Gestão do Tempo e Saúde Mental

Uma mente concentrada torna-se mais atenta para que um objetivo seja alcançado, seja ele uma tarefa simples ou uma grande conquista pessoal.

17 FEV 2020 · Leitura: min.
Gestão do Tempo e Saúde Mental

Você já parou para pensar na qualidade e quantidade de pensamentos que passam por seu cérebro quotidianamente? Que tal usarmos as cores verde, amarelo e vermelho para uma breve classificação? Os pensamentos que te fazem bem e que contribuem para o bem-estar dos outros recebem a classificação verde. Os pensamentos que não têm utilidade, mas que insistem em povoar sua mente, recebem a classificação amarelo. Já os pensamentos negativos, que te fazem mal ou que são obsessivos sobre a vida alheia são classificados com a cor vermelha.

Mas o que isso tem a ver com a gestão do tempo? Pode ter tudo a ver. Passar muito tempo tendo pensamentos que apenas cansam o cérebro fazendo o corpo perder energia pode não ser um bom negócio. A gestão do tempo no nível dos pensamentos visa como resultado que hajam palavras e ações mais próximas das metas e objetivos da vida que se quer. Identificar os tipos de sentimentos e analisar o que faz com que eles surjam na mente e qual o resultado deles em nosso corpo e relacionamentos é um bom caminho para o autoconhecimento.

Assim, a gestão do tempo, a gestão dos pensamentos e a gestão das emoções estão intrinsecamente conectadas. Algumas perguntas que podem constituir o itinerário para essas gestões:

1. Quanto tempo do dia uso para meu autoprogresso?

2. Quanto tempo do dia sinto que os pensamentos que tenho são úteis para o alcance dos objetivos e metas por mim traçados para mim mesmo?

3. Quanto tempo do dia percebo que minhas emoções estão fora do meu controle e direcionando os rumos de minha vida, a despeito das consequências negativas que isso possa acarretar?

Pensamentos obsessivos e saúde psíquica

Outra questão é: em que extensão pensamentos invasivos podem controlar a vida de uma pessoa? Se estamos falando de um quadro de saúde mental, os sentimentos ou pensamentos não devem causar paralisação nas atividades diárias da rotina de vida, não devem ser significativos a ponto de tornarem-se recorrentes, obsessivos, ou fora de controle.

Episódios de violência doméstica, por exemplo, podem ser gerados por pensamentos de ciúmes que podem se retroalimentar, e descolar-se da realidade, criando por si só fatos imaginários capazes de fazer a pessoa sentir-se insegura, com raiva e descontrolada. Por isso, nesses casos, é importante o cuidado e tratamento psíquico não só da vítima, mas também do agressor; ambos precisam de ajuda psicológica.

Outro caso a analisar pode ser aquele em que há quantidade grande de pensamentos sobre diversos temas simultaneamente na mente. Pessoas que se preocupam com tudo e com todos tendem a ficar muito cansadas, até mesmo exaustas, e, ao aprenderem a priorizar os acontecimentos da vida e das relações sociais e familiares, tornam-se mais coesas e capazes de solucionar os problemas que estão a seu alcance e a entenderem que o mundo não pode ser controlado durante todo o tempo, e que então, muitas vezes, é preciso deixar que as coisas aconteçam sem ser tão afetado por elas.

Concentração, eficiência e satisfação pessoal

Uma mente concentrada torna-se mais atenta para que um objetivo seja alcançado, seja ele uma tarefa simples ou uma grande conquista pessoal. O foco nos pensamentos alinhados aos propósitos almejados faz com que a mente não fique cansada, pois não há desperdício de energia. A boa gestão do tempo dedicado aos pensamentos que fluem na mente pode ser um modo de imprimir à vida mais sentido e satisfação. É um processo de mudança de postura em que pensamentos acelerados, de confusão ou de autosabotagem podem passar a ser substituídos por pensamentos calmos, simples e focados no autoprogresso.

Assim, a gestão do tempo se torna mais natural e eficaz quanto maior o grau de autoconhecimento do indivíduo. Quanto mais a pessoa se conhece em seus pontos fortes, em suas potencialidades, e em seus desafios de vida, mais fácil será gerenciar o tempo e a energia depositada em cada ideia ou pensamento. Esse é um dos motivos pelos quais a psicoterapia é tão adequada para quem quer ampliar a eficácia de sua gestão do tempo, ou mesmo implementá-la a partir de agora.

Com a psicoterapia comportamental, por exemplo, é possível analisar as causas e as consequências dos pensamentos, de modo que o paciente amplie seu campo de visão sobre si e aumente as possibilidades de mudança comportamental a partir da gestão do tempo. Criar hábitos novos, como o de priorizar e focar, encontrar novas maneiras de estar e sentir-se no mundo, inovar e aumentar sua capacidade de viver o momento presente, considerando também o planejamento do futuro, colocando em prática os aprendizados obtidos pelas experiências do passado, essas podem ser habilidades trabalhadas durante as sessões.

Melhores resultados com menos esforço

A satisfação pessoal pode estar ligada à facilidade de se obter bons resultados sem que para isso seja necessário um grande gasto de recursos, quer sejam de energia, dinheiro ou tempo. Um bom planejamento e foco são ingredientes importantes para essa conquista. A gestão do tempo é quesito importante dentro de um planejamento que vise a melhoria da qualidade de vida. Conciliar os diferentes aspectos da vida, tais como trabalho, escola, família, lazer, cultura, finanças e espiritualidade pode ser um desafio se não houver ao menos um mínimo de organização pessoal.

Como qualquer tipo de gestão, gerenciar o tempo disponível para as diversas atividades do dia requer priorização do que é importante, muito importante, menos importante. Pode-se fazer esse escalonamento nos níveis: pensamentos, palavras e ações. Diante de uma tempestade de pensamentos, pode-se parar, observar esses pensamentos e refletir sobre a relevância dos mesmos. No oriente, as pessoas praticam isso há milênios através da técnica da meditação, em um grande exercício de se observar e compreender internamente.

O mesmo se dá com relação às palavras. Diante de uma tempestade de palavras descontroladas, por exemplo, pode-se parar e refletir sobre o seu motivo e sobre o seu impacto no interlocutor. Algumas palavras podem agredir, outras podem expor a si ou a outros, sendo importante reservar um tempo para analisar a qualidade e a quantidade de palavras emitidas ao longo de um dia, que pode ser mais ou menos cansativo, a depender, inclusive, da qualidade das interações sociais desenvolvidas, no que tem grande peso o modo como se dá a comunicação interpessoal.

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Escrito por

Rosemar Prota

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