Como criar uma criança que está fora dos padrões com a autoestima alta
Padrões estéticos existem, e com eles atitudes que tratam de oprimir quem foge à regra e é diferente. Acontece com jovens e adultos, mas também com crianças. Veja como trabalhar a autoestima
Não há dúvidas de que os padrões estéticos dominantes podem ser uma fonte de conflito importante para jovens e adultos. A sociedade tem se mostrado cada vez mais reaça e cruel diante do diferente, com comentários e ações preconceituosas e, por que não dizer, racistas. Peso, cor da pele, tipo de cabelo, roupas, religião, sotaque… qualquer elemento pode ser a “desculpa” usada para aqueles que preferem assediar ao invés de celebrar a diferença.
Crianças e seu processo de desenvolvimento tampouco estão imunes desse tipo de efeito desestabilizador. Porém, como fazer para proteger esses meninos e meninas, que nem sempre estão preparados para reagir quando perseguidos ou acorralados?
Os psicólogos especializados em infância ressaltam a importância de se trabalhar a autoestima, já que esse continua sendo o melhor recurso na hora de enfrentar comentários negativos sobre qualquer aspecto físico, cultural ou social.
Amor-próprio: a lição mais importante
Por definição, a autoestima é um sentimento de satisfação pessoal. A pessoa conhece quais são suas qualidades e habilidades, sendo consciente do seu valor e sentindo-se segura quanto a seu desempenho.
Está relacionada a como alguém se vê, mas principalmente à percepção que o outro sobre quem somos. Trabalhar o amor-próprio e ensinar às crianças que a beleza vai muito além das aparências, é uma lição importantíssima. E esse processo começa por naturalizar as diferenças.
Meninos e meninas precisam compreender, desde pequenos, que estão rodeados pela diversidade, e que isso é muito positivo. É entendendo que ninguém vale mais ou menos em função de suas características físicas que exercerão o respeito e saberão reagir quando não o recebem.
Dicas para trabalhar a autoestima desde cedo
De acordo com os especialistas, quem tem a autoestima alta consegue ter mais sucesso na vida, mais que nada porque tende a ser mais resiliente, sabe lidar com os problemas de uma forma mais positiva, graças a autoconfiança. Para construir as bases de uma autoestima fortalecida, é importante incentivar estes comportamentos desde cedo:
- a criança precisa ser motivada para se expressar, falar sobre seus sentimentos e emoções. É o que ajuda a desconstruir rótulos e fortalecer a individualidade;
- a criança deve ser respeitada e valorizada por suas boas atitudes ou ações;
- é com o exemplo que se ensina às crianças que as comparações não devem ser uma prática adotada. É evitando comparar esse menino ou menina com seus irmãos, primos ou amiguinhos que se transmite a importância da diferença e da individualidade;
- a criança deve ser incentiva a questionar os padrões estéticos e encontrar o valor da diferença em cada pessoa ou contexto. Mostrar exemplos é didático e facilita a compreesão;
- a criança tem o direito de receber sempre um diálogo aberto e franco, especialmente quando comete erros. É importante falar sobre os motivos, explicá-los sempre que necessário, e não apenas indicar os falhos;
- a criança deve estar inserida em um ambiente marcado pela confiança e pelo afeto. Além disso, precisa ser instigada a querer o outro pelo que ele é realmente, não por sua aparência ou pertences ou status.
Fotos: MundoPsicologos.com
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