Eu tenho alguns pensamentos obsessivos e repugnantes sobre religião. As vezes quando estou em um momento de intimidade me vem a imagem de alguma figura religiosa e me sinto angustiada, achando que cometi algum pecado. Ou me lembro de erros antigos e não consigo parar de pensar naquilo e me sinto muito culpada. Agradeço desde já pela ajuda!
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8 AGO 2023
· Esta resposta foi útil a 3 pessoas
Primeiramente, quero que saiba que é corajoso(a) por compartilhar seus sentimentos e preocupações aqui. Parece que você está lidando com pensamentos obsessivos e angustiantes relacionados à religião e à culpa. Esses tipos de pensamentos intrusivos podem ser muito desconfortáveis, mas saiba que você não está sozinho(a) nessa situação.
O que você está descrevendo pode estar relacionado a um transtorno conhecido como Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). No TOC, os pensamentos obsessivos, como os que você mencionou sobre figuras religiosas e pecados, podem causar ansiedade significativa e levar a comportamentos compulsivos como tentar neutralizar esses pensamentos ou rituais para aliviar a angústia. É importante lembrar que esses pensamentos não definem quem você é, e você não é culpado(a) por tê-los.
Aqui estão algumas estratégias que podem ajudar a lidar com esses pensamentos obsessivos:
Reconheça e Aceite: Aceitar que você está tendo esses pensamentos é o primeiro passo. Lembre-se de que ter pensamentos intrusivos não significa que você realmente acredita neles ou que são verdadeiros.
Mindfulness e Meditação: Praticar mindfulness pode ajudar a observar seus pensamentos sem julgamento e a se afastar deles. A meditação também pode ajudar a acalmar a mente e reduzir a ansiedade.
Distração: Quando os pensamentos obsessivos surgirem, tente distrair-se com atividades que você gosta e que ocupem sua mente.
Terapia: Considerar a terapia com um profissional especializado em TOC, como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), pode ser muito benéfico. A TCC trabalha para mudar padrões de pensamento e comportamento disfuncionais.
Converse com um Líder Espiritual: Se você pertence a uma comunidade religiosa, pode ser útil falar com um líder espiritual de confiança sobre seus pensamentos e sentimentos. Eles podem oferecer orientação e apoio.
Evite a Autopunição: Lembre-se de que a culpa excessiva não é produtiva. Tente tratar-se com gentileza e compaixão, como você trataria um amigo.
Se esses pensamentos estiverem causando um impacto significativo em sua qualidade de vida, recomendo buscar ajuda profissional. Um psicólogo ou terapeuta pode trabalhar com você para desenvolver estratégias personalizadas para lidar com esses pensamentos e reduzir a ansiedade associada a eles. Lembre-se de que a recuperação é possível, e você não precisa enfrentar isso sozinho(a).
Olá Maribel, obrigado por compartilhar. Imagino como deva estar sendo ruim para você vivenciar isso. O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é um transtorno mental caracterizado pela presença de obsessões e compulsões, que são padrões de pensamentos, imagens ou impulsos indesejados e intrusivos (obsessões) que causam ansiedade significativa, e comportamentos repetitivos ou atos mentais realizados para aliviar essa ansiedade (compulsões). As obsessões são pensamentos persistentes e perturbadores que muitas vezes são irracionais e incontroláveis. Esses pensamentos podem estar relacionados a temas como contaminação, segurança, simetria, ordem, agressão, religião, entre outros. As pessoas com TOC geralmente reconhecem que essas obsessões são irracionais, mas têm dificuldade em afastá-las.
As compulsões são comportamentos repetitivos que são executados em resposta às obsessões, com o objetivo de reduzir a ansiedade ou prevenir algum evento negativo imaginado. Por exemplo, alguém que tem obsessões sobre germes pode realizar rituais de lavagem das mãos repetidamente para se sentir seguro. No entanto, esses comportamentos compulsivos fornecem apenas alívio temporário e, com o tempo, podem se tornar debilitantes.
