Psico e TV: a síndrome de Asperger em Sheldon da série The Big Bang Theory

Sheldon Cooper, um dos personagens principais e mais inteligentes do seriado, apresenta sintomas característicos da síndrome de Asperger, que é um grau leve de autismo.

28 OUT 2016 · Leitura: min.
Psico e TV: a síndrome de Asperger em Sheldon da série The Big Bang Theory

The Big Bang Theory se consagrou como uma das séries de comédia de mais sucesso. Prova disso são os altos índices de audiência e as inúmeras indicações de seus atores para premiações.

Com o primeiro episódio lançado em 2007, a série inicia com foco principal em quatro amigos "nerds", sendo três cientistas e um engenheiro mecânico, além de uma garçonete que sonha em ser atriz. Com o passar do tempo os capítulos começam a destacar o comportamento de cada um deles diante de situações de trabalho, familiares, afetivas e também sexuais. Ainda vão revelando seus traços de personalidade.

Dentro do contexto, o doutor Sheldon Cooper, vivido pelo ator Jim Parsons, é um dos personagens que gera os sentimentos mais contraditórios. Extremamente inteligente, ele tem dificuldade de lidar com situações consideradas simples no cotidiano, como a de socializar e entender ironias, por exemplo, além de ter comportamentos compulsivos e repetitivos que, às vezes, incomodam quem está ao seu redor.

Teria Sheldon a síndrome de Asperger?

Sheldon precisa sempre bater três vezes na porta. Seu cotidiano é cheio de regras, ele raramente compreende piadas e em diversas situações é considerado egocêntrico. Para muitos profissionais, esses sintomas, aliados à dificuldade sentir-se à vontade em atividades de cunho social, seriam indícios de sua condição de pessoa que tem síndrome de Asperger.

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Indivíduos com síndrome de Asperger tendem a possuir comportamento compulsivo, rotinas diárias extremamente estritas e dificuldade com a comunicação não verbal. Ou seja, geralmente não compreendem um contato visual, como uma piscada, um gesto físico ou expressões faciais.

Além do mais, a comunicação verbal é assimilada de maneira literal, o que faz com que muitas pessoas com síndrome de Asperger não compreendam ironias ou situações de sentido figurado, por exemplo.

Dificuldade de empatia e fisicamente desajeitado

Quando uma pessoa está sofrendo emocionalmente, Sheldon a prepara uma xícara de chá. Porém, isso não ocorre pela empatia que ele sente pelo caso, mas, sim, porque sua mãe uma vez o disse que sempre se oferece uma bebida quente a quem está triste.

A dificuldade de empatia, de entender o que o outro sente e se colocar no lugar, também é uma característica de quem tem a síndrome de Asperger, o que em alguns momentos é interpretado como certa indiferença emocional. Entretanto, isso não significa que a pessoa deixe de ter afeição por pessoas próprias e consideradas importantes no seu cotidiano.

Outro traço marcante do Asperger é que muitos dos que tem a síndrome são fisicamente desajeitados. Vale destacar que o personagem, apesar de conhecer toda a engenharia de um veículo, é incapaz de dirigi-lo, assim como também possui extremas limitações na prática esportiva.

Síndrome de Asperger é grau leve de autismo

A síndrome de Asperger é considerada um grau leve do transtorno do espectro do autismo (TEA), que tem três níveis. A diferença é que o problema não causa prejuízos intelectuais ou verbais no indivíduo, nem mesmo o isolamento. Não provoca atrasos cognitivos.

O comportamento repetitivo (traço do autismo), aliás, faz com que muitos se destaquem em áreas do conhecimento pelas quais se interessam, já que passam a focar e se aprofundar no tema.

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Como detectar o Asperger

Os primeiros sintomas da síndrome de Asperger geralmente são notados normalmente a partir dos três anos de idade. A criança costuma ser retraída, pouco interativa, desinteressada e apresentar certo atraso de comunicação verbal.

Já o diagnóstico para detectar o Asperger é feito por meio de avaliação multidisciplinar que envolve profissionais como psicólogo, neurólogo e psiquiatra. São realizados testes cognitivos, de comunicação não literal (ironia, humor, gestos, olhares), de linguagem e psicomotores.

A psicoterapia e o desenvolvimento

Os sintomas provocados pela síndrome de Asperger são diminuídos quando a pessoa é exposta a um acompanhamento psicológico desde cedo. O tratamento é focado justamente nos sintomas principais, como comportamento repetitivo e compulsivo, debilidades comunicacionais e falta de jeito em termos físicos.

Além de ajudar no desenvolvimento da criança e prepará-la para lidar sua discapacidade, o psicólogo também prepara os pais e os orienta para saber como agir em casa diante de cada situação.

Cabe lembrar que o foco de cada acompanhamento é baseado nas necessidades de cada pessoa que tem a síndrome de Asperger, seja isso na infância, adolescência ou ainda na fase adulta.

Fotos: Divulgação

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Comentários 6
  • Makeup Evelyn

    O pior de tudo, é quando você descobre na fase adulta, demorei a entender o porquê eu me sentia e né sinto deferente dos demais, e o porquê era sempre tachada como esquisita, estranha, ...isso é de menos .

  • Denis Zanotto

    Sempre tive essa percepção de como o Sheldon tem características do autismo, creio que os criadores da série tenha realmente se baseado no TEA para a construção do personagem, mas não achei nenhuma entrevista deles que confirme isso.

  • Romena Ribeiro de Meneses

    mesmo que nao tenha sido intensional, Sheldon tem todas as caracteristicas do meu filho Lucas 11 anos que esta dentro do espectro. Amei o personagem e dou muitas risadas com ele, nos ensina a ver o autismo de uma forma mais leve e nos deixa cheios de esperancas para que cada dia que passe as pessoas respeitem o "diferente".

  • Márcio Henrique

    Jim Parsons é um gênio da atuação.

  • Anna da Silva

    Gosto do personagem e sempre me perguntei muita coisas não só sobre ele mas, ele era meu foco no momento obrigado pelo seu post, foi esclarecedor.

  • André conceicao

    É incrível a semelhança entre este personagem e meu filho de 13 anos,fiquei muito mais tranquilo ao ler este artigo,foi esclarecedor e reconfortante saber que meu filho não é anormal como muitos o definem

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