Há 21 anos me separei do meu marido, ficamos um ano sem contato, até passar minha raiva e mágoa por minha separação.
Depois deste tempo, refiz minha vida com outra pessoa e voltei a falar com meu ex-marido, que sempre foi uma pessoa maravilhosa.
De lá para cá, mantemos um contato carinhoso e respeitoso, nos apoiamos, as vezes pelo nosso filho, as vezes por outro motivo qualquer, mas mantemos uma amizade carinhosa e sem interesse.
Há 6 anos, conheci uma outra pessoa, que acha inadimissivel essa amizade com meu ex e quer que não nos falemos mais, a menos por motivos de coisas para meu filho.
Não acho correto uma pessoa querer decidir com quem devo ou não ter amizades, independente de ser meu ex, pois não acho nada demais manter na minha vida quem um dia ja foi importante e hoje é só um amigo.
Estou errada gente?
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23 JUN 2023
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Voce está correta!
Há pessoas que como companheiros(as) não funcionam, há muita discussão e brigas, mas como amigos, sim. Há também marido e mulher que vivem cada um no seu espaço, mas compartilham da vida, namoram fazem sexo e tem filhos.
Perfeitamente normal o que voce sente.
Pessoas que não aceitam a amizade com seus ex é porque não entendem nada de amor e amizade.
Só reconhecem os ditames do sistema.
Abraços
Bom dia, Re,
Você mesma respondeu sua pergunta. Que problema há em dar um passo atrás na relação com seu ex e, tendo claro o papel de ex na sua vida, é e sempre será alguém que te entende e te conhece bem. Acima de tudo, alguém cuja companhia e apoio te fazem tão bem?
Se vocês têm claro entre vocês esta relação de amizade, não há problema algum. Eu mesmo atendo muitas pessoas, além de ter amigos próximos, que se separaram e seguem muito próximos de seus ex-companheiros, mantendo uma relação de amizade e respeito. Como você mesma disse, alguém que interfira nisso está demonstrando sua própria insegurança. Pois um ex, sobretudo com filhos, sempre terá um papel na sua vida que ninguém nunca terá, que é o de ser "Pai do seu filho".
Compartilhando uma experiência pessoal, minha esposa mantém uma amizade e respeito muito grande pelo ex, pai de seu filho. Apesar de um passado e hostilidades, hoje são muito amigos, mesmo não frequentando os mesmos círculos, conversam e se aconselham muito. E não vejo problema algum nisso. É algo deles, antes de mais nada, esta amizade.
Confie em você, e no que sente. Se está hoje com alguém que te causa insegurança, isto sim é um problema. Ele quer que se separe de um amigo tão querido. Que outros sacrifícios irá te exigir no caminho desta relação?
Pense nisso.
Se quiser conversar melhor, fico à disposição.
Olá, Rê. Sendo direto, não. Não encontro motivos para dizer que você estaria errada.
Como você bem disse, “não acho correto uma pessoa querer decidir com quem devo ou não ter amizades” e esta é uma constatação e clareza importante. Seria diferente, por exemplo, se essa pessoa estivesse te alertando sobre algo ou se a situação de amizade te oferecesse algum tipo de risco. O que, segundo seu relato, não é o caso.
Talvez esse achar inadmissível tenha a dizer mais sobre essa pessoa que você conheceu há 6 anos do que sobre você mesma. O que lhe caberia, por exemplo, seria refletir se você realmente abriria mão dessa amizade com seu ex-marido (uma amizade que inclusive parece contribuir para o cuidado e bem-estar do filho) por conta dessa outra pessoa.
E talvez manter a relação de amizade signifique que certo mal-estar ou atrito será assumido com essa pessoa que você conheceu há 6 anos. E talvez, sim, faça mais sentido assumir esse desconforto, pois manter a relação de amizade com seu ex-marido tem seu sentido para você e para sua vida; pois não ceder ao controle ou condição do outro talvez também seja sobre o seu direito de poder escolher sobre si mesma. Um ponto importante é que algo há de ser assumido ao fazer a sua escolha.
Sobretudo, em miúdos, manter uma relação de amizade respeitosa e com carinho com seu ex-marido ou qualquer outra pessoa é referente a você e deve ser uma escolha sua.
Oi Re! Que bom que você escreveu. Pela história que você contou, com filhos em comum, vinte e um ano de separação e convivência cooperativa, a outra pessoa precisa confiar ou ser descartada. As pessoas precisam conviver o melhor possível com aqueles que tem filhos em comum. Além disso, cada pessoa precisa viver liberdade e responsabilidade de viver suas trocas com as devidas ponderações éticas e específicas.
É importante viver amizade com ex marido, nessas situações. Você está certa.
Abraços! A Covid e a Dengue estão vigentes: sejamos cuidadosos. A maior parte dos políticos não são confiáveis. Dentre os religiosos, há muitos que se dizem religiosos, mas na verdade, são falsos: querem é dinheiro. Fazem teatro para enganar os descuidados. Os meios de comunicação não são neutros, mas aqueles que apresentam tradição de muitos anos ou recebem o selo educativo/cultural, e não estão a serviço de alguma seita religiosa, são razoáveis. Tenha sabedoria para filtrar. A Ciência não é perfeita, mas como fez o avião, a geladeira, o rádio, o celular, faz as vacinas. Confie na Ciência! Vacine-se, vacina as crianças.
Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional.
