Sou casada há 12 anos, meu esposo é um pai maravilhoso, e é daquelas pessoas que todo mundo gosta, faz de tudo para agradar aos outros, etc. Temos duas filhas, a mais nova de 3 meses e minha gestação foi difícil, brigavamos demais, ficavamos sem nos falar ate que um dia ele me disse que achava que estava gostando de uma menina do trabalho. Ele disse que não aconteceu nada, mas desde então eu não consigo mais confiar. Fiquei com a autoestima abalada demais durante a gravidez e após o nascimento da bebê ainda estou assim. Estamos prestes a nos mudar para uma casa maior, de aluguel, mas estou com medo de dar algo errado e eu ficar presa a um imóvel novo por mais alguns anos. Eu o amo demais, ele diz que me ama, que nunca me traiu, mas tenho dificuldades para acreditar. Eu ja o trai uma vez, mas me arrependi e continuamos juntos. Fico achando que ele acha que pode trair por ter sido traído. Além disso ele as vezes é grosseiro, brigamos com frequência quando o assunto é finanças e o sexo ficou cada vez mais escasso desde a gravidez. Ele não gosta de conversar, se esquiva sempre que tento, diz que eu fico de 'falação' na cabeça dele. Já não sei o que fazer, fico triste, choro com frequência e algumas vezes acho que estou desperdiçando minha vida ao lado dele. Me ajudem?
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25 AGO 2023
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Olá Hana, imagino como deve estar sendo difícil para você, até mesmo porque você teve bebê há pouco tempo e está com os cuidados direcionados a sua filha. O que eu sempre dou como sugestão para os casais é o diálogo, porque não há forma melhor de entender o outro e de buscar soluções. Mas você falou que ele não gosta de conversar, imagino pela forma como acontece esse diálogo, talvez. Quando a conversa entre duas pessoas é cheia de cobrança, acusações, críticas, isso pode de fato levar o indivíduo a evitar falar. Desta maneira eu vou propor algumas estratégias para implementar no diálogo que podem te ajudar a se aproximar e deixar a conversa entre vocês mais clara.
Descrever objetivamente o que está acontecendo, evitando julgamentos e avaliações. Por exemplo, em vez de dizer "Você está sempre atrasado", você pode dizer "Percebi que você chegou atrasado nas últimas três vezes".
Expresse emoções de forma honesta e responsável. Em vez de culpar o parceiro, expresse como se sente em relação à situação. Por exemplo, "Quando você se atrasa, eu me sinto frustrado e ansioso."
Identifique as necessidades subjacentes por trás dos sentimentos. No exemplo anterior, a necessidade pode ser por pontualidade, respeito ao tempo ou organização.
Fazer pedidos claros e específicos em vez de exigências. Por exemplo, "Você poderia tentar ser pontual na próxima vez?" em vez de "Você precisa chegar na hora!"
Praticar a escuta ativa e demonstrar empatia para com o parceiro. Isso significa ouvir com atenção, sem interrupções, e tentar compreender os sentimentos e necessidades dele.
Comece por reconhecer seus próprios sentimentos e necessidades antes de iniciar a conversa. O que você está sentindo, qual a emoção presente naquele momento. O que você precisa, qual sua necessidade naquele instante (exemplos atenção, cuidado, segurança, etc)
Dê espaço para que o seu parceiro se expresse sem interrupções. Preste atenção genuína ao que ele está dizendo.
Evite culpar ou criticar o parceiro. Em vez disso, foque nos seus sentimentos e necessidades.
Use "Eu" em vez de "Você": Em vez de dizer "Você sempre faz isso", diga "Eu me sinto assim quando isso acontece".
Esteja disposto a fazer pedidos claros e específicos, e também a ouvir os pedidos do seu parceiro.
Tente entender os sentimentos e necessidades do seu parceiro. Isso ajuda a construir conexões mais profundas.
