O que é depressão pós-férias? Quais as causas e como amenizar os seus efeitos?

Após 11 meses ou mais de trabalho árduo, chega o tão sonhado momento das férias. Viajar, descansar, repor as energias. Planos não faltam. No entanto, quando menos se espera, os 30 dias passam voando e é hora de retornar ao batente.

Aproximadamente 35% dos trabalhadores sofrem de algum tipo de depressão pós-férias, segundo pesquisa realizada pela International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR), associação internacional que estuda métodos de prevenir e tratar o estresse. Esse mesmo estudo indica que uma semana após o retorno das férias, de 20% a 25% das pessoas relatam estar com o mesmo nível de estresse de antes das férias.

Em geral, a pessoa começa a se sentir deprimida, sente dificuldades em retornar à rotina, em vestir uma roupa mais formal, podendo até mesmo sofrer alterações no sono e dores de cabeça. Essa síndrome dura pouco tempo, mas pode fazer com que o indivíduo perca todos os benefícios que conquistou com a merecida pausa ou, o que é ainda pior, que retome suas atividades mais cansado e estressado do que antes.

Esse tipo de depressão foi detectada por pesquisadores espanhóis da Universidade de Valencia e é encontrada mais facilmente em jovens, mulheres e crianças, sendo que, neste último caso, surge após grandes pausas nos estudos. Segundo a pesquisa, não se trata de uma depressão "clássica", já que não necessita de tratamento e ocorre por cerca de uma semana.

O grau da depressão pós-férias vai depender muito da infraestrutura emocional do indivíduo. Quanto mais forte, mais fácil será a readaptação. Além disso, pessoas que mantêm hábitos saudáveis têm menor tendência a sofrer com a síndrome. Para evitar esse tipo de síndrome, seguem algumas recomendações que irão lhe ajudar a voltar ao seu ritmo normal: deixar algum trabalho em aberto, sem conclusão, para que ele possa ser retomado na volta. Não se estender muito comentando sobre suas férias e aceitar o fato de que o ritmo normal de trabalho só será recuperado gradualmente.

Também programar-se (o ideal seria conseguir tirar férias antes de elas se tornarem realmente necessárias, isso porque, as férias também podem ser estressantes). Dividir as férias em dois períodos, sempre que possível, evitando assim muito acúmulo de trabalho no retorno e, por último, a receita mais recomendada e que pouca gente consegue colocar em prática, a de não ser um workaholic (louco por trabalho), mas sim um worklover (amar o que você faz).

Entretanto, se a pessoa passar mais do que duas semanas com os sintomas da depressão pós-férias, deverá ficar atenta e procurar ajuda profissional, uma vez que poderá estar diante de um quadro depressivo.

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