Estou convivendo em uma família abusiva?
Eu nasci no Japão e tenho 22 anos, meu pai é descendente de Japonês e minha mãe Filipina. Tenho três irmãos, um mais velho e dois mais novos. Viemos para o Brasil devido a crise de 2008 e eu tinha 8 anos. Até os meus 18 anos, levei a vida e fazia muitas coisas contra vontade dos meus pais, apanhei muito, mas eu queria conhecer o mundo e sair com meus amigos. Essa revolta começou com os meus 13 anos, dei meu primeiro beijo e descobriram, meu pai me bateu muito e minha mãe minha batia também, são cúmplices. Mas ao invés de ficar com medo e me retrair, só fui ficando mais rebelde. Nunca me encaixei em lugar nenhum, sempre me controlaram, 0 privacidade, meu pai ficava horas fuçando no meu celular (isso até os 20) e eu não ficava quieta, brigava por respeito e privacidade. Eu sinto muita dor hoje em dia porque eu era quem mais tentava evitar as brigas, tentava me justificar e não adiantava nada, qualquer "merda" que eu fazia, eu era a vadia, puta, vagabunda, irresponsável. Odiava ver meus irmãos assistindo, tentavam até interferir, mas com toda essa manipulação ou medo, concordavam com eles e sofria sozinha. Eu não sei se eu sou boba ou é a tradição asiática de manter a honra e respeitar a todo custo, amo minha família e estou em uma fase de tentar me redimir e tentar ajudar no que for possível, quando brigam comigo, depois tentam me agradar ou ficar nessa de "Tudo isso é porque amamos vc". Mas não foram eles que viveram apanhando, cheio de hematomas no corpo, sofreram ofensas. Enfim, eu nem sei mais o que pensar, um detalhe que não tive coragem de comentar com nenhum familiar e nem com meu namorado. Foi sobre meu avô (pai do meu pai) eu me deitei na coxa dele uma vez com, tinha só 9 anos, ele me tocou na parte íntima. Passei a infância e a adolescência ignorando isso, até hoje finjo inocência, como se fosse tudo perfeito, meu avô é o pai da família e banca tudo, sinto que n posso estragar mais do que está, eu vou acabar ficando pior, pq eu sei que não vão me apoiar e não desejo acabar com tudo. Mas hoje, parece que todas as coisas que eu simplesmente fugia, ficam na minha cabeça atormentando. Meu único objetivo é voltar para o Japão, meu lar e tentar levar a vida.