Descobri a traição da minha mãe e a mulher manipuladora que ela é

Tudo começa assim.
Estávamos de reforma em casa por morarmos em uma residência relativamente humilde, sempre temos problemas com chuvas e já estávamos juntando dinheiro pra fazer os concertos por 2 anos. Mas sempre era aquele aperto. Até que em 2019, acabei enfrentando (e toda família) um dos piores momentos: meu pai estava com um câncer. Foi tão dolorido e terrível pra mim, saber que ele teria de ir para outra cidade, buscar tratamento e que eu não tinha certezas se ele estaria conosco depois era duro de lidar. Então ele e minha mãe se mudaram por um mês para outra cidade, usamos todas as nossas economias e até o que não tínhamos para alugar um apartamento e realizar o tratamento. Graças aos médicos, ele próprio e Deus, meu pai se recuperou e segue apenas o acompanhamento. Ele ficou sem trabalhar e, como ainda tinha a reforma, juntamos mais dinheiro e fizemos a reforma que ele queria, em fevereiro de 2020 (pouco antes da pandemia).
Durante esse período, ficamos os quatro (eu, irmã, pai e mãe) na casa da minha avó em um quartinho que ela arranjou, meu pai, dormia na sala pois precisava acordar mais cedo pra quando os pedreiros chegassem, e pela rotina dos remédios e não queria nos acordar. Minha irmã tem problemas respiratorios e precisou ficar em uma cama só e eu, por ser mais magro, dividi o espaço com minha mãe. Pois, foi durante uma dessas, compartilhando o mesmo quartinho, que um dia peguei uma mensagem inteiramente suspeita na tela de bloqueio dela. Como esse celular que ela estava era o meu antigo aparelho que o dela havia quebrado, desbloquear não foi nenhuma dificuldade pra mim, o fiz e eram muitas mensagens do WhatsApp, Facebook e Instagram nas notificações dela, e eu fui apagar algumas pra "limpar" o espaço da tela e és que acho essa com emojis suspeitos e um (cadê você) e coisas do tipo nas notificações. Me espantei, mas como ela é relações públicas e setor administrativo de uma IES pensei que "há colegas de trabalho que se tratam com muita intromissão e tals", mas fiquei cabreiro, pois o nome do fulano me era familiar de um acontecimento bem "traumático" do meu passado que vou contar mais pra frente.
Aí desconfiado, analisava tudo. Ela sempre muito apegada ao telefone, mas ao mesmo tempo, "descuida" no sentido de deixar muito na cara o aparelho quando carregava, ou só na mesa ou braço do sofá.
Como na época, estava finalizando o curso de medicina, eu notava os traços da personalidade dela e suas condutas no mínimo, suspeitas, e, passei a analisar em retrocesso a pessoa da minha mãe e notei ainda mais traços de um indivíduo manipulador, irônico, isolacionista, dramatização, desconversa, posse, e que costuma (constantemente) usar de um tom de flerte em seu jeito para com os outros que sempre me incomodou bastante, mas ao analisar seu comportamento, falas, gestos, só me comprovou o quão alarmante era isso. Ali tinha coisa e eu ia descobrir.
Me lancei a observar tudo, cada micro gesto e movimento dela, fui uma águia, até que um dia vi uma ligação desse homem às 18 horas (ela estava no banho) e me gerou ainda mais desconfiança. Pensei "vamos esperar o WhatsApp agora" e na mosca; uma mensagem perguntando por ela do mesmo homem surge no aparelho quase de imediato, e mais outra com um emoji.
Fiquei chocado com aquilo, isso era suficiente pra provar que eu estava certo, que aquela mulher trabalhadora, com problemas de saúde, filha amada, esposa dedicada e mãe exemplar estava sendo amante (?) Queria que fosse engano meu, mas a lógica só apontava pra isso.
Já me distanciando dela, e deixando isso bem claro, ela desconfiou: era meu plano pra ver se ela notava minhas suspeitas ou nem sei o quê direito, eu só queria deixar claro que eu tava com raiva.