Trabalhe em conjunto para encontrar soluções que atendam às necessidades de ambos. Esse ultimo ponto é super importante. Todo diálogo precisa ser direcionado para soluções, um meio termo que possa beneficiar ambos e que ambos vão construir.
Todas esses questionamentos e dúvidas que você descreve em seu relato, estão pedindo para que você volte sua atenção para eles, e procure solucioná-los, elaborá-los e curá-los de alguma maneira. Embora esses sentimentos e questionamentos digam respeito ao casamento de vocês, eles estão presentes apenas dentro de você, e por isso é que apenas você e suas atitudes pode realmente fazer a diferença para buscar a superação deles em todos os sentidos. Se eles não forem bem compreendidos agora, e curados, então pode ser que você tenha uma queda considerável na qualidade de seu casamento, que já está abalado, e essa queda gradativa pode ainda te trazer mais dúvidas e possíveis desentendimentos com seu marido. Não espere para que você possa se priorizar, e começar a se cuidar, tanto de seu lado emocional, quanto de seu lado mental também, para que você esteja bem para desenvolver sua vida e cuidar de suas duas filhas. No decorrer de um processo de psicoterapia você terá a oportunidade de lidar e trabalhar com essas questões para melhor compreendê-las e usar essa compreensão como base para realizar suas melhores escolhas e decisões, sejam elas quais forem. Por isso, se for possível, entre em contato com um profissional de Psicologia de sua escolha o quanto antes, e construa seu processo de cura e de transformação pessoal agora, que, no futuro, você terá muito mais subsídios e preparo para usufruir do melhor que sua saúde emocional pode oferecer dentro do campo afetivo e de sua vida, de maneira mais ampla. Quando você obter mais clareza e consciências de seus sentimentos, as decisões tendem a acontecer de maneira mais natural e segura, te deixando mais tranquila e harmonizada com seu caminho.
Olá Hana, compreendo o que está sentindo e pelo relato é importante buscar a terapia de casal e se ele não aceitar faça você a terapia individual, pois está passando por sofrimento emocional que precisa de suporte de profissionais.
Espero ter te ajudado.
Abraços,
Mariana
Hanna
O melhor que pode fazer é conversar com ele e propor fazerem psicoterapia de casal... identificar e resolver o que não está possibilitando voces viverem bem e serem felizes.
Não fiquem teimando e tentando sem fazer o tratamento. Voces não resolvem e cada dia fica pior.
Tudo é possível resolver, desde que voces queiram e realmente façam acontecer.
Abraços
Olá Hana! Obrigado por escrever. Precaução, precaução, muita precaução. O conteúdo que você descreveu, sugere crises comuns para uma grande parte dos casamentos. Você precisa amadurecer posicionamento, esclarecer dúvidas, estabilizar formas de avaliar as coisas. Você está com uma bebê bem pequena. Nessa etapa da maternidade, integrada com a etapa da criança, com as demandas desse momento de criação de filhos, há um turbilhão específico de adaptações, de necessidades que confundem a coisas.
Vamos te ajudar. Não tome decisões com base no que está sentindo, sem antes conversar com calma com pessoas sensatas, maduras, confiáveis. Além disso, conte com a assessoria científica de um de nós, psicólogos, para organizar as questões da atualidade, tuas buscas e as melhores maneiras de encaminhar as coisas.
Estarei a disposição.
Abraços! A Covid e a Dengue estão vigentes: sejamos cuidadosos. A maior parte dos políticos não são confiáveis. Dentre os religiosos, há muitos que se dizem religiosos, mas na verdade, são falsos: querem é dinheiro. Fazem teatro para enganar os descuidados. Os meios de comunicação não são neutros, mas aqueles que apresentam tradição de muitos anos ou recebem o selo educativo/cultural, e não estão a serviço de alguma seita religiosa, são razoáveis. Tenha sabedoria para filtrar. A Ciência não é perfeita, mas como fez o avião, a geladeira, o rádio, o celular, faz as vacinas. Confie na Ciência! Vacine-se, vacina as crianças.
Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional.
