Benefícios da avaliação neuropsicológica nos casos de autismo
Em geral, a criança com autismo term dificuldade em interagir socialmente. Pode mostrar ansiedade extrema diante de mudanças de rotina e desenvolver interesses por atividades repetitivas.
A avaliação neuropsicológica pode contribuir para o diagnostico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e é importante buscar ajuda profissional porque a precisão do diagnóstico é fundamental no tratamento e qualidade de vida de quem tem o transtorno.
O autismo é um distúrbio do comportamento de início precoce e curso crônico com impacto variável em áreas múltiplas e nucleares do desenvolvimento. É caracterizado por prejuízos na interação e na comunicação sociais, com restrita gama de interesses, padrões de comportamento repetitivos e estereotipados e maneirismos.
O TEA, a partir do DSM-V (2014,) passou a fazer parte dos Transtornos do Neurodesenvolvimento e assim como outros transtornos do neurodesenvolvimento tem início no período do desenvolvimento infantil, podendo ser percebido por meio de déficits no desenvolvimento, os quais trazem prejuízos no funcionamento físico, social, emocional e intelectual. E só pode ser diagnosticado por meio de um laudo médico.
O autismo é um transtorno biologicamente determinado, mas seu diagnostico é essencialmente clínico, devendo seguir os critérios diagnósticos estabelecidos pela Classificação Internacional das Doenças, CID 11, e pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, DSM V.
A etiologia do autismo é heterogênea e multifatorial, mas os pesquisadores sublinham a complexa influência genética, também, biológica, perinatais e psicossociais. Normalmente, a criança com autismo não apresenta interação social com seus pais. Quando bebês, não tem sorriso social ou postura antecipatória, além de pobre contato visual. Seu desenvolvimento social é caracterizado por apego prejudicado e ausência de diferenciação entre pessoas importantes. Podem mostrar ansiedade extrema diante de mudança de rotina. Na idade escolar seu retraimento pode ser menos óbvio. Há notável prejuízo na capacidade de brincar com seus pais e em se defender adequadamente.
A criança pode desenvolver um interesse em uma atividade repetitiva. Por exemplo, colecionar cordões e utilizá-los para autoestimulação, memorizar números, repetir certas palavras ou expressões. Brinquedos e objetos são manipulados de maneira ritualística, com poucos aspectos simbólicos, estereotipias, maneirismos e caretas são comuns, distúrbios do sono, episódios de agressividade, déficits na linguagem, enfim, alguns critérios do DSM V.
O papel da avaliação neuropsicológica
A avaliação neuropsicológica tem importante contribuição para o diagnóstico correto do autismo. Tendo em vista a falta de marcadores biológicos para esse transtorno, a avaliação conta com instrumentos diagnósticos precisos, deixando de basear-se apenas na observação para fechar diagnóstico.
Alguns padrões como o entendimento de ações que são essenciais para a tomada de atitude em situações de perigo, a imitação, extremamente importante para os processos de aprendizagem, e a empatia, que é a tendência em sentir o mesmo que uma pessoa na mesma situação sente el é fundamental na construção dos relacionamentos, são funções atribuídas aos neurônios-espelho e são exatamente essas funções que se encontram alteradas em pessoas autistas.
Portanto, um dos principais objetivos da avaliação neuropsicológica é analisar as funções executivas, ou seja, a capacidade de desenvolvimento e planejamento de estratégias para alcançar objetivos. Ela serve para avaliar lesões e disfunções cerebrais nos mais variados casos, assim auxilia na formulação de diagnóstico.
Os resultados de uma avaliação neuropsicológica servem de subsídios para o delineamento de estratégia de intervenção, como a reabilitação neuropsicológica. Essa tem por objetivo trabalhar com aspectos cognitivos, comportamentais e emocionais (prejudicados e preservados) associados aos quadros de lesões ou disfunções cerebrais, com o intuito de melhorar a funcionalidade e a qualidade de vida.
Através da avaliação neuropsicológica é possível saber quais as áreas cerebrais são responsáveis por habilidades cognitivas necessárias para o controle e regulação de pensamentos, emoções e comportamentos, explicando-nos estratégias clínicas e educativas que têm como objetivo principal proporcionar ao sujeito com o TEA aprendizagens para o desenvolvimento da sua própria autonomia e algumas estratégias que possam contribuir para a aquisição e desenvolvimento de relações sociais, emocionais, comportamentais e comunicacionais, podendo ajudar na promoção de um desenvolvimento harmonioso e mais equilibrado destes sujeitos.
A avaliação neuropsicológica auxilia na constatação e também serve para descartar a suspeita. Pois uma vez que o diagnóstico de autismo tenha sido confirmado ou não, os profissionais precisam determinar se algum encaminhamento ainda se faz necessário. Isso inclui encaminhamentos para diversos profissionais.
É importante salientar que a partir dos resultados da avaliação neuropsicológica, seja o professor, a escola e a família, todos que convivem com a criança com TEA serão contemplados, pois a partir daí poderão compreender como se dá o funcionamento do indivíduo. Pois, os resultados de uma avaliação neuropsicológica servem de subsídios para o delineamento de estratégia de intervenção, como a reabilitação neuropsicológica. Esta tem por objetivo trabalhar com aspectos cognitivos, comportamentais e emocionais, no intuito de melhorar a funcionalidade e a qualidade de vida das crianças e adolescentes.
Fonte de Pesquisa:
Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. Tradução: Maria InêsCorrêa Nascimento. Porto Alegre: Artmed; 2014. 5ed. p. 31-3.
Frith, U.; COHEN, B. PAIS RACIONAIS. Crianças Autistas. 2013. Disponível em:
http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/a_teoria_da_mente.html. Acessado em: 03 de nov.2016
Fotos: MundoPsicologos.com
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