Um dia, por conta da reforma na nossa casa, precisamos comprar mais materiais, meu pai todo animado foi comigo e ela foi junto, pois meu pai a chama de "o caixa", uma brincadeira por ela controlar o dinheiro dele, da minha irmã e minha avó. Bem, na loja, compramos tudo e seguimos ao caixa, lá, uma questão do vendedor sobre o endereço de buscar os materiais num galpão nos fez divergir e eu sugeri que minha mãe usasse o mapa GPS do aparelho pra acharmos o local, ela estava estressada (como durante muitos dias) e me pediu que olhasse no mapa e me deu seu celular. Já com um pouco de ranço, me neguei de início, mas ela insistiu pra mim, e eu pesquisei. Eis que, no meio da pesquisa começam a surgir mensagens do homem no whatsapp dizendo que 'estava na banheira esperando por ela' com emojis de calor e coisas do tipo, uma atrás da outra, no meio uma ou outra de uma amiga perguntando sobre se meu pai tava melhor (é que ele tinha feito check-up naquela semana e graças a Deus deu tudo bom). Quase derrubei o celular no chão. Era a prova definitiva de sua imundície ali nas minhas mãos, do seu desrespeito total.
Me veio uma vontade de chorar alí mesmo e, como eu já vinha entristecido nós últimos dias por essa história, só lhe devolvo o celular e peço pra voltar pro carro. Sai olhando pra janela pedindo forças a Deus e o universo pra me manter firme e forte. Lá eu quase caí em desespero, queria chorar, gritar, desmascarar aquela mulher, mas sempre que pensava no meu pai, recuava.
O mês se passou assim e, na minha antiga terapia, nesse mesmo dia da loja, desabafei tudo sobre a traição e minha dor. Os dias passaram, mal falava com ela direito, eu queria gritar na cara dela a verdade que ela escondia por trás da trabalhadora e sofrida mulher que lutou pelo marido doente, filha e mãe doentes e conseguiu a bolsa pro outro na faculdade, e ainda assim ela se passava pro povo que tava sendo subtratada, desvalorizada e ignorada.
Com a cabeça mais fria, decidi pegar as pequenas oportunidades pra olhar seu celular e colher provas do que sabia. Usei de todas as brechas que pude e, por mais que isso tivesse abrindo um precipício entre mim e ela que difícilmente sería reconstruido, peguei todo conteúdo de um mês de conversas, pornografia e vídeos entre ela e seu amante.
Levei a minha terapeuta que me indicou contar a alguém de confiança (a pessoa que eu mais confiava era minha mãe) e agora havia destruído isso. Com o tempo, recordei-me de onde lembrava do tal individuo e isso só abriu um buraco ainda maior no meu ser: aos 12 anos, ainda eram aqueles celulares antigos de SMS e MMS, eu havia captado uma mensagem também sem querer (eu tava jogando no celular dela) e era algo sobre esse mesmo homem pedindo pra que minha mãe e ele parassem as mensagens pois a esposa dele estava desconfiada e tal. Eu tinha o contato salvo no meu celular com o nome TraiCel e isso ficou comigo por dez anos, até que um dia, nem me lembrava mais se aquilo era real ou viagem de moleque e deletei do meu smartphone novo, pois eu tinha mantido o ship. Lamentei por isso; pois uns semanas depois, no meu antigo celular, no whatsapp dela, confirmar que nada era uma bobagem de criança. Era real. E eu me sentia cúmplice dessa canalhice toda.
Então não sei quanto tempo ocorre, de certo são 12 anos de traição, mas pode ser muito mais. Isso me dói demais, mesmo hoje sendo apática pra com ela, a trato bem, pois a pandemia me deu dores iguais ou piores que as escolhas dessa mulher, mas fico com pena do meu pai, ele é bem sentimental, mas muito fechado, calado e na dele, tenho certeza que ela iria sair de casa na mesma hora ou até sofrer um ataque, pois ele é diabético e hipertenso, então isso torna ainda mais agravante.
Mas, pensar que meu pai estava em uma luta pela vida, um tratamento contra um câncer, e essa mulher devia passar todo tempo conversando com o outro, talvez internamente desejasse que meu pai nunca tivesse se recuperado. Dói muito!