O diagnóstico do TOC é feito com base na observação dos sintomas e na avaliação clínica por um profissional de saúde mental qualificado, como um psicólogo ou psiquiatra. No seu caso não é prudente nem ético elaborar um diagnóstico baseado numa pergunta de internet, portanto, para uma melhor compreensão do seu quadro é importante que você procure ajuda profissional. O profissional que vai lher atender vai lhe ensinar, de forma individualizada, como lidar com esses pensamentos. Lembrando que pode não ser TOC, pode ser outra coisa, mas o importante é que você procure um profissional.
Olá, Maribel,
As crenças e dogmas religiosos possuem um caráter pan-óptico (FOUCAULT, 1987), ou seja, que vê tudo. Assim, por mais que estejamos na nossa intimidade, esses conceitos seguem atuando e se mostram autônomos, podem interferir nas nossas atividade, coibir desejos ou simplesmente lançar um olhar julgador sobre nós. Por sentirmos como se esses pensamentos possuíssem alguma autonomia, é comum pensarmos como um transtorno.
Contudo, estamos falando de um conjunto de crenças que escolhemos e aceitamos para nós. Mesmo que não tenhamos clareza sobre a escolha que fizemos, devemos entender qual o contexto do aprendizado, no caso, religioso. Assim, é a partir da compreensão destes "pensamentos obsessivos" que poderá tomar novas escolhas, coerentes com que você mesma.
Fico à disposição para te acompanhar nesta busca.
Até mais.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis, Vozes, 1987.
Oi Maribel,
Precisa ter claro duas coisas:
O que é a Vida e o que é o sistema.
Você é vida, vida é força, energia. Essencialmente somos espírito, energia, Vida! Nossa essência é espiritualidade, energia, vida.
Sistema é tudo o resto, tudo o que encontrou quando você nasceu: meio familiar, educacional, social, religioso.
Enquanto a vida te dá a liberdade o meio (sistema) te dá o limite, o pode e não pode, o bonito ou o feio, o alto e o baixo, o pecado e a virtude.
A espiritualidade te liberta; a religião te limita; a religião é um dos tentáculos do sistema que te mantem manipulada, te manipula através do medo e da culpa...
.....
Abraços
Olá Maribel! Obrigado por escrever. De fato, ao tentar refletir a religião, a maior parte das pessoas humanas que se colocam como entendedores e divulgadores das mensagens religiosas, quanto ao sexo, erram muito feio. O sexo é maravilhoso, da natureza humana, uma dádiva de Deus, que precisa ser vivenciada com empatia, respeito, alegria, prazer, integração entre os parceiros. Os conceitos entraram em tua cabeça, de forma radical, com distorções. Deus criou as pessoas com a dimensão sexual, que precisa ser vivida em harmonia em respeito entre as pessoas que escolheram viver intimidade sexual.
Você precisa ressignificar o entendimento, o sentimento, a realização da vivência da sexualidade.
Erros todos temos. A questão é integrar isso com o ser humano. Não há ser humano sem erros: "Atire a primeira pedra aquele que não tiver erros".
A ajuda científica de um de nós, psicólogos, poderá te ajudar muito a se libertar da culpa, da distorção do entendimento das coisas.
Abraços! A Covid e a Dengue estão vigentes: sejamos cuidadosos. A maior parte dos políticos não são confiáveis. Dentre os religiosos, há muitos que se dizem religiosos, mas na verdade, são falsos: querem é dinheiro. Fazem teatro para enganar os descuidados. Os meios de comunicação não são neutros, mas aqueles que apresentam tradição de muitos anos ou recebem o selo educativo/cultural, e não estão a serviço de alguma seita religiosa, são razoáveis. Tenha sabedoria para filtrar. A Ciência não é perfeita, mas como fez o avião, a geladeira, o rádio, o celular, faz as vacinas. Confie na Ciência! Vacine-se, vacina as crianças.
Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional.
