O que fazer num relacionamento abusivo?
Este texto é um esclarecimento, principalmente, às mulheres que lutam para que as outras pessoas se portem diferente. Infelizmente, isso não é uma tarefa possível, nem mesmo por amor.
Ultimamente, venho recebendo muitas demandas para a análise e a primeira pergunta que escuto é: o que fazer com um relacionamento abusivo? "Sofro, mas não consigo sair, não consigo abrir mão dele(a) porque um dia ele(a) vai mudar e eu posso ajudar".
Infelizmente, não é verdade! Não mudamos ninguém, as pessoas mudam porque querem mudar, caso percebam um remorso ou uma culpa em relação ao problema, elas podem, então, procurar uma ajuda para que seja ajudada a ser uma pessoa melhor, uma pessoa mais evoluída.
Na maioria dos casos de abusos, as pessoas sabem que estão ferindo, não é algo que elas não estejam sabendo, elas são cientes dos próprios atos. Longe de ser um acidente, o agressor(a) necessita de um controle sobre a outra pessoa e para isso, ele(a) "pode" fazer TUDO, na mente dele(a). Por mais que a vítima explique o tanto que a incomoda, dói, não adianta, pois, o agressor poderá dissimular, ele(a) vai fingir e tudo voltará a acontecer.
Partimos de um princípio que este tipo de pessoa não tem compaixão, remorso ou culpa, e sem essa conexão nada mudará. A crueldade, forma de dizer da agressividade no registro da ação direta contra o outro ou contra si mesmo, tem uma estrutura psíquica como base.
Sendo dessa ordem, a crueldade não supõe consideração ao outro. Originando-se nas fases iniciais da libido, quando ainda não se formou a compaixão pelo sofrimento do outro, e obedecendo ao impulso de apreensão do objeto, a crueldade favorece a passagem ao ato.
Para mudar essa situação, só há uma saída: Olhar para si mesma, olhar para você. Pensar no seu objetivo de vida, identificar e reconhecer que está lidando com uma pessoa tóxica, quais os abusos que ela comete, e, a partir disso, buscar uma ajuda profissional ou suas próprias redes de apoio.
Nesse momento, a ajuda profissional, a busca de um foco, hobbies e trabalho irão ajudar a aumentar a autoestima e o amor próprio. Focar em si para que esteja forte por dentro, para não se desestruturar com a fala do abusador, é de fundamental importância, pois, ele(a) irá falar coisas que poderão destruir sua autoestima.
O trabalho, nesse momento, é muito mais interno do que externo, por isso a ajuda profissional para que consiga estar forte, não se deixar abraçar coisas, palavras nocivas e não ser emocionalmente derrubada, é de fundamental.
Algum retorno, quase sempre acontece, o agressor retorna dizendo que tudo irá mudar, mas, a sua saúde mental não deverá ser desgastada para tentar consertá-lo. A sua energia deverá estar voltada para você, coloque-se no centro, busque ajuda e busque ser feliz.
Paula Bittencourt.
As informações publicadas por MundoPsicologos.com não substituem em nenhum caso a relação entre o paciente e seu psicólogo. MundoPsicologos.com não faz apologia a nenhum tratamento específico, produto comercial ou serviço.
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