Olá, psicólogos boa noite, gostaria de saber algumas coisas que estou em dúvida. Eu tenho 36 anos, já me formei, estudo e trabalho, me acho um cara honesto, trabalhador, cristão. E faço algumas terapias mas não tenho coragem de contar pra ninguém isso que vou relatar. Sobre a questão sexualidade, eu sempre fiquei com mulheres e isso era muito bom e cheguei até a gostar de algumas e a se envolver. Mas de lá pra cá perdi um pouco de interesse em relaçao a elas, não sei se devido a não ter dado certo ou se nao era para ser. Mas comecei a notar um grande interesse em homens, pessoas do mesmo sexo. No início eu achei que estava doente ou algo assim mas comecei a notar que sentia atração por homens, mas eu nunca expus isso a ninguém e nem a minha família. E isso me causa um pouco de estranhamento e ansiedade e fico um pouco angustiado. Isso em deixa um pouco aflito pela sociedade e pela Igreja na qual eu frequento a católica, por pessoas que se dedicam a vários ministérios e sao casadas. Sei que a Igreja e nem a Bíblia aceitam a união homosessual. O que eu faço, pois eu sigo a Igreja e lá me faz bem, porém a Igreja acolhe mas acolhe de forma muito pouca. Fiquei com homens e até tive relação de beijo e abraço e senti muito estranhamento e fiquei muito nervoso mas parece que eu gostei, mas me senti culpado depois. Mas eu me amo muito, me parece que estou em processo de aceitação sem divulgar a ninguém, eu amo ser quem eu sou pois Deus me ama assim e me criou assim. Mas eu ainda não me aceito, o que fazer. Sou uma pessoa muito inteligente, esforçada e dedicada e me acho muito bonito. Às vezes me dá uma angústia mas não tive depressão nem nada. O que devo fazer, tenho receio ainda de relatar isso a minha psicóloga. Também as vezes acontece a masturbação não todo dia mas as vezes pois existe fantasias mais frequentes em pessoas do mesmo sexo do que eu. E acho que A igreja talvez me prende em relação a isso, de ser quem eu sou.
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1 AGO 2024
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Bom dia, Diego! Obrigado por escrever e pelo tema. Entre Deus e nós, há pessoas que dizem saber descrever e precisar o entendimento da mensagem (bíblia). Acontece que igreja (povo de Deus), implica pessoas, com limitações, erros e acertos. Assim sendo, entre Deus e nós, aqueles que se colocam como tradutores da mensagem de Deus, dada a sua humanidade, são passíveis de equívocos que implicam distúrbios de comunicação. Certamente essa é uma questão importante.
De outro lado, é preciso que se vivencie vinculação com psicóloga ou psicólogo, com plena confiança e troca, de forma mais completa possível.
De outro lado, aos trinta e seis anos, considerando seus relatos, a questão da identidade, da personalidade, da autonomia, precisam de reorganizações que podem desvendar possibilidades diversas e mais amplas e amadurecedoras do que a dicotomia entre heterossexual e homossexual, certo e errado.
Abraços,
Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional.
Olá Diego
Obrigado por compartilhar sua história e suas preocupações. A luta entre a fé, a sexualidade e a aceitação pessoal pode ser um desafio significativo. Continue a explorar seus sentimentos e desejos. Aceitar-se é um processo e reconhecer suas emoções é um passo fundamental. Lembre-se de que você é valioso e digno de amor e aceitação, independentemente da sua orientação sexual.
Considere compartilhar suas preocupações com sua psicóloga. Psicólogos são treinados para ajudar a lidar com questões de identidade e orientação sexual de forma confidencial e sem julgamento. Lembre-se de que você não está sozinho nessa jornada e que há muitos recursos e pessoas dispostas a ajudar. Priorize seu bem-estar e continue buscando o caminho que mais ressoa com sua verdade interior.
Se precisar estou à disposição.
Marília - psicóloga de orientação psicanalítica.
Primeiro, quero que saiba que é completamente normal ter dúvidas e sentimentos complexos sobre a sexualidade, e é admirável que você esteja buscando entender melhor a si mesmo. É um passo importante e corajoso.
