Como ajudar os filhos a lidar com os desafios da infância
Às vezes, o acúmulo de aprendizado durante a infância faz com que as crianças tenham comportamentos irritadiços. Porém, os pais precisam reagir com paciência e ponderação para guiá-las.
O conceito de família tem, nos últimos tempos, passado por algumas mudanças, fragmentações e status, mas independente da nomenclatura, a família é o espaço psicossocial da formação dos afetos, da identidade e da garantia dos direitos e deveres da criança.
Nesse contexto, convido você a olhar para o seu filho, no sentido de validar e reconhecer que essa criança vai além das questões cognitiva, afetiva e comportamental (disciplinar). Isso mesmo, o seu filho precisa que olhe para ele com generosidade e ponderação.
Muitas crianças no início da fase pré-escolar, nos anos iniciais e finais do aprendizado das habilidades pedagógicas, das ciências, da natureza, da própria língua nativa, das ciências humanas passam por alguns desafios na organização do pensamento sistemático e concreto.
As respostas para esse acúmulo de informações se dará através de reações comportamentais. Muitos pais se queixam de crianças irritadiças, impulsivas, que não sabem lidar com o não, que têm baixa tolerância para lidar com frustração ao se deparar com as regras. Elas choram, resistem ir à escola, possuem um apego pelos aparelhos virtuais. Enfim, a lista de queixas dos pais parece infinita.
Como lidar com essa situação? Primeiro, é preciso esclarecer que a criança, por estar em processo de formação e maturação fisiológica, neuronal, emocional e comportamental possui baixa tolerância ao estresse. Por isso, determinados ambientes domésticos e escolares são desencadeadores do estresse emocional e comportamental, levando a preocupação excessiva e antecipatória à criança e a todo o grupo familiar.
Nesse ponto faço um alerta. O excesso de situações e ambientes de vulnerabilidade além de causar o medo iminente, de que algo ruim aconteça a qualquer momento, pode acionar mecanismos de defesa dos pais e da própria criança para se proteger.
Sim, tanto a família quanto a criança estão reagindo a algo que está implícito, que não foi suficientemente compreendido por ambos. Se não cuidada, essa situação pode desencadear certas patologias clínicas, como, por exemplo, transtornos de humor e afetivo.
É importante esclarecer que determinada situação vivida pela família pode ser o "gatilho" da mudança no padrão comportamental da criança. Por outro lado, a criança tem condições de superação das situações difíceis, devido à plasticidade neural (formação de novos neurônios e a maturação no funcionamento e na emissão de respostas).
Por isso, pare e observe seu filho e sua família. Com algumas estratégias simples, esse quadro pode ser resolvido, como, por exemplo, a implementação de rotina e planejamento da família, o diálogo frequente entre os integrantes da família. Em casos onde o medo é patológico, será necessário buscar ajuda profissional, por meio da psicoterapia que ultilizará de tecnicas especficas para tratar cada caso.
Lembrando que o ditado "as atitudes valem mais do que mil palavras" é aplicável e nunca está obsoleto.
Forte Abraço.
Por Sara Rodrigues, psicóloga inscrita no Conselho Regional de Psicologia de Pernambuco
Fotos: MundoPsicologos.com
As informações publicadas por MundoPsicologos.com não substituem em nenhum caso a relação entre o paciente e seu psicólogo. MundoPsicologos.com não faz apologia a nenhum tratamento específico, produto comercial ou serviço.
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