Reféns do próprio amor: dependentes emocionais
Dependentes emocionais se tornam verdadeiros reféns do próprio amor. Morando permanentemente em uma montanha-russa de emoções sofrem intensamente pelos temores de abandono de seu parceiro.
É natural que busquemos relações em que nos sentimos confiantes, amados e que experimentemos o sentimento de reciprocidade do que sentimos. Mas quando o assunto é dependência emocional, o amor pode se transformar em uma verdadeira prisão.
O que é dependência emocional?
Pessoas que sofrem de dependência emocional se tornam verdadeiros reféns de seu próprio amor. Diante da ausência do outro ou mesmo que estejam vivenciando um vínculo sólido e estável, sofrem tão intensamente de suas angústias e temores de abandono que vivem aprisionadas em seus dias por pensamentos e emoções dolorosas e persistentes.
A dependência emocional vai muito além de um quadro de baixa-autoestima e marca a qualidade do relacionamento e do cotidiano por pensamentos obsessivos, insegurança desproporcional e decisões insensatas.
Quais as principais características dos dependentes emocionais?
1) Insegurança e dependência constante:
Dependentes emocionais possuem uma personalidade muito frágil e enfrentam inúmeras dificuldades na tomada de decisões, desde aspectos simples como escolher uma refeição como decisões mais complexas como uma mudança de emprego ou de moradia. Por sentirem-se indecisos, inseguros e dependentes, o parceiro é visto como um verdadeiro porto-seguro tornando-o fundamental na tomada de decisões. Além de sentirem inaptos para escolhas experimentam extrema dificuldade para considerar e expressar opiniões próprias. Esse mecanismo faz com que o parceiro se sinta sobrecarregado e frequentemente pressionado, por compreender que a necessidade do outro vai além de aspectos considerados normais ou saudáveis em uma relação;
2) Dúvidas sobre suas capacidades:
A autoimagem do dependente emocional é tão distorcida que até mesmo a capacidade de cuidar de si mesmo torna-se duvidosa para si. A ausência ou a possibilidade de abandono do parceiro, por ser compreendido como seu porto seguro representa um verdadeiro caos emocional para o dependente que, em seus pensamentos inconscientes, por sentir-se incapaz de viver por si só, associa a ausência do outro como um temor de sua existência;
3) Pensamentos obsessivos e temores de abandono:
Na presença ou não de estímulos que possam levar a pensamentos da possibilidade de rompimento, o dependente emocional vive um montanha-russa de emoções dentro de si todos os dias, experimentando frequentemente o medo intenso de abandono e a sensação de vulnerabilidade. Todas essas emoções desenfreadas e desproporcionais costumam estar associadas a pensamentos obsessivos ao temor de abandono. Mesmo diante de esforços frenéticos do parceiro para transmitir amor e segurança, as sensações fazem com que o dependente tenha uma perspectiva distorcida da realidade, levando ao sofrimento constante, comportamentos obsessivos e possessividade;
4) Insensatez e seus prejuízos:
A crença inconsciente de que depende do outro para se manter vivo leva a falta de crítica e insensatez. A dinâmica costuma sofrer ainda mais prejuízos por medidas desesperadas que o dependente possa tomar na busca por algum conforto ou garantia que está tudo bem com seu relacionamento. Comportamentos comuns deste aspecto podemos mencionar: busca de conselhos em pessoas que não estão aptas a ajudar, investimentos em métodos alternativos de orientação como tarólogos ou videntes, abandono de compromissos para se concentrar nos passos do parceiro, entre outros.
Os prejuízos da dependência emocional
A dependência emocional pode estar associada a quadros de transtorno de personalidade dependente, ansiedade de separação e ao de amor patológico. Em graus mais leves ou graves, dependentes emocionais sempre sofrem inúmeros prejuízos em sua qualidade de vida, saúde física e mental além de estarem mais vulneráveis a situações de violência.
A necessidade da figura de apoio costuma estar presente ao longo da vida do dependente, seja pela figura de familiares, melhores amigos ou parceiros. Por experimentar tantos medos e abdicar de seus valores e opiniões em nome do outro, estas pessoas ficam mais vulneráveis a se envolverem em relacionamentos abusivos e não reagirem diante de qualquer tipo de violência por seu medo de abandono.
As inseguranças e ciúmes são outro elemento que costuma prejudicar a funcionalidade da rotina do dependente podendo levar a inúmeros prejuízos profissionais e acadêmicos.
Pessoas que sofrem com essa dependência tendem a destruir relacionamentos e diante do término de uma relação, são suscetíveis a sofrer de quadros graves de depressão e melancolia. Por possuírem a necessidade da figura de apoio, tendem também a emendar um relacionamento no outro, deixando com que o desespero fale mais alto do que as qualidades do novo parceiro escolhido.
Tratamento
Por ser um processo de autoconhecimento e fortalecimento emocional, a psicoterapia promove o fortalecimento da identidade do dependente favorecendo o empoderamento e melhora do quadro. O tratamento psiquiátrico pode ser necessário para que sejam minimizados sintomas como: tristeza persistente, pensamentos obsessivos e labilidade emocional.
Outro recurso de apoio é o grupo de autoajuda Mulheres que amam demais anônimas (MADA) que oferece reuniões presenciais e online para mulheres dependentes emocionais se baseando nos 12 passos de recuperação dos alcoólicos anônimos.
As informações publicadas por MundoPsicologos.com não substituem em nenhum caso a relação entre o paciente e seu psicólogo. MundoPsicologos.com não faz apologia a nenhum tratamento específico, produto comercial ou serviço.
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Convivo com uma pessoa refém de suas emoções, não sei como agir, prefiro me afastar mas também não ajuda.
preciso de ajuda emocional
Boa noite! Sofro disso, me chamo Édipo, quero ter a possibilidade de reestabelecer meu psicológico! Como faço?
Bom dia! Graridão pelos ensinamentos. Tem me ajudado muito! Como faço para participar do MADA?