A ética no amor

Nesse artigo aponto a importância da ética na conquista amorosa. Uma conquista que tem que ser diária e constante durante todo o relacionamento

25 JUN 2017 · Leitura: min.
A ética no amor

Como psicólogo, sou frequentemente questionado sobre como é possível conquistar um grande amor. Diante disso, organizei nove artigos que denominei tópicos para conquistar um grande amor. O primeiro tópico foi o comprometimento, agora apresento o segundo: Seja ético! Quer dizer, no amor, faça o certo e não o que lhe é mais cômodo.

Esse questionamento de como conquistar um grande amor é comum em função da dificuldade de achar pessoas comprometidas com a relação amorosa. Nas últimas décadas, convivemos numa sociedade bastante egocêntrica, narcisista e, por vezes, mimada. Muitos desses fenômenos são desdobramentos do que foi pregado pelos educadores e psicólogos da década de sessenta e setenta; que na educação dos filhos, os pais deveriam evitar o "não" para a criança, pois a frustração da criança comprometeria seu desenvolvimento, sua criatividade etc. Por um lado tinham razão, pois nessa época as relações sociais eram bastante castradoras; mas por outro lado, quando levada ao extremo, forma adultos sem limites e com dificuldade de uma autocrítica. Tanto que hoje em dia é frequente encontrar pessoas com dificuldade de lidar com a recusa do outro, e para se preservar de viver esta possível frustração, optam pelo egocentrismo, levando em consideração apenas a si próprio, e o outro só quando lhe convém. Consequentemente, trilham um caminho de solidão. Essa escolha, na grande maioria das vezes, não está clara, pois o que escolhem é viver o prazer imediato em detrimento de construir um futuro. Dessa forma, não medem a consequência, a médio prazo, das suas ações. O problema da escolha pelo prazer, quando de forma continuada, tende a não levar o outro em consideração; no decorrer dos anos, acumulam-se pessoas ressentidas e com visão negativa ao seu redor. Por isso a solidão.

Mas onde entra a ética nesse contexto? Quando a pessoa não está comprometida na relação, a traição aparece como possibilidade. Mas o que é traição num relacionamento amoroso? Trair amorosamente é quebrar o acordo implicitamente estabelecido sem contrato, mas vivido pelos dois como algo que os une. O maior problema que vejo é o quanto tentam distorcer o que não é possível, que é a ética. Não há meia ética, nem mais ou menos ético. Vejo casamentos que, no discurso e para tirar fotografia com a família, parecem sólidos; mas no cotidiano vivem relacionamentos paralelos configurando a traição e, portanto, esse relacionamento está sob uma base de mentiras e se configura como frágil. Se há dúvida sobre o que estou afirmando, é só fazer a experiência de falar abertamente ao outro que já saiu e/ou sai com outras pessoas, para verificar a solidez do relacionamento. Pode até não se desfazer, mas provavelmente não será mais como antes.

Porém ter um comportamento ético no amor não é apenas evitar a traição, mas fazer o que é certo. Se você tem dúvida do que é o certo, pense como gostaria que o outro agisse contigo.

Pedir desculpas ajuda, mas o que resolve é refletir antes de agir. Se acha trabalhoso esse cuidado, talvez não tenha experimentado a dificuldade que é tentar recuperar um sentimento de amor, que o outro tinha por você e perdeu por decepção; ou mesmo querer que os comportamentos de carinho do outro voltassem a ser como eram antes. Nem sempre é possível a recuperação de um sentimento, portanto não desperdice uma relação quando ela está boa. Tome cuidado, pois é quando a relação está boa, que você vai estar bem, vai transparecer felicidade e ficar mais atraente aos outros e, geralmente são nesses momentos, que um terceiro se insinua. A decisão é sua de retribuir essa investida, mas uma vez feita, as consequências não serão mais escolhas suas. Faça o que é certo e não o que é cômodo. No link do vídeo que tem o mesmo título desse artigo, estarei dando exemplos do que é fazer o certo numa relação amorosa.

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Escrito por

Flávio Melo Ribeiro

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