mas vou me organizar para priorizar a minha evolução psicológica, passando a ponderar com maior autonomia e troca social, os significados, direções e avanços da minha essência." Antes de pensar inviável, converse, descubra as bases e possíveis para incrementar passos com os riquíssimos recursos de criação de desenvolvimento que você é.
Espero ter ajudado. Conte conosco para esclarecimentos e possíveis aprofundamentos.
Abraços virtuais (em tempos de pandemia, sejamos razoáveis: Ciência!)
8 AGO 2020
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Olá, Pedro.
Obrigada pela participação e pela coragem de seu relato.
Você traz pontos muito importantes e fico imaginando o tamanho da angústia que sentes.
Seria de extrema importância a busca por auxílio profissional, o serviço público de saúde oferece esse recurso (pode procurar por UBS ou CAPS em sua região). Ter acompanhamento profissional significa dar-se a oportunidade de ser cuidado, dar ao outro a chance de te auxiliar, criar uma relação terapêutica de segurança, sem julgamentos, com muito apoio e acolhimento as suas dores.
Com certeza tem muitos pontos de sua história que podem ser recordados, retomados e ressignificados com generosidade.
Não deixe de se permitir ter uma qualidade de vida melhor.
Espero ter contribuído e coloco me à disposição.
Abraço.
Beatriz Mazzoco