Adolescente difícil? Ele precisa da sua ajuda

A adolescência é uma passagem obrigatória, a passagem delicada, atordoada mas igualmente criativa que vai do fim da infância ao limiar da maturidade.

21 DEZ 2021 · Leitura: min.
Adolescente difícil? Ele precisa da sua ajuda

É comum que na fase da adolescência os filhos se afastem dos seus pais. Isso se deve a ele estar numa fase de transição em que a busca por grupos da mesma idade que o aceitem é normal.

Mas se o afastamento dos pais for excessivo corre- se o risco da ocorrência de problemas como agressividade, baixo rendimento, aliciamento e violência sexual envolvimento com drogas e etc.

Os pais precisam compreender que o comportamento de rebeldia e oposição nessa fase é comum mas que eles não devem deixar de insistir no diálogo, compreensão e acompanhamento dos seus filhos.

Buscar grupos de adolescentes em que ele possa tirar suas dúvidas e se expressar é uma das maneiras de evitar vários problemas.

A palavra adolescente significa crescer. Crescer, torna-se perceptível por meio de mudanças corporais repentinas e iniciadas com a puberdade que provocam questionamentos psicológicos, gerando uma crise de adaptação. O adolescente sofre uma ação em decorrência da modificação do seu cérebro. Diante dessas mudanças, parecem que os adolescentes acabam desenvolvendo certa apatia pelos antigos registros e euforia pela busca de novas formas de ser. Muitas vezes essa busca frenética acaba por desencadear uma agressividade exacerbada ao que é familiar, como para desenvolver recursos para lidar com o desconhecido. Essa agressividade se torna mais evidente no âmbito familiar e escolar com as pessoas e objetos em sua volta.

Quase sempre esse adolescente tem dificuldades de exprimir em palavras aquilo que está sentindo. Ele não consegue colocar em palavras o sofrimento que lhe invade, cabendo a nós adultos, ajuda-los com as palavras que lhe faltam . Seu sofrimento, sentido confusamente, inconsciente, manifesta-se por antes por atos de comportamentos impulsivos.

O sistema límbico é a estrutura mais importante para a memória (hipocampo) e está próximo à amígdala, uma estrutura que ajuda a produzir emoções. Essa relação anatômica garante que as experiências carregadas de emoção sejam mais facilmente lembradas que os eventos neutros.

Já o córtex pré-frontal, última camada do cérebro a amadurecer, é a área responsável pelo pensamento crítico, tomada de decisão, autocontrole, planejamento, atenção, organização, controle de emoção, de riscos e impulsos, automonitorização, empatia e resolução de problemas.

Na adolescência, como o córtex pré-frontal ainda está em desenvolvimento, os jovens fazem uso da amígdala para tomar decisões e resolver problemas. Vale lembrar que a amígdala está associada a emoções, impulsos, agressividade e comportamento instintivo.

Para completar esse caleidoscópio de emoções, o cérebro adolescente contém níveis mais baixos de serotonina e dopamina, neurotransmissores que proporcionam a sensação de prazer e bem-estar. Isso pode gerar o aumento da agressão, juntamente com níveis mais altos de testosterona, contribuindo para explosões de raiva e comportamento impulsivo. Os lobos frontais do cérebro, por sua vez, não estão totalmente desenvolvidos nesses anos, o que limita a função cerebral na resolução de problemas, na regulação emocional e no foco. Isso pode gerar o aumento da agressão, juntamente com níveis mais altos de testosterona, contribuindo para explosões de raiva e comportamento impulsivo. Os lobos frontais do cérebro, por sua vez, não estão totalmente desenvolvidos nesses anos, o que limita a função cerebral na resolução de problemas, na regulação emocional e no foco.

É importante que os pais procurem ajuda de profissionais da saúde mental quando as coisas saírem do limite saudável. Como comportamentos depressivos, consumo de álcool em excesso, consumo de drogas, transtornos alimentares, violência quanto aos outros e etc... Na presença de um adolescente difícil, a melhor resposta dos pais é saber esperar, da melhor forma possível, o fim da tempestade.

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Escrito por

Lilian Guedes

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Bibliografia

BOWLBY, J. Efeitos sobre o comportamento do rompimento de um vínculo afetivo (1967/68). Formação e rompimento dos laços afetivos. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

BECKER, A. L. Adolescência e abrigagem: tentativa de parentalidade no contexto público. Clínica da adolescência, Porto Alegre, ano X, n. 23, dez. 2002.

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