Dificuldade para ler e escrever... algum palpite?

Feita por >Jéssica Queiroz · 25 fev 2023 Abordagem psicológica

Não bastasse a imensa lentidão para a leitura e os recorrentes bloqueios na escrita, ainda há uma sensação de esvaziamento pessoal em ambas as atividades. Se lendo, preciso voltar a mesma frase uma, duas, cinco, dez vezes, para que ela seja retida. Se escrevendo, ou não escrevo nada pertinente, ou enfrento processos doloridos de bloqueio até que algo bom surja. Se eu pudesse descrever de uma forma física, a sensação, na leitura, é como se o texto estivesse entrando pela parte de baixo dos meus olhos, ali pela linha d'água, e passando direto para o fundo da cabeça, lá atrás, sem passar pela parte da frente da mente. Já quando estou lendo e absorvendo com facilidade, a sensação é como se as palavras entrassem pela parte de cima dos olhos, logo abaixo dos cílios, e passassem pela região frontal da minha cabeça. Inclusive, quando não consigo focar na leitura, inclino a cabeça pra baixo para que as letras entrem "por cima". Não funciona por mais de dois segundos, precisa ser natural pra que funcione, e normalmente é: a descrição física não é mera alegoria, realmente sinto isso fisicamente. O mesmo ocorre quando escrevo algo no automático, sem muito envolvimento e/ou competência. Está ocorrendo isso agora, por exemplo. As letras parecem sair direto da parte de trás da minha cabeça para o papel (ou tela, como é o caso agora), as leio posteriormente, quando já "impressas". É diferente da escrita reflexiva (que também é mais sofrida), em que o texto se forma com clareza e competência no topo da minha cabeça, antes de ser de fato transposto para fora dela. Por que isso acontece?

Já pensei em TDAH, mas descartei ao tentar resgatar memórias da infância. Apesar de eu ter tido dificuldades importantes de aprendizado e memorização na infância (esta última presente até hoje e de forma crescente), eu não era uma criança hiperativa. Ao contrário, eu era lenta, lentíssima, quase morta... o que pejorativamente se poderia chamar de "lerdeza". Fazia minhas atividades, brincava, socializava, me interessava pela vida, etc. Mas não tinha a mente hiperativa, definitivamente. Raciocínio lento e envolvimento externo comedido me definiriam melhor. Após o ensino médio passei 8 anos sem estudar (fui mãe muito jovem). Quando já adulta, realizei o sonho da Universidade Pública, descobri uma coisa interessante sobre mim que afetou muito a minha auto imagem: eu não era burra, como acreditei ser a vida inteira. E, por outro lado, se a sensação de que também não chegava a ser inteligente permanecia, ao menos de uma coisa tive certeza ao longo do meu desenvolvimento acadêmico: eu estava consideravelmente acima da média em todas as turmas pelas quais passei. Hoje estou no doutorado e, tanto nas interações, quanto na absorção de conteúdo, nas médias e coeficientes de rendimento, isso apareceu pra mim como um dado. Mesmo com todo o sofrimento para ler e escrever, meus textos recebiam elogios rasgados, além de recomendação para prêmio e publicação em duas ocasiões (TCC e dissertação). Onde quero chegar: a minha dificuldade com leitura e escrita não parece ter a ver, também, com a debilidade intelectual que eu acreditava ter. Se for verdade, mais uma vez termino sem saber por onde começar a procurar a raiz do meu problema. O mais angustiante é que sinto que está piorando e de maneira acelerada. Leio cada vez mais lentamente e escrevo cada vez com maior dificuldade. A memória parece cada vez mais deteriorada. Não esqueço informações que já absorvi no passado, mas tenho cada vez mais dificuldade para reter novas informações.

Outros detalhes sobre mim que talvez sejam úteis: tenho apenas 34 anos, sou obesa (engordei 60kg ao longo dos últimos 15 anos), tenho uma produção hormonal caótica, anemia, deficiência em vitamina D e hipotiroidismo. Tenho baixíssima autoestima e nunca sei se sofro de síndrome do impostor quando me deprecio ou se na realidade sofro de efeito dunning-kruger quando me afirmo como capaz ou como uma pessoa não-burra. Acredito que estes fatores possam agravar meu eventual problema, mas desconfio que não sejam a origem dele. Talvez eu também sofra com algum grau de depressão e paranoia... frutos, talvez, das marcas da vida. Ah... dor de cabeça diária. Leve, mas diária. Por fim, senti piora após a Covid-19, que tive em dezembro de 2021. Meus cabelos... caem excessivamente. Já perdi a metade (possível efeito do meu estado de estresse e irritação semi-permanentes).

Talvez eu só esteja relatando tudo isso para elaborar... Vi a página e parei pra pensar em detalhe sobre mim e "meu problema". Enfim... Prolixa e chata também, perceberam?

Resposta enviada

Em breve, comprovaremos a sua resposta para publicá-la posteriormente

Algo falhou

Por favor, tente outra vez mais tarde.

Psicólogos especializados em Abordagem psicológica

Ver mais psicólogos especializados em Abordagem psicológica

Outras perguntas sobre Abordagem psicológica

Explique seu caso aos nossos psicólogos

Publique a sua pergunta de forma anônima e receba orientação psicológica em 48h.

50 Você precisa escrever mais 19250 caracteres

Sua pergunta e as respectivas respostas serão publicadas no site. Este serviço é gratuito e não substitui uma sessão de terapia.

Enviaremos a sua pergunta a especialistas no tema, que se oferecerão para acompanhar o seu caso pessoalmente.

A sessão de terapia não é grátis e o preço estará sujeito às tarifas do profissional.

A sessão de terapia não é grátis e o preço estará sujeito às tarifas do profissional.

Coloque um apelido para manter o seu anonimato

Sua pergunta está sendo revisada

Te avisaremos por e-mail quando for publicada

Esta pergunta já existe

Por favor, use o buscador para conferir as respostas

Psicólogos 20150

Psicólogos

perguntas 19250

perguntas

respostas 67450

respostas