A relação que você tem com a sua fé é uma parte fundamental da sua vida, e é compreensível sentir um conflito entre isso e os seus sentimentos. Lembre-se de que muitos encontram maneiras de conciliar sua fé com a aceitação da própria identidade. A relação de cada um com Deus é única, e Ele te ama exatamente como você é.
É um processo de autodescoberta, e pode levar tempo para se sentir completamente à vontade com seus sentimentos. Conversar com sua psicóloga sobre isso pode ser uma ótima forma de explorar suas emoções em um ambiente seguro. Ela está lá para te apoiar e pode ajudar a esclarecer suas angústias.
Permita-se sentir o que sente sem se julgar. A aceitação é um caminho que pode ser desafiador, mas é também libertador. Você é inteligente, dedicado e tem muito a oferecer ao mundo. Lembre-se de que o amor-próprio é essencial nessa jornada. O importante é ir no seu ritmo, buscando apoio quando precisar. Estou aqui para o que você precisar.
Diego
Quem é você? A questão começa a se resolver, quando souber quem é você, de onde veio, como foi educado, qual a tua dependência.
Você é A e foi educado por B. Hoje você se deixa governar por B e se sente mal porque não consegue ser o que você essencialmente é.
Só resta uma solução: ser voce essencialmente é (A) e saber lidar com B sem nunca ser infiel a ti mesmo.
Se necessário, faça Psicoterapia para conquistar a ti mesmo.
Bom dia Diego. Na psicologia junguiana diferenciamos "religião" de "espiritualidade/fé". Pelo seu relato você cultiva uma alienação religiosa que psicologicamente te gera culpa, punição. Bem o contrario de um universo amoroso, criador da vida, que te deu qualidades e dons para construir sua felicidade. Se espiritualidade é um pilar para você, busque sua fé dentro do amor. Ja existem muitas egrégoras religiosas que não vão te perguntar ou ligar se você é hetero ou lgbti, por exemplo a igreja anglicana, já que você gosta da bíblia vejo muitos bispos anglicanos que fazem casamento homossexual, promovendo inclusão de forma seria e respeitosa com valores humanos. E também existem as casas espiritas, o budismo, entre outras filosofias espirituais. Da parte psicoterapia só será uma psicoterapia se você for verdadeiro e sincero, se você não se sente a vontade com sua psicóloga procure outro profissional. A sua vida amorosa e conjugal vai ser muito importante para sua realização completa, conhecer-se é e lidar com seus sentimentos esta no proposito de evolução pessoal com a terapia. Espero ter ajudado. A disposição.
Lisiane Hadlich Machado
Psicóloga & Psicanalista
Olá, você está vivendo um momento de exploração dos seus desejos sexuais. Partilhar isso com seu terapeuta é essencial para que você entenda seus sentimentos e o aceite. Quando os nossos desejos não estão de acordo com a comunidade que fazemos parte, isso torna as coisas mais complexas do que são e nos trás angustia e sofrimento. Se não conseguiu ter uma transferência com o profissional atual, busque outro, porque é essa troca: a liberdade de poder falar livremente e sem medo é que vai ajudá-lo a refletir e conquistar sua qualidade de vida. Fico a disposição, abraços!
Compreendo sim sua angústia. Acho interessante como você tem uma boa visão do que ocorre – uma falta de aceitação de você para consigo mesmo. Entenda que a religião de séculos atrás não deve ser tomada como base para julgamentos nos dias atuais. Deus ama a todos a maneira que os fez. Não há nada de errado na homossexualidade, esta não dita caráter. Mesmo assim, compreendo como deva ser angustiante estar e acabar sendo consumido por preconceitos, porém, esses mesmos preconceitos precisam ser trabalhados especialmente em você. O amor e a paixão são puros e não há nada de errado no que você sente.
Recomendo que compartilhe com a sua terapeuta esses sentimentos que anda reprimindo e estranhado, que trabalhe sua concepção sobre a homossexualidade, que entenda, principalmente, do que se trata a sexualidade e que possa também entender que, apesar de se separar com contradições da igreja, cabe a cada um de nós cultuar a Deus a nossa maneira. Tenho certeza que sua sexualidade, para Deus, não interfere no amor.
