A Maternidade: Desafios e Lições Aprendidas

Compartilhando minha jornada de maternidade: altos, baixos e aprendizados. Acredite, os primeiros meses são uma montanha-russa! Do medo à aceitação, da exaustão à paciência. Quer saber mais sobre essa experiência real?

16 ABR 2024 · Leitura: min.
A Maternidade: Desafios e Lições Aprendidas

Gostaria de aproveitar este espaço para falar sobre a maternidade e compartilhar um pouco da minha experiência até aqui.

Antes de entrar nos detalhes, considero importante explicar o que me motivou a escrever. Durante esses meses, percebi como o medo e a culpa frequentemente permeiam a jornada da maternidade. Ouvir outras mães compartilhando suas experiências foi essencial para o meu próprio aprendizado. Entretanto, também me fez perceber a pressão que a sociedade coloca sobre nós. Eu já sabia disso; também já sabia da importância de não romantizar a maternidade, que é impossível ser perfeita, que o processo de cada uma é individual, e todos os outros aspectos que vocês também já devem saber. Mas o que eu não sabia é que ter todas essas informações não foram suficientes para que não sentisse medo e culpa. Por esse motivo, decidi compartilhar meu próprio processo com outras mães e futuras mães, para que vocês também saibam que não estão só.

Bom, os clichês existem porque, em geral, acontecem. O Gui já completou 4 meses, me disseram que passaria rápido e nossa, como passa rápido. No início eram tantas informações que mal conseguia assimilar tudo.

O primeiro mês é assustador de tão cansativo. O Gui é uma criança muito tranquila, mas ainda assim foi (e ainda é) muito cansativo. Precisamos manter uma rotina de mamadas noturnas para que o Gui tivesse um ganho de peso satisfatório. Era necessário acordar a cada 3 horas, mesmo que ele estivesse dormindo, para que ele mamasse. Muitas vezes eu precisei acordá-lo, já que, por vezes, ele estava com muito sono para mamar. O Gui teve uma perda significativa de peso nos primeiros dias, então era necessária essa atenção maior com o ganho de peso. Outro fator que tornou esse primeiro mês desafiador foi o parto (foi normal; em outro momento, quero compartilhar essa experiência com vocês). Tive uma laceração de grau 3 e precisei receber uma raquianestesia. Essa anestesia pode ter alguns efeitos colaterais, como inchaço e cefaleia (dor de cabeça) pós-raquianestesia, e eu tive os dois. Durou poucos dias, mas foi um ponto a mais na pilha de cansaço. Além disso, alguns dos pontos infeccionaram, o que tornou a recuperação bem dolorosa. Enfim, além da enxurrada de hormônios do puerpério, houve toda essa parte da recuperação física. Levei um tempo para conseguir entender o que estava acontecendo com o meu corpo e buscar ajuda, por alguns dias achei que era apenas parte da recuperação, quando entendi que não fazia sentido estar com tantas dores, busquei ajuda. Parar de sentir dor foi fundamental para que eu conseguisse descansar nos momentos em que era possível. Quando consegui descansar, também comecei a me sentir menos afetada e, por consequência, passei a não reagir de maneira tão emotiva a tudo.

O segundo mês foi muito melhor, eu já não me sentia tão cansada, não sentia dor e o principal, o Gui já estava com peso adequado e se desenvolvendo bem. Estávamos conseguindo estabelecer uma rotina de sonecas, o que me permitia fazer as coisas da casa, cuidar das coisas dele e das minhas. Minhas emoções já estavam muito mais estáveis então comecei a me organizar para retornar a rotina de trabalho. Comecei a planejar como seria o meu retorno, pensar em horários para atender, quantidade de horas que seria razoável trabalhar e ainda passar tempo de qualidade com o Gui. Neste período, comecei a reformular meu site e produzir conteúdo para alimentar o blog e as redes sociais. Essa parte, infelizmente, não fluiu como eu gostaria. No início foi muito frustrante, mas depois consegui entender que ainda estava com a mente muito cansada e, por isso, não conseguia render da mesma maneira de antes, além disso as demandas de cuidado com o Gui me interrompiam muitas vezes. O que foi interessante é que, neste momento, diferente do primeiro mês, consegui ser mais compreensiva comigo. Aproveitar os momentos de interação com o Gui, mesmo que tivesse deixado um texto no meio do caminho. E esse foi um aprendizado fundamental para mim: ser gentil comigo mesma. Buscava falar para mim mesma: "está tudo bem, não conseguir fazer tudo o que me propus, o Gui me solicita muitas vezes mesmo". Então, muitas vezes iniciava as coisas e não dava conta de terminar. Em alguns momentos e para algumas coisas era possível pedir ajuda à minha rede de apoio, mas às vezes ficava para outro momento.

