Sou cristã e toda a minha família também é, eles são muito religiosos e prezam muito o seguir as regras e princípios da igreja. Namoro há 2 anos com um rapaz que não é cristão e nem pertence a religião alguma. Contudo, tem fé em Deus e em relação a estas questões de religião me respeita e apoia. Sabe que eu gosto de ir a igreja e participar ativamente das coisas, nunca falou para que eu não fosse ou me pediu para sair. Sempre respeitou todos os limites que coloquei para ele por causa dos meus princípios e até mesmo quando pedi, conheceu a minha religião, fez estudos bíblicos e não quis se tornar um membro por não se identificar com a mesma. No início do namoro ele bebia e fumava muito, mas mudou de vida por causa do nosso relacionamento. Meus pais e toda a minha família foram contra o namoro por vários motivos, por ele não ser da igreja, ter vícios em bebida e cigarro, etc. Mas após um tempo dele frequentando a minha casa eles aprovaram ele porque viram que ele é uma boa pessoa e trabalhadora, mas nunca deixaram de exigir que ele se batizasse na minha igreja para que fosse completamente "aceito". Há alguns meses estou falando com eles sobre o casamento, compramos um apartamento juntos e estávamos dando andamento na organização do casamento até que meus pais bateram o pé e colocaram como impedimento para mim casar o fato dele não se batizar na minha igreja. Porque assim eu não poderei casar na igreja e receber a benção de Deus pq as regras da igreja não permitem casamento em julgo desigual. Apresentei outras possibilidades, casar em um sítio e a cerimônia ser feita por outro líder religioso da igreja já que não pode ser o pastor, mas eles foram contra. Tenho uma relação muito complicada com eles, principalmente com minha mãe porque para eles só está certo se tudo está dentro das regras da igreja qualquer coisa fora disso não esta e também eles são muito autoritários, eles que mandam eles e eu obedeço e eu sempre fui a filha boazinha que obedece tudo. Agora que estou me impondo mais, eles dizem que estou rebelde e acreditam fielmente que o motivo pra isso é o meu relacionamento, meu namorado que me mudou e esta me manipulando. Sou totalmente independente deles, resolvo minhas próprias coisas, não peço dinheiro pra eles, faço faculdade e trabalho, lavo minhas próprias roupas, arrumo tudo que é meu, como fico fora de casa o dia todo preciso levar marmitas e lanches, eu compro tudo que vou precisar para preparar essas refeições e faço elas todos os dias, faz 3 anos que estou nessa rotina e minha mãe nunca fez 1 marmita pra mim. Também contribuo em casa, pago 1 conta, iptu e dou um dinheiro para ajudar. Minha mãe disse claramente que não aceita meu casamento se ele não se batizar, que não irá caso eu faça uma festa e que não me apoia e eu não preciso contar com o apoio ou ajuda dela em nada porque ela não irá da-lo. Disse também que mesmo que eu seja maior de idade, não posso fazer as coisas sem autorização deles enquanto estiver morando debaixo do texto deles e me ameaçou dizendo que se eu fosse contra a ordem dela eu irei ver o que vai acontecer.
Entendo o posicionamento dos meus pais em relação a isso, estão preocupados comigo e talvez de alguma forma não se sintam seguros com o meu relacionamento. Porém acho que estão sendo muito extremos e não reconhecem a minha independência. Amo muito eles apesar da relação tóxica e não sei o que fazer porque terei que escolher entre meu namorado e minha família...
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11 OUT 2023
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Olá Bloom.
Você não menciona de qual religião sua família participa, e ok, mas saiba que existem religiões mais resistentes a pessoas que não pertencem a elas para casarem com seus membros. Há religiões que aceitam o casamento de uma pessoa cristã com outra não cristã. Então converse com seu pastor e veja o que a sua religião aceita para que quando estiver mais velha não se arrependa do que fez. Entenda também que a educação cristã de seus filhos será feita por você, já que seu marido não tem religião. E considerando que ele acredita em Deus, peça que ele considere a possibilidade de ajudar na educação cristã de seus filhos. Falo tudo isso, por entender que com o passar do tempo este tipo de assunto possa pesar não na sua relação com seu futuro marido, mas na sua relação com você mesma e com seus filhos, ou seja, para que não se arrependa de não levar em consideração a sua fé neste momento.
