A psicóloga do meu parceiro pode colocar nosso relacionamento a perder?
Boa noite, tenho uma relação amorosa de 12 anos, não temos filhos e não somos casados no civil ainda. Nos amamos muito, sempre fomos grudados um com o outro, todos percebem como temos uma interação divertida e concordamos com muitas coisas.
Eu tenho transtorno bipolar, mas tomo todas as medicações e não tenho episódios de mania há muitos anos. Meu noivo sempre me ajudou a superar todos os obstáculos da faculdade mesmo quando éramos adolescentes, temos uma história linda.
Porém quando começamos a morar juntos, há uns 4 anos a administração das nossas vidas começou a sair do controle por falta de instrução de alguém. Como meu noivo passou por negligência emocional quando criança, ele foi engolindo quieto o cansaço da carga horária de trabalho, falta de tempo para se divertir, má alimentação, contas, falta de exercício físico e as possíveis crises minhas que podiam aparecer.
Ele começou a ter algumas crises de pânico bem pontuais durante esses anos. No segundo semestre de 2020, ele começou a passar mal e temer novas crises com mais frequência. Nós também tínhamos umas discussões sobre a administração do nosso estabelecimento comercial e outros problemas não muito sérios do casal.
Porém houve um dia que ele saiu com os amigos e bebeu muito, então esqueceu o horário de um compromisso que tinha, e eu liguei avisando. Ele interpretou tudo da pior forma possível por causa da bebida (nunca tinha feito isso antes), gritou e se exaltou bastante. Eu fiquei muito assustada por não conseguir acalmar ele de forma alguma e acabei me causando uma auto lesão, por causa do medo, com um soco.
E ele começou a hiperventilar e teve uma crise de pânico seguido de um episódio de despersonificação. Eu chamei os pais dele para me ajudarem e pro meu espanto ele pediu para ser levado embora. Ele disse coisas horríveis sobre a minha pessoa para mim e para os pais dele.
Hoje entendo que ele me associou aos episódios de pânico e não quer proximidade. Isso é muito estranho, pois algumas horas antes do episódio os olhos dele brilhavam ao me olhar, ele jurava amor e dizia que ficaríamos velhinhos juntos.
Se passaram 40 dias e ele não apresentou grande melhora, ele não voltou pra casa e as poucas vezes que nos falamos, só porque eu pedi pra almoçar com ele, ele teve um ataque de raiva dizendo que estava pressionando ele.
A questão é que a psicóloga dele, que eu sempre achei que seria perfeita para ele, por ser cognitivo comportamental, está entrando em atrito com a minha médica. Elas são sócias e ficam discutindo qual abordagem não colocaria tanto a minha saúde em risco, sendo que a profissional dele passa por cima de tudo o que combinam.
Ela me chama com bastante frequência para conversar. Minha médica odeia isso, eu não sou a paciente, ele é, a psicóloga não vai ser imparcial. Eu já fui a pedido dessa psicóloga quatro vezes falar com ela.
A primeira eu me senti compreendida e acolhida, foi logo que aconteceu o episódio. A segunda ela quis fazer uma sessão de casal e ela me deixou bastante constrangida na frente dele, dizendo que ele não podia responder pelo o que falava no momento, então sem perguntas sobre o que não queria ouvir e perguntando o motivo por eu ter feito coisas erradas se eu sabia que ele não gostava.... Eu não sabia onde enfiar a cara. Na terceira fui só eu e ela me tratou bem novamente, então achei que era só impressão minha que tinha algo errado. A quarta foi a pior, a psicóloga tinha cortado a comunicação sobre o caso com a minha médica, por causa de uma briga sobre o assunto, (minha médica é bem passional), mas não me avisou que eu estava indo sem o aval da médica.
Por favor me digam se o que vem a seguir é normal.... O meu noivo está com um quadro depressivo, ele não se lembra das experiências maravilhosas e tínhamos e trouxe a tona só os pontos ruins, coisas antigas e que aconteciam com pouquíssima frequência. A psicóloga tomou como se isso fosse a realidade e começou afirmar coisas por mim! Disse que a nossa relação tinha acabado há muito tempo e eu não tinha percebido, até perguntou se eu sabia que ponto que deixamos de ser um casal! Disse que em 12 anos ainda éramos desconhecidos, o que era estranho, pois isso é bastante tempo pra conhecer alguém! Como não conseguimos?! Que sofrer pelo rompimento era um sinal de que o amor não era incondicional e que enquanto eu esperar o meu noivo melhorar, muita coisa podia acontecer, até eu conhecer um outro homem. Disse que as minhas atitudes era de uma pessoa muito teimosa e que não perguntava pra minha médica ou meu psicólogo qual era o meu quadro para conversar comigo, pois ela ia de acordo com as atitudes dos pacientes e que eu era muito articulada para o tanto de remédio que eu tomava.... para finalizar mandou um áudio para o meu noivo dizendo " eu sei que a médica disse que você não deveria falar certas coisas para ela, mas mesmo assim você vai falar o que você precisa dizer, ela está pronta". Me disse para voltar a rotina de trabalho, sendo que a minha médica disse que não era hora....
Gente, eu não estou tão mal a ponto de não saber o que é real e o que não é, não fiquei tão impactada assim com o que ela disse. Mas me preocupo pelo futuro do meu relacionamento.
Meu noivo está partindo do princípio que ele não sabe o que quer, que não entende seus sentimentos, que não sabe se impor.... como essa profissional pode influenciar na nossa história? As vezes penso que poderíamos estar pelo menos nos entendendo melhor se não fosse pelas escolhas que ela vem fazendo. A minha esperança é que eu acredito que quando ele melhorar do quadro dele, ele consiga sozinho diferenciar o que é verdade e o que não é.
Ele disse que não consegue voltar para casa com o ânimo dele, mas disse que vai se recuperar e em seguida vamos fazer terapia de casal para decidirmos se continuaremos juntos ou não. Essa psicóloga dele queria fazer a parte de casal também. No começo eu achava que faria bem para ele conciliar a individual com a de casal. Agora além de não ver imparcialidade acho ela estranha, vou procurar um especialista nisso. Detalhe no momento ele me trata como se eu não tivesse influência sob as escolhas dele, então não posso opinar para ele sair dela.
Desculpem pelo texto longo e agradeço pela atenção.