Meu parceiro se sente cobrado em excesso
Relacionamento de 5 anos, no começo ele era muito atencioso, carinhoso e sempre presente nos momentos. Em 2021 comecei a notar mudanças nele, não era mais carinhoso, conversava pouco comigo, sempre cansado, não queria fazer atividades juntos e a relação sexual começou a ter problemas também. Conversei diversas vezes com ele e chegamos a conclusão que poderia ser a ansiedade dele, mas mesmo com terapia, dedicação e tratamento com medicamentos essas questões só pioraram. Ele trabalhava em horário diferente do meu, o que deixava a gente com poucas horas de conversa por dia e nos finais de semana ele treinava e dormia boa parte do tempo, pois estava cansado. Fiquei desempregada em 2022 e isso deixou a gente com mais tempo para fazer atividades já que ele trabalhava até às 13h, mas isso não aconteceu mesmo eu falando para ele que gostaria que ele viesse me ver durante a semana vez ou outra já que o carro estava com ele e ficava a 6min de distância da minha casa. Comecei a relatar que sentia ele distante e menos afetuoso, questionava se tinha algo acontecendo e ele sempre dizia que era o cansaço. Ele começou a não me satisfazer mais nas relações sexuais que agora estavam rápidas visando apenas o prazer dele, também surgia com novos pedidos nada prazeroso e que claramente eram de vídeos pornográficos. Decidi pesquisar todos os sintomas que via nele e sempre levava a uso excessivo de pornografia, conversei com ele e questionei se ele consumia e a resposta foi não. Após outros acontecimentos eu já estava segura de que ele consumia pornografia, pressionei ele e recebi a resposta. Antes dos 10 anos de idade ele conheceu esse mundo e desde então não vive um dia sem, se declarou viciado e contou que mentia que ia dormir pra praticar Pmo, mentia que ia tomar banho ou ir no banheiro apenas para assistir. Aquilo foi um choque pra mim, pois minha opinião é totalmente contra a indústria, me fere como mulher, como pessoa e me fere também por conta de um trauma de abuso na infância que um adolescente queria testar os atos que assistia na internet em outra criança. Ele desde o começo do relacionamento estava ciente de que eu escolhia não me relacionar com alguém que consumisse o conteúdo, pois era totalmente contra o que eu defendia. Ele estava decidido a sair desse mundo e então procuramos conhecer o assunto, iniciou o Reboot e conversamos sobre outros pontos do relacionamento. Pedi para ele conversar mais comigo durante a semana e ser mais afetuoso, ele melhorou muito nesse aspecto e o Reboot deu mais qualidade de vida pra ele. Agora que ambos vão trabalhar no mesmo horário e ter uma rotina semelhante eu pedi que tivéssemos uma conversa para deixar claro o que cada um espera do relacionamento nessa nova fase. Eu pedi que ele fosse carinhoso, afetuoso e que a gente combinasse de se ver durante a semana respeito a rotina de cada um. Questionei sobre o que ele achava e tudo mais, não houve nada negativo em falas, mas era visível que algo tinha deixado ele incomodado. Mais tarde conversei novamente com ele e então me informou que sentia que isso era cobrança excessiva que se sentiu preso. Fiquei chateada, pois o que eu pedi era algo que ele já fazia no começo sem eu pedir, não vejo como excessivo pedir que ele segure minha mão, me de abraços, beijos, que use palavras carinhosas e que aproveite nossos momentos juntos, sinto que estou pedindo o mínimo de um relacionamento, uma pessoa carinhosa e companheira( ele já foi isso e muito mais). O que podemos fazer para melhorar isso? Estou realmente pedindo muito?
Obs: as mentiras excessivas e o comportamento que o vício fez ele ter me deixaram profundamente magoada e estou trabalhando nisso, pois escolhi não abandonar ele nessa luta contra o vício.
A mudança de afeto surgiu na metade de 2021, antes ele era um companheiro extremamente afetuoso e presente.
Ele fazia terapia, mas a profissional não soube lidar com a situação do Reboot e pediu para que ele fizesse o contrário do que ele queria, ele se sentiu pressionado e então informou que queria trocar de profissional (SUS), na consulta que ele iria para ela fazer o encaminhamento para outra pessoa ela deu alta alegando que não via mais necessidade dele fazer acompanhamento psicológico.