Jane Assunção.
Oi Ana Catarina
Antes de ser cristã, antes de fazer parte de uma crença, voce é um ser humano, você é vida, é um ser espiritual- essa é a sua essência e a Vida tem as suas regras primordiais... E a Vida (Deus) te deu a liberdade;
O sistema, o meio onde voce nasceu e foi educada (o meio familiar, educacional, religioso, social...) te dá o limite, a proibição, o medo e a culpa. Estes, são todos mecanismos para te manipular e te manter dentro do esquema deles.
Jesus Cristo não era cristão; Maomé não era maometano; Buda não era budista...
Portanto, o que teus pais querem é condicionar a vida dentro dos limites que eles impõe e isso é uma violência, assim como voce foi violentada, desde pequena quando foi forçada e te impuseram certas regras, normas e condiocionamentos - tinha que ser dentro destes limites.
A Vida (Deus) também te deu o poder de sempre fazer novas e melhores escolhas: voce pode aceitar ou rejeitar estes condicionamentos, sabendo que cada escolha gera seus resultados, suas consequências pelas quais é responsável, afinal, quem é você? Ou voce assume o comando da sua vida e se responsabiliza pelas suas escolhas ou voce aceita os condicionamentos e suas consequências... é uma escolha e uma decisão.
Sei que o que coloquei pode te gerar crises que tem que resolver, porém não há nada superior à verdade.
Faça Psicoterapia
Abraços
Olá Bloom! (Florescer). Obrigado por escrever. Todos têm razão, e ninguém tem razão. Realmente aos vinte e dois anos de idade, uma pessoa, em nossa sociedade complexa, especialmente quando reprimida por proibições religiosas, sem o devida fundamento didático, estão muito imaturas. Nesse aspecto, seus pais contam com a razão. De outro lado, não há religião melhor ou pior. Não há pessoa sem religião, melhor ou pior. A essência do que chamamos de religião, é a honestidade, respeito, bondade, solidariedade.
Há em sua descrição do namorado algo que preocupa: ele bebia e fumava. A probabilidade de um jovem que bebia, voltar a beber diante das dificuldades da vida, é considerável, embora cada caso, seja único.
De outro lado, é importante que as pessoas, mais ou menos até os vinte e seis anos, dada a sociedade complexa, a cultura complexa, a necessidade de conhecer melhor a complexíssima natureza humana, devem experimentar alguns namoros, de forma secundária, mais para amadurecer se conhecer melhor. O que deve ser primário, é comprometimento sério com o trabalho, o envolvimento com os estudos profundos, a convivência com as turmas de colegas e conhecidos que sejam éticos e saudáveis (sem bebida e cigarro), a participação em grupos de estudos, teatro, arte, cultura, serviços comunitários, dentre outros.
Isso deve acontecer para que as pessoas não fiquem reféns de namorados, casamentos, sufocando a relação com o companheiro, de forma exclusiva, sufocadora, empobrecedora.
Estou a disposição para aprofundamentos.
Abraços! A Covid e a Dengue estão vigentes: sejamos cuidadosos. A maior parte dos políticos não são confiáveis. Dentre os religiosos, há muitos que se dizem religiosos, mas na verdade, são falsos: querem é dinheiro. Fazem teatro para enganar os descuidados. Os meios de comunicação não são neutros, mas aqueles que apresentam tradição de muitos anos ou recebem o selo educativo/cultural, e não estão a serviço de alguma seita religiosa, são razoáveis. Tenha sabedoria para filtrar. A Ciência não é perfeita, mas como fez o avião, a geladeira, o rádio, o celular, faz as vacinas. Confie na Ciência! Vacine-se, vacina as crianças.
Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional.