Estou aprendendo que tudo bem.

Meu marido e eu conversamos muito sobre a melhor maneira de dividir as funções e sobre como podemos ajustar as expectativas. Conversamos sobre o que cada um espera do outro e como estamos nos percebendo como pais, sobre nossos medos e culpas. Essas conversas são muito importantes para a nossa relação, ajuda a manter uma harmonia entre nós. Muitas vezes compartilhamos como estamos lidando com determinada situação e acabamos apresentando alternativas para o outro. Além disso, podemos evitar que magoas se instalem e cresçam em nossa relação, já que estamos mais cansados e, por consequência, mais sensíveis. Quando conversamos, podemos (pelo menos buscamos) entender um ao outro.

Hoje o Gui já está conseguindo estabelecer uma rotina de sono melhor, tanto durante o dia quanto durante a noite. Ele ainda acorda durante a noite, a amamentação dele é exclusiva e sob livre demanda, o que significa que o amamento sempre que ele solicita (e isso ocorre muitas vezes (risos)). Agora que está mais quente, é ainda mais frequente. Entender a minha escolha de amamentar desta maneira também foi um processo que precisei processar neste movimento de ser gentil comigo mesma. Cada vez que paro para amamentar o Gui, vai pelo menos 30 minutos, às vezes mais, já que ele também está em um processo de descoberta e por este motivo, ele para muitas vezes observando o que está acontecendo ao redor. Às vezes, enquanto amamento, consigo ler alguma coisa ou escrever, mas às vezes estou tão cansada que só consigo rolar a timeline do Instagram. E muitas vezes a culpa se instala nesse momento, quando estou amamentando, fico me perguntando enquanto faço outra coisa se eu não deveria estar prestando atenção nele. Mas tento me lembrar que é mesmo difícil, já que existem outras mil coisas da vida acontecendo ao mesmo tempo. Por isso, quando o Gui estiver mamando nem sempre vou conseguir estar 100% focada nele.

Ao longo do meu dia, são cerca de 4 a 5 horas dedicadas exclusivamente à amamentação, fora as outras demandas do Gui. Perceber isso me fez entender que é impossível dar conta de tudo e que preciso pedir ajuda, nem que seja para pegar água ou algo para que eu me alimente. Esperar que as pessoas soubessem que era isso que esperava delas e me chatear por não estarem atentas às minhas demandas era infantil e cansativo. Tanto meu marido quanto qualquer outra pessoa não tem como saber se eu preciso de algo, e posso pedir: "Ei, me ajuda aqui…". Quando solicitado ajuda, consigo uma melhor gestão do meu tempo e, além dos cuidados com o Gui e com o trabalho, consigo cuidar de mim mesma.

Lógico que esse cuidado comigo mesma, ainda está muito longe do que é considerado ideal. Não consegui voltar a uma rotina de atividades físicas, mas já consegui melhorar a alimentação, por exemplo. O que destaco de mais importante nesses quatro meses é a importância de perceber que as coisas vão aos poucos e que é muito importante que eu seja paciente comigo mesma.

Essa reflexão fez sentido para você? Como foram ou estão sendo os primeiros meses para você? Para quem ainda vai passar por essa experiência, o que lhe gera ansiedade?

Deixem sugestões de outros temas sobre a maternidade que gostariam de ver por aqui.

Referências Bibliográficas

Garbazza, Joyce Esteves. A Maternidade: Desafios e Lições Aprendidas [recurso eletrônico] - 2023.

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Escrito por

Joyce Garbazza

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