No celular dela, o contato do cara tem o nome real, é tão burro a ponto de deixar a foto dele e do trabalho. O cara é tão feio e velho nojento que acho que minha mãe é cega, estúpida ou louca para trocar o meu pai por um cara desses. Eles são casados a 30 e poucos anos gente, e o cara também é casado e minha mãe com cinismo, umas vezes já chegou a falar desse cara aqui em casa até, da esposa dele, dos filhos dele e de uma "colega do trabalho dela" que tem ou teve um crush nesse fulano. Detalhe: eles trabalham no mesmo local! Me dá asco, ódio, e acho tudo muito estranho e bizarro sabe. Mas o pior é que eu suspeito que minha mãe se encontra com esse cara no trabalho, ela trabalha de dia e é a única que extende o horário pra 1 ou 2 horas mais, difícilmente atende ligação de cara, aí ela fala que estava ocupada e inventa um monte de desculpas. Por ter problemas endocrinos, minha mãe precisa de uma dieta regulada e eu (minha família toda) já tentamos de um tudo pra ela ajustar o horário do trabalho, mas ela nunca pode, pois sempre tem 'muito trabalho, mais que os outros e isso', detalhe, ela é a chefe do setor dela. Ela fica sempre me dando lições para ser sincero e leal, que acha que meu pai já a traiu nas viagens dele (era o trabalho dele dirigir pra firma intermunicipal), que se fosse pelo passado ela e meu pai já deviam ter se separado por serem muito diferentes em muita coisa, que meu avô traia minha avó com uma velha feia e blá blá blá, mas ela mesmo não pratica nada. E ultimamente notei o quão ela se perde, se contradiz, e manipula todos pra chegar no ponto que ela quer, pra não estar nunca errada ou desacreditada, e fica toda ofendida com qualquer coisa que dizemos sobre críticas ou ela preferir o trabalho a própria saúde. Quando na real eu acho que ela usa do horário extra pra se encontrar com ele. Me faz ficar só observando a que ponto um indivíduo pode chegar sabe.
Agora não consigo olhar pra ela, fico pensando como ela pode ser tão falsa com meu pai (e todos nós), sempre fazemos várias coisas pra ela e nem estamos em boas condições, mas meu pai tem um guardado, minha irmã trabalha e sempre moldamos tudo pra que ela seja feliz e confortável. Ano passado, contei pra minha irmã tudo a cerca de um ano e ela disse que era uma viagem minha, que havia uma explicação razoável e que eu perguntasse a mãe. Quando perguntei se ela acreditava naquilo, ela disse que não acreditou em mim, mesmo lhe mostrando as mensagens, só a poupei da pornografia pois ela é toda puritana e chata pra essas coisas e não iria poder nem querer ver isso. No dia que voltei de um procedimento (levei anestesia e tudo) ela tava deitada na cama do meu lado dizendo que tava me aquecendo do frio, eu fingi que tava coberto com os olhos fechados e ainda vi ela mandando mensagem pro cara, velho, nojento. Ela tava do meu lado, mentindo na minha cara outra vez, me manipulando, fingindo, enquanto tava era respondendo o outro que perguntava 'onde tava? Que ele ligou um monte de vezes e nada dela atender. Que viu nosso carro. blá blá blá"
Eu estou querendo conversar com ela desde o ano passado, dar um prazo pra ela e se ela não falar a verdade eu conto pra meu pai e todos, mas tenho certeza que ele ficará horrorizado, assim como todos. Mas a pandemia mudou tudo, estou a 1 ano e meio presa em casa por sermos todos grupos de risco e é uma situação de me dobrar pra continuar a coexistência harmoniosa às vezes e outras de me fechar e nem querer olhar na cara dela. Eu já busco (bem antes de confirmar tudo isso) ir embora de casa, pois não temos espaço nem a melhor das relações mesmo, mas não trabalho e é difícil encontrar como sair. Sinto que ela suspeita que eu sei da nojeira dela. Mas o pior, é que também suspeito que outras pessoas da minha família sabem do que ela faz (talvez meus tios e minha irmã); não tenho em quem confiar totalmente sabe. Desde que a pandemia começou, minha terapeuta fechou e eu tive que tirar de mim as forças pra conviver e ver o que eu vou fazer com isso que fizeram a mim.
Meu pai é tão humilde, companheiro e bondoso, nem sei como minha mãe foi tão estúpida e nojenta a esse ponto, mas eu não sou do tipo que menosprezo a maldade humana e seus limites.
Só queria compartilhar o que eu penso e sinto aqui porque eu tava com isso na garganta, na mente e na cabeça a tempos. Me desculpem pelo